O bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, de 61 anos, deixou às 5h da manhã deste sábado o Hospital Memorial de Petrolina (PE), onde estava internado, e viajou de carro com familiares. Ele seguiu provavelmente para Barra, sua diocese, na Bahia.

A família não quis informar o roteiro da viagem.

  O objetivo é preservar o bispo, que se restabelece depois de uma greve de fome de 24 dias, em protesto contra a transposição do Rio São Francisco. Cappio voltou a se alimentar por via oral nesta sexta (21).

O bispo chegou ao hospital desacordado, de ambulância, na noite de quarta-feira (19), quando desmaiou logo após saber da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizando a retomada das obras de transposição do São Francisco.

Na quinta, ele deixou a unidade e foi para um apartamento. À noite, foi levado para a celebração para a missa campal em frente à igreja de São Francisco, em Sobradinho, onde ele cumpriu a greve de fome, iniciada no dia 27 de novembro. Ali foi lida carta em que o bispo anunciava o fim da greve de fome.

Durante a greve de fome, ele passou maior parte do tempo bebendo apenas água e soro caseiro - água, sal e açúcar.

 
OITO QUILOS

Desde que iniciou o jejum, em 27 de novembro, até a última segunda-feira (17), o bispo já tinha perdido oito quilos. Antes de desmaiar, em vez de soro, Dom Cappio vinha ingerindo apenas água. Esta é a segunda vez que o bispo faz greve de fome contra a transposição. Em outubro de 2005, ele permaneceu 11 dias sem se alimentar em protesto contra o projeto.

A transposição do Rio São Francisco, um antigo projeto que, segundo o governo, pode beneficiar 12 milhões de pessoas, é tratada como uma das principais prioridades do presidente Lula. As obras começaram em junho deste ano.