Salvador

PRESOS IRMÃOS HOMICIDAS APÓS ATIRAREM EM POLICIAIS MILITARES

Irmãos trocaram tiros com a PM
| 31/08/2007 às 17:21
   Um ano e oito meses após terem participado do assassinato do cabeleireiro Aurélio Dias Silva, no Uruguai, na Península Itapagipana, os irmãos Sílvio Pero e Cláudio Jorge Elói dos Santos se envolveram em outro crime nesta tarde, quando deflagraram vários tiros contra policiais militares ao serem abordados durante uma blitz, no fim de linha do mesmo bairro. Embora nenhum policial tivesse sido ferido, as balas atingiram um módulo da PM.

   Perseguidos por uma guarnição da corporação, Silvio Pero, de 20 anos, e Cláudio Jorge, de 21, foram presos e conduzidos à sede da 3ª Delegacia no Bomfim, sendo autuados em flagrante por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma, pelo delegado titular Miguel Francisco Lapate Cicerelli. A Polícia apreendeu um revólver, calibre 38, com munições deflagradas, utilizado pelos irmãos no atentado aos PMs. Outros três homens, que estavam em companhia da dupla no momento da abordagem policial, fugiram nadando. 
        
       PEDÁGIO

  O cabeleireiro Aurélio Dias Silva foi assassinado no dia 31 de dezembro de 2005 em sua residência, na Rua Papa Gregório XVI, no bairro do Uruguai. Vizinhos escutaram barulho de briga vindo da casa às 4h30min. Um deles disse ter visto, pela janela, o cabeleireiro como se tivesse sendo agredido. Pela manhã, portas e janelas da casa estavam arrombadas e, por volta das 6 horas, guarnições da PM e da Polícia Civil chegaram ao local e encontraram a vítima caída na sala, banhada em sangue.

  Aurélio tinha lesões pelo corpo e rosto, além de uma perfuração no pescoço. Na casa havia sinais de luta, com vários cômodos remexidos, e sangue desde o corredor de acesso aos quartos até as salas. A janela da frente estava com uma banda arrancada e a porta apresentava sinais de arrombamento. Familiares do cabeleireiro informaram à Polícia que ele teve uma briga 20 dias antes do crime com um grupo de jovens das redondezas, tendo registrado uma queixa na 3ª CP.

  Após reunir testemunhos de moradores da localidade, que apontaram três rapazes como responsáveis pelo assassinato, a delegada titular da 3ª CP na ocasião, Inalda Cavalcanti (hoje titular da Delegacia de Homicídios), solicitou a prisão temporária de Sílvio Pero, de Cláudio Jorge e de Carlos Alberto Pinho Arouca, por homicídio qualificado. Na manhã do dia 6 de janeiro de 2006, policiais do Serviço de Investigação (SI) cumpriram os mandados de prisão, expedidos pela Justiça. 
  
       Na delegacia, Sílvio confessou o crime contando detalhes. Segundo ele, o grupo tinha uma rixa com a vítima por conta de uma dívida. Cobrava "pedágio" para o cabeleireiro transitar pela rua em que residia e, diante da recusa de Aurélio em continuar pagando, resolveu matá-lo. A faca e a barra de ferro usadas no crime foram apreendidas pela Polícia. Sílvio Pero e o irmão Cláudio Jorge também têm envolvimento com o tráfico de drogas.