O chinês chama-se Wang-Yag-Shun e já está na gaiola de ferro
Uma carga de 14 toneladas de quartzo, avaliada em cerca de R$ 3 milhões, foi apreendida pela Polícia Civil, com a desarticulação, na noite da última terça-feira (17), de uma quadrilha acusada de compra, venda e contrabando do minério, do Oeste da Bahia para a China.
Na operação policial realizada nos municípios de Ibotirama, a 651quilômetros de Salvador, e Oliveira dos Brejinhos, distante 399 quilômetros da capital, foram presos o empresário chinês Wang-Yang Shun, de 28 anos, Ildeu Maia de Souza, de 37, Adriano da Silva Araújo, 21 anos e Atenílson de Oliveira Santos, de 30 anos, empregados e sócios de Shun, além do garimpeiro Fernando Antônio da Costa. A Polícia também apreendeu dólares americanos, reais, moedas chinesas, além de um "cordão detonante".
Comanda pelo delegado Charles Antônio Leão Gomes, coordenador da 24ª Coordenadoria Regional de Polícia, com sede em Bom Jesus da Lapa, a operação contou com a participação de agentes do Serviço de Investigação da 24ª Coorpin.
O delegado esclareceu que vinha recebendo informações sobre o contrabando de pedras e minérios daquela área para outras regiões do País e para o exterior. Com base em informações recentes, localizou ontem, em Ibotirama, o empresário Wang-Yang Shun, natural de Formosa.
50 QUILOS
Shun ocupava uma picape Toyota Hilux prata, ano 2007, onde os policiais apreenderam 50 quilos de pedras semi-preciosas, US$ 8.700 (em notas de 100) , que disse ter trazido da China, provavelmente sem declarar às autoridades brasileiras, R$ 23 mil e algumas moedas chinesas. O empresário admitiu comprar o minério ilegalmente para exportação, o que foi confirmado pelo delegado Charles Antônio. "Ele adquire o quartzo de garimpeiros, que atuam sem autorização para extração e venda", afirmou.
Após a prisão em Ibotirama, Shun levou os policiais até a sede de sua empresa, a Stone King (Rei das Pedras), em Oliveira dos Brejinhos, onde houve a apreensão de 14 toneladas de quartzo em várias cores, também extraídos e comprados ilegalmente, já que o empresário, embora tenha registro na Junta Comercial, não dispõe de autorização (inclusive ambiental) para atuar. Ainda na sede da empresa, o coordenador da 24ª Coorpin apreendeu um rolo de "cordão detonante" usado em explosões e que só pode ser adquirido com permissão do Exército.
Os cinco presos foram autuados em flagrante e incursos em cinco delitos: contrabando, formação de quadrilha, crime contra o sistema financeiro, crime ambiental e aquisição de explosivo de forma ilegal. Shun é também acusado de explorar a mão-de-obra barata dos garimpeiros e de estimular a devastação ambiental, já que compra o minério de pessoas que extraem o produto sem autorização.
Em seu depoimento, Wang-Yang Shun declarou ao delegado Charles Antônio estar no Brasil há seis anos. Em contato com a Polícia Federal, constatou-se que o empresário se encontra com o visto de estrangeiro vencido há um mês. Os policiais acreditam que o minério seria levado para a China ilegalmente, através de navios. O coordenador da 24ª Coorpin, depois de um contato com o delegado-chefe, João Laranjeira, solicitou a presença de uma equipe de peritos e geólogos em Bom Jesus da Lapa para identificar a qualidade do minério, seu teor de pureza e valor de mercado