Muita gente imagina que algumas lutas pela Independência da Bahia aconteceram na cidade do Salvador. Nada disso.

  Naquela época, 1823, a cidade se estendia na área Oeste até a Lapinha além do Carmo. O bairro da Liberdade ainda era rural, estrada das boiadas, por onde chegavam os bois para alimentar a população de Salvador.

  Na linha Norte/Sul, nada além do Rio Vermelho de Baixo, contrafortes do atual bairro da Federação ainda também com características rurais. A área urbana se estendia até a Barra.

  Daí que as lutas aconteceram fora do perímetro urbano, Lobato, Pirajá, Recôncavo e adjacências. 

   O brigadeiro comandante português Madeira de Mello não deu um tiro na área urbana de Salvador.

   Quando o Exército Libertador (nome exagerado porque não chegava a ser um Exército) Madeira já tinha embarcado suas tropas em vários navios ancorados no Porto de Salvador e se mandou para Portugal, sendo perseguido pela esquadra do Lord Crochane. Mas, não houve combate.

   Os combates navais na Ilha de Itaparica também são primários, preliminares. João das Botas não tinha nem navios. A história que houve uma heroina negra que enfrentou tropas portuguesas com folhas de cansanção é uma ficação inventada por um historiador.

    O bairro da Liberdade, quando se tornou área urbana, passou a ter esse nome devido ao tal Exército Libertador, de liberdade.


   Outro detalhe: Madeira de Mello não era um covarde. E sim um comandante de tropa destemido e que venceu algumas lutas em Salvador, antes da Independência.