Colunistas / Literatura
Rosa de Lima

ROSA DE LIMA ANALISA LIVRO "PARIS AO SOM DO BANDOLIM"

ROSA DE LIMA ANALISA LIVRO "PARIS AO SOM DO BANDOLIM", DE TASSO FRANCO
Os leitores podem adquirir este livro impresso no Amazon.com ou lê-lo no kindle do Amazon
14/04/2023 às 10:21
    Paris é, provavelmente, a cidade mundial mais utilizada na literatura em romances, contos, crônicas, ensaios e estudos de toda natureza envolvendo a cultura francesa desde os tempos medievais, renascimento, iluminismo, modernismo, etc, até os dias atuais. São milhares de obras à disposição dos leitores e entre os brasileiros cronistas destacaria Danuza Leão e José Carlos Oliveira, o Carlinhos Oliveira, do JB. E há, romances famosos e trabalhos que ganharam o mundo do teatro como "Les Miserables", de Victor Hugo, que ficou em cartaz uma infinidade de tempo na Broadway e outros centros mundiais.

   No entanto, nunca é demais falar de Paris seus encantos e suas tragédias como bem escreveu a jornalista Selma Santa Cruz em "Para Entender Paris" cidade com mais de 2000 anos de existência e que já enfrentou ocupações de bárbaros, de russos e de alemães, e criou um método original de decapitar pessoas com um instrumento artesanal chamado guilhotina que ceifou milhares de cabeças, como os agricultores fazem com o trigo. Paris, portanto, é a cidade do amor, da doçura, da harmonia; e também da morte, do infortúnio e das inúmeras revoltas e revoluções, a mais famosa e que se irradiou pelo mundo, a francesa de 1793.

   Comento, pois, neste BahiaJá, o novo livro do jornalista Tasso Franco intitulado "Paris ao Som do Bandolim - um roteiro da mais bela cidade do mundo" (Editora Ojuobá, crônicas, 269 páginas, design gráfico e editoração da capa de Tasso Filho e Vitória Giovanini, 9 dólares + o frete à venda no site Amazon.com e também em leitura no aplicativo kindle on-line 6 dólares) um trabalho denso e que mostra a Paris atual sem perder de vista a sua história. 

   Creio que, na minha visão, se trata de um roteiro não convencional da cidade luz uma vez que o jornalista além de falar dos locais mais visitados da cidade, o Louvre, o d'Orsay, o Picasso - museus internacionais - a Sacre Coeur, a Saint Suplice e a Notre Dame - as catedrais mais famosas - fala do cotidiano, do dia-a-dia da cidade, das feiras livres, dos bistrôs, do atendimento de emergência num hospital, a ida a padaria e ao supermercado, o que torna o livro bem interessante e de leitura agradável.

   É raro encontrar um livro que mescle esses dois temas, o erudito com o popular, ou seja, a apresentação de lugares históricos com informações da ancestralidade desses locais e o contemporâneo, o atual. E o jornalista TF com sua pena singular, numa linguagem bem acessível a qualquer leitor, vai flanando pelas ruas, praças e jardins (parques) de Paris e nos oferece deliciosas informações, bem humoradas, da vida na capital francesa, desde quanto custa uma dúzia de ovos a um livro.

  Portanto, "Paris ao Som do Bandolim" não é um simples roteiro turístico da cidade embora conste no subtítulo do livro essa informação, pois, vai muito além de um roteiro que se compra em qualquer loja de souvenir. Trata-se de algo mais abrangente, mais denso em informações e os leitores que adquirirem o livro à venda somente na Amazon.com poderão desfrutar de outros comentários que são valiosas para quem deseja conhecer a cidade de Paris.

  O jornalista sobrevoou com os olhos a Paris inteiriça do alto da Torre de Monteparnasse observando imagens diferenciadas da cidade do século XV ainda amuralhada; esteve no Cemitério Père Lachaise visitando as tumbas de Edith Piaf, Marcel Proust, Allan Kardeck e Jim Morrison; rezou na capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa; andou pelos campos do Parc Bagatelle onde Santos Dumont fez seus experimentos com balões dirigíveis e com o 14 Bis; flanou pela Bastille, Champs Elysée, Champs de Mars, pela Biblioteca Nacional da França implantada pelo saudoso presidente François Mitterrand e provou da comida francesa em vários bistrôs. 

  No livro, pois, vai falando desses lugares e suas histórias e, ao mesmo tempo, oferecendo aos leitores sua visão crítica, seu olhar aguçado revelando algumas transformações que passaram à cidade ao longo dos anos e não apenas achando-a bela e majestosa. Aos leitores vai oferecendo informações das mudanças que aconteceram na vida da cidade, a "Belle Époque"; os anos das guerras mundiais (1914/1940), como a cidade foi se adaptando e se renovando com as novas tecnologias, especialmente a partir de 1900 coma construção da Torre Eiffel - que usou o ferro e o cimento - as mudanças da "passagens" com seus magazines antecessores das Lojas de Departamentos, hoje, shopping centeres; a moda, o turismo, a perfumaria, essa cadeia produtiva que é um motor que não para de se renovar.

  Em "Paris ao Som do Bandolim" o jornalista também fala do dia-a-d9a, de como é frequentar uma feira livre, de como ir a um fisioterapeuta, de como enfrentar uma emergência num grande hospital, de ir a missa aos domingos, ir a um clube de jazz, enfim, aspectos da vida de uma pessoa no cotidiano e que pode (e acontece) com qualquer ser que passe uma temporada em Paris ou noutra cidade grande mundial.

  O jornalista nos brinda, ainda, com 7 crônicas de livros relacionado com a vida da cidade, "As Sombras das Moças em Flor", de Marcel Proust; O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo; "Flanando em Paris", de José Carlos Oliveira; "Paris é uma Festa", de Ernest Hemingway; "Paris Capital do Século XIX", de Walter Benjamin; "Sodoma e Gomorra", de Marcel Proust; e "Para Entender Paris", de Selma Santa Cruz.

 Franco oferece os leitores críticas literárias sobre essas obras que são básicas para se conhecer, um pouco mais a capital francesa e o modo de vida na França.