ROSA DE LIMA ANALISA LIVRO "PARIS AO SOM DO BANDOLIM", DE TASSO FRANCO
Os leitores podem adquirir este livro impresso no Amazon.com ou lê-lo no kindle do Amazon
Paris é, provavelmente, a cidade mundial mais utilizada na literatura em romances, contos, crônicas, ensaios e estudos de toda natureza envolvendo a cultura francesa desde os tempos medievais, renascimento, iluminismo, modernismo, etc, até os dias atuais. São milhares de obras à disposição dos leitores e entre os brasileiros cronistas destacaria Danuza Leão e José Carlos Oliveira, o Carlinhos Oliveira, do JB. E há, romances famosos e trabalhos que ganharam o mundo do teatro como "Les Miserables", de Victor Hugo, que ficou em cartaz uma infinidade de tempo na Broadway e outros centros mundiais.
No entanto, nunca é demais falar de Paris seus encantos e suas tragédias como bem escreveu a jornalista Selma Santa Cruz em "Para Entender Paris" cidade com mais de 2000 anos de existência e que já enfrentou ocupações de bárbaros, de russos e de alemães, e criou um método original de decapitar pessoas com um instrumento artesanal chamado guilhotina que ceifou milhares de cabeças, como os agricultores fazem com o trigo. Paris, portanto, é a cidade do amor, da doçura, da harmonia; e também da morte, do infortúnio e das inúmeras revoltas e revoluções, a mais famosa e que se irradiou pelo mundo, a francesa de 1793.
Comento, pois, neste BahiaJá, o novo livro do jornalista Tasso Franco intitulado "Paris ao Som do Bandolim - um roteiro da mais bela cidade do mundo" (Editora Ojuobá, crônicas, 269 páginas, design gráfico e editoração da capa de Tasso Filho e Vitória Giovanini, 9 dólares + o frete à venda no site Amazon.com e também em leitura no aplicativo kindle on-line 6 dólares) um trabalho denso e que mostra a Paris atual sem perder de vista a sua história.
Creio que, na minha visão, se trata de um roteiro não convencional da cidade luz uma vez que o jornalista além de falar dos locais mais visitados da cidade, o Louvre, o d'Orsay, o Picasso - museus internacionais - a Sacre Coeur, a Saint Suplice e a Notre Dame - as catedrais mais famosas - fala do cotidiano, do dia-a-dia da cidade, das feiras livres, dos bistrôs, do atendimento de emergência num hospital, a ida a padaria e ao supermercado, o que torna o livro bem interessante e de leitura agradável.
É raro encontrar um livro que mescle esses dois temas, o erudito com o popular, ou seja, a apresentação de lugares históricos com informações da ancestralidade desses locais e o contemporâneo, o atual. E o jornalista TF com sua pena singular, numa linguagem bem acessível a qualquer leitor, vai flanando pelas ruas, praças e jardins (parques) de Paris e nos oferece deliciosas informações, bem humoradas, da vida na capital francesa, desde quanto custa uma dúzia de ovos a um livro.
Portanto, "Paris ao Som do Bandolim" não é um simples roteiro turístico da cidade embora conste no subtítulo do livro essa informação, pois, vai muito além de um roteiro que se compra em qualquer loja de souvenir. Trata-se de algo mais abrangente, mais denso em informações e os leitores que adquirirem o livro à venda somente na Amazon.com poderão desfrutar de outros comentários que são valiosas para quem deseja conhecer a cidade de Paris.
O jornalista sobrevoou com os olhos a Paris inteiriça do alto da Torre de Monteparnasse observando imagens diferenciadas da cidade do século XV ainda amuralhada; esteve no Cemitério Père Lachaise visitando as tumbas de Edith Piaf, Marcel Proust, Allan Kardeck e Jim Morrison; rezou na capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa; andou pelos campos do Parc Bagatelle onde Santos Dumont fez seus experimentos com balões dirigíveis e com o 14 Bis; flanou pela Bastille, Champs Elysée, Champs de Mars, pela Biblioteca Nacional da França implantada pelo saudoso presidente François Mitterrand e provou da comida francesa em vários bistrôs.
No livro, pois, vai falando desses lugares e suas histórias e, ao mesmo tempo, oferecendo aos leitores sua visão crítica, seu olhar aguçado revelando algumas transformações que passaram à cidade ao longo dos anos e não apenas achando-a bela e majestosa. Aos leitores vai oferecendo informações das mudanças que aconteceram na vida da cidade, a "Belle Époque"; os anos das guerras mundiais (1914/1940), como a cidade foi se adaptando e se renovando com as novas tecnologias, especialmente a partir de 1900 coma construção da Torre Eiffel - que usou o ferro e o cimento - as mudanças da "passagens" com seus magazines antecessores das Lojas de Departamentos, hoje, shopping centeres; a moda, o turismo, a perfumaria, essa cadeia produtiva que é um motor que não para de se renovar.
Em "Paris ao Som do Bandolim" o jornalista também fala do dia-a-d9a, de como é frequentar uma feira livre, de como ir a um fisioterapeuta, de como enfrentar uma emergência num grande hospital, de ir a missa aos domingos, ir a um clube de jazz, enfim, aspectos da vida de uma pessoa no cotidiano e que pode (e acontece) com qualquer ser que passe uma temporada em Paris ou noutra cidade grande mundial.
O jornalista nos brinda, ainda, com 7 crônicas de livros relacionado com a vida da cidade, "As Sombras das Moças em Flor", de Marcel Proust; O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo; "Flanando em Paris", de José Carlos Oliveira; "Paris é uma Festa", de Ernest Hemingway; "Paris Capital do Século XIX", de Walter Benjamin; "Sodoma e Gomorra", de Marcel Proust; e "Para Entender Paris", de Selma Santa Cruz.
Franco oferece os leitores críticas literárias sobre essas obras que são básicas para se conhecer, um pouco mais a capital francesa e o modo de vida na França.