Um dos livros mais importantes da história da humanidade escrito por um inglês que visitou a cidade do Salvador
O naturalista Charles Darwin quando participou da viagem intercontinental do HMS Beagle para mapear a costa da América do Sul (numa missão militar e comercial) e que durou 4 anos e 9 meses passou por Salvador da Bahia, em 29 de fevereiro de 1832, na ida até às ilhas Galápagos, no Equador, e depois rumou para Nova Zelândia Austrália e África retornando novamente por Salvador, em 1835, até seguir a Falmouth, Cornualha.
Darwin esteve no Pelourinho (era Carnaval) e ficou admirado com o furdunço momesmo com as bisnagas de limão e os batuques. Sua admiração maior, no entanto, se concentrou na floresta tropical da Mata Atlântica. Sabe-se pouco de sua passagem pela Bahia, mas muita coisa sobre o Brasil onde permanecei por vários dias.
A viagem do HMS Beagle é um capítulo a parte (missão cartográfica econômica e militar) descrita pelo capitão Robert Fritz Roy em 4 volumes para a Coroa Britânica. O importante, no entanto, destacar, é o trabalho de pesquisa do teólogo e naturalista Charles Darwin que vai embasar o seu livro "A Origem das Espécies", 1859 (No Brasil, Editora Madras, tradução Soraya Freitas, 453 páginmas, 2017, R$56,00 venda pela internet), um dos mais importante da história da humanidade.
Por que um livro do século XIX é tão importante assim? Porque sua teoria modificou a compreensão que se tinha das espécies e, consequentemente, do homem, criando o termo humanismo (para se diferenciar dos animais) o que vai dar margem a criação da biologia moderna, realinhar a sociologia (a ciência que estuda a sociedade), dar embasamento a psicologia (também nascente no final do século XIX e que estuda a mente), o desenraizamento da teologo cristã que defendia a criação do homem, animais e plantas a partir da força divina do criador (e a mulher da costela de Adão, um apendice) e mexeu, assim, com todas as cabeças pensantes.
Darwin não impõe nada nas descrições conceituais no "A Origem das Espécies" e até concorda com teses e cita dezenas de naturalistas e biólogos seus contemporâneos, mas mostra de forma convincente através de observações que realizou na viagem do Beagle, ainda jovem (22 a 27 anos de idade) e nos subsquentes trabalhos e pesquisas que realizou em Cambridge ao longo de toda sua vida (morreu em 1882 aos 71 anos de idade) que a evolução se deu de forma natural ao longo de milhões de anos. E se as transformações ocorreram com as plantas, os minerais e os animais, o mesmo se deu com o homem.
Na realidade, o que ele menos aborda de forma direta é sobre a origem direta do 'sapiens' e aquela imagem que vemos na "Marcha do Progresso" - do macaco que se transforma em homem ao longo dos anos - a rigor, foi criada pelo desenhista russo Rodolph Zallinger para ilustrar ideias do antropólogo norte-americanos Clark Howell para um dos 25 volumes da Life Nature Library, publicada em 1965. Darwin defendia que o homem não veio do macaco, pois, homem e macaco tinham ancestrais comuns que evoluiram de forma distintas.
Em "A Origem da Espécies", CD conceitua: "A psicologia será erigida sobre a fundação já iniciada por Herbert Spencer diante a aquisição necessária de poder e capacidade mental por gradação. Muito se esclarecerá sobre a origem do homem e sua história".
Darwin sepulta o criacionismo - a crença religiosa de que a vida na terra e/ou o universo é de um agente sobrenatural, comumente chamado de Deus - e com a descoberta da estrutura do DNA sua teoria ganha corpo e cientificidade. E, aos seus criticos, costumava dizer a frase: "Não é uma objeção válida dizer que a ciência ainda não esclarece o maior problema da essencia ou origem da vida. Quem pode explicar qual é a essencia da teoria da gravidade?
Para CD "a seleção natural não produz nada em uma espécie para o bem exclusivo ou prejuizo de outra; embora possa produzir partes, órgãos e excreções muito úteis e até indispensáveis ou prejudiciais a outras espécies, mas em todos os casos úteis ao possuidor".
Como vocês podem verificar o livro "A Origem das Espécies" deve ser lido com bastante atenção mesmo para aquelas pessoas que já tem algum conhecimento em biologia e psicologia. Como conceitua David Ausubel em sua "Aprendizagem significativa" é preciso ter um conhecimento prévio já armazenado no cérebro para acrescenter esses novos conhecimentos que Darwin produz. Ou seja, sem esses conhecimentos prévios não entende-se os conceitos firmados no livro.
Quando CD diz, por exemplo, que "a luta da seleção natural em um lado e a tendência à reversão e a varibilidade do outro cessará com o tempo, e os casos desenvolvidos de forma mais normal passarão a ser constantes, não tenho razão para duvidar" ele quer mostra que a luta da seleção natural - de um lado e a tendência à reversão e a variabilidade do outro cessará com o tempo.
Vejamos, então, o que CD fala sobre a extinção das espécies: (Ontem, por posto, os EUA declaram extintas 23 espécies de animais ente elas o pica-pau-bico-de-marfim) - Nenhuma lei estabelecida parece determinar o tempo pelo qual durará uma espécie ou gênero. Há motivo para acreditar que a extinção de um grupo completo de espécies é um processo mais lento do que a sua produção. No estudo das formações terciárias - que as espécies e os grupos desapareceram gradualmente - um após o outro, primeiro de um ponto, depois do outro e por fim do mundo. Segundo a teoria da seleção natural a extinção de formas antigas e a produção de novas e aperfeiçoadas estão ligadas".
Boa leitura, pois, para este fantástico livro.