Política

A SELEÇÃO DO BJÁ DOS 10 MELHORES DEPUTADOS ESTADUAIS DA BAHIA, 2025

Veja a lista completa e o desempenho de cada parlamentar citado numa analise do jornalista Tasso Franco
Tasso Franco , Salvador | 24/12/2025 às 18:40
Ivana Bastos, presidente da Casa
Foto: BJÁ
      Abaixo segue a lista dos 10 melhores deputados da Assembleia Legislativa segundo análise do nosso editor de Politica, jornalista Tasso Franco, com base no desempenho dos parlamentares nas comissões, nos debates do plenário, nos pronunciamentos e na amplitude de ação com a sociedade.

      A Assembleia, de uma form a geral, desconhece a sociedade em sua amplitude e centraliza sua atuação nos debates em projetos envolvendo os três poderes do Estado, o Executivo, o Judiciário e o Legislativo, defendendo os seus servidores e algumas questões territoriais e de mudanças em PLs de poder arrecadador.

    O maior debate (que não houve, praticamente, porque os PLs foram enviados pelo governador JR em regime de urgência) foi sobre os 23 pedidos de autorização para empréstimos ao Estado com total de R$26.7 bilhões, ainda muito mal explicado, e todos aprovados.

   No mais alguns projetos de reformas estruturais, da PM, da PC, do Planserv, gratificações a servidores e pouco ou quase nada sobre o desenvolvimento econômico da Bahia, o grande entrave do estado. A impressão que se tem é que os deputados não estão interessados nesse nmegócio de desenvolvimento econômico e aprovaram até uma secretaria para cuidar de uma ponte, a Salvador-Itaparica.

   Ninguém discute se a BYD a fábrica chinesa de automoveis vai honrar todos os seus compromissos com o estado, se vai mesmo levar seu centro tecnológico para o Rio de Janeiro, e vai ficando por isso mesmo. Os debates na casa sonre o novo momento mundial das novas tecnologias, da IA e seus impactos, nada disso é abordado na Casa. 

   A LISTA DOS 10 MELHORES: 

   
IVANA BASTOS (PSD) – presidente da Casa. O fato de ser eleita a primeira mulher a dirigir a ALBA após 190 anos de existência já seria suficiente para ser destaque do ano. 

  Sua eleição para o cargo máximo da Casa, no entanto, não foi pautada por ser mulher, nem ela se utilizou desse argumento. Deu-se diante de uma circunstância política e do veto pelo STF da eleição de Adolfo Menezes que gostaria de permanecer no posto em 3º mandato consecutivo. E foi derrubado pela lei. Houve um erro coletivo da Casa e de Adolfo, em persistir em sua reeleição. 

   Isso, no entanto, não tira o mérito de Ivana em substitui-lo e  ela trabalhou sua ascensão com competência, o apoio da cúpula do seu partido - senadores Otto Alencar e Ângelo Coronel - e do governador Jerônimo Rodrigues.

   Promove uma gestão – como ela disse recentemente no encontro com os jornalistas no almoço final de ano – com um olhar feminino tratando o ambiente como se fosse a extensão de sua residência. Tem sido uma presidente que gosta de conduzir as sessões e embora haja dando espaço para todos no contraditório, sua postura é, também, de forte aliada do governo.

    Talvez seja esse seu ponto a refletir, pois, outros ex-presidentes que assim se comportaram o PT escanteou mais adiante. Precisa, ser mais cautelosa. 

   Outra questão que coloca a presidente com viés de firmeza excessiva, a ponto de ser considerada por jornalistas e um veículo de comunicação como autoritária, é o fato de convocar a PM e cercar áreas internas da Casa com grades, em momentos de votações mais polêmicas, inclusive fechando o saguão. Em nossa opinião não há necessidade disso. 

      Também não vemos os gestos da presidente na condução das sessões com autoritarismo, mas, seguindo o que reza os artigos do regimento interno e a lei da maioria. Quem tem maioria leva; oposição é para se opor.

   Dirige, portanto, a Casa Legislativa, com firmeza e presidente que assim não for, dança. Ivana diz ser apenas candidata à reeleição, em 2026.

                                                                     2

   ROSEMBERG PINTO (PR) – líder do bloco da Maioria - base governista - constituída por 44 deputados. Em princípio, imagina-se que liderar uma base tão ampla (a Casa, no total, tem 63 deputados, com 18 na oposição e 1 independente) é moleza, tem-se pouco trabalho. 

   Mas, não é bem assim. Quanto mais a base é maior mais as demandas aumentam, observando-se, ainda, que o governador não costuma receber deputados, salvo em eventos ou ocasiões raras. 

   E Jerônimo, por sua vez, é petista. E, como tal, prioriza mais os petistas. Rosemberg, então, passa a ser um líder das demandas dos deputados e da coordenação de votação dos projetos, lembrando que o chefe do executivo, 80% foram em regime de urgência. Isso é, para serem votados sem discussão.

   Rosemberg disse recentemente aos jornalistas, em almoço, que todos os deputados da base são bem informados dos teores dos projetos. Mas, por consenso na imprensa, não há uma certeza em relação a isso.
 
    O líder é um deputado veterano e que tem se aperfeiçoado no papel dessa liderança. Sabe conduzir bem os debates, é firme quando necessário para defender o governo JR, papel que exerce com desenvoltura, pois, a base, de uma forma geral, não o defende; conduz bem a relação com a oposição e o líder da Minora, eventualmente fala da cultura, dialoga bem com os sindicalistas, enfim, exerce bem seu papel.

    Já tentou desde o segundo governo Wagner ser presidente da Casa, mas, não conseguiu. Há uma série de circunstâncias que não vale a penas comentar aqui. Também nunca consegue ser escolhido pelos jornalistas com um dos 5 melhores da Casa pelo Comitê de Imprensa, o que acho uma injustiça. Há quem o ache - no meio jornalístico – de presunçoso.
                                                                   3.

  TIAGO CORREIA – líder da bancada da Minoria (oposição) coordena um grupo de 18 deputados. Isto é: tem a missão impossível de conseguir algum êxito contra o governo.

    Trata-se de um deputado jovem, pouco aguerrido, com característica própria do seu partido, o PSDB, moderado, educado, bom demais para ser líder da oposição, onde já pontuaram, em tempos idos recentes, Gildásio Penedo, Paulo Azi e Elmar Nascimento, e até mesmo seu companheiro ainda hoje, de bancada, Alan Sanches.

   Tiago é visto pelos colegas dos dois blocos como um “gentelman”, moderado em críticas ao governo e ao governador, sensato, e até recentemente topava fazer acordos com a liderança da Maioria quando no final de outubro último numa reunião de ACM Neto com essa base decidiu-se engrossar o caldo vetando possíveis acordos e ampliando as obstruções das sessões que votariam os PLs em urgência.

   Vê-se, pois, como é difícil a missão de Tiago e consideramos que, ainda assim, se sai bem, embora, também, admitimos que líder da oposição tem que ser mais firme, olho-no-olho e sangue nas veias de forma mais contundente. E ai está seu ponto fraco.

                                                                  4
  
   SAMUEL JÚNIOR – deputado evangélico do Republicanos tem crescido bastantes na bancada da oposição por ser um dos mais duros críticos ao governador JR e ao presidente Lula da Silva. Samuel, que era mais discreto na legislatura anterior, subiu o tom de vez, refinou sua ação crítica e o que fala na tribuna e quando fala seu pontos-de-vista tem fundamento.

   Integra a Mesa Diretora, preside algumas sessões, conhece os tramites burocráticos do Regimento – já solicitou uma questão de ordem para colocar a vice -presidente Fátima Nunes, para presidir uma sessão que estava sendo conduzido por outro deputado da base =- é arguto, inteligente e amigo de todos circulando com desenvoltura em ambas as bancadas. Mas, tem lado e deixa isso bem claro.

                                                                    5
 ]
 ROBINSON ALMEIDA (PT) – É o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por onde passam todos os projetos de lei na inicial, até para verificar se têm constitucionalidade ou não.  

   É um petista de raiz, wagnerista, ex-secretário de Comunicação do governo Wagner, engenheiro, o mais duro crítico a gestão de Bruno Reis na Assembleia. Robinson até tentou ser candidato a prefeito para enfrentar Bruno, porém, o PT,  o governador decidiu apoiar Geraldo Jr (MDB) e seu vice-governador, que foi um fiasco. Se fosse Robinson, ao menos o discurso seria mais contundente contra Bruno.

   Robinson tem um bom desempenho na condução da CCJ onde obviamente a base governista tem maioria e também tem uma boa atuação no plenár5io, ora atacando Bruno Reis  e o bolsonarismo, ora defendendo Jerônimo Rodrigues e Lula da Silva. Creio que falta a Robinson abrir o leque se sua atuação o que já vem fazendo com a prática de algumas audiências públicas, abordando outras temas da sociedade que não sejam somente funcionário público.
                                                       
                                                                    6

   FABIOLA MANSUIR (PSB) – é a segunda mulher de nossa lista, diria, a única da bancada das mulheres formada por 9 parlamentares, uma vez que Ivana é a magistrada, a presidente, e não pode se relacionada diretamente na atuação de bancada. Fabíola tem tido um bom desempenho tanto nas comissões, especialmente saúde e educação; quanto no plenário.

   É uma das poucas parlamentes que olha para a cultura e prestou algumas homenagens no plenário, a Carlos Pita, e Riachão, entre outros. Uma das poucas fora do âmbito do PT que defende o governador na tribuna do plenário. Ademais, tem uma visão focada na defesa das mulheres e no avanço delas nas conquistas da sociedade. 

   Seu partido (PSB) não fez coligação nas últimas eleições e embora Fabíola tivesse mais de 50 mil votos ficou na primeira suplência, posição que deverá voltar, em 2026, com, o retorno de Ângelo Almeida (secretário de Desenvolvimento Econômico) a Assembleia.
                                                     
                                                                        7

   ALAN SANCHES (UNIÃO) – Já foi líder do bloco da Minoria, hoje é o vice-lider e candidato a deputado federal e também já teve um melhor desempenho na Casa Legislativa. 

   Ainda assim, no bloco da oposição é o parlamentar que mais faz críticas ao governo JR especialmente na saúde (Alan é médico) , tramita bem no meio e conhece do assunto, em especial da imutável fila da regulação.

   Alan também tem feito o papel de enaltecer ACM Neto e defende-lo de ataques dabase governista, bem como da gestão do prefeito Bruno Reis.
 
                                                                          8
 
   JOSÉ RAIMUNDO (PT) - É também chamado de professor, ex-prefeito de Conquista, petista de raiz, bom orador, defensor do governador Jerônimo e do presidente Lula, presidente da Comissão de Finanças, equilibrado, porém, tímido e pouco dado a relações com a imprensa. Tem uma boa assessoria de comunicação com Joana Darck, a qual deveria promover uma maior interação em 2026.

    Conhece bem a história do Brasil e da Bahia e quando fala de cultura tem fundamento no que diz. Graças a sua intermediação a ALBA cultural tem publicados muitos livros de autores da região Sudoeste do Estado.

                                                                      9

  JOSÉ DE ARIMATÉiA (REPUBLUICANOS) Diria que representa o estilo deputado chamado pé-de-boi que trabalha para o mandato, sempre presente na Comissão de Saúde e também no plenário, onde fala quase todos os dias, e centralizou seu discurso na saúde, na proteção aos velhos., nos idosos e na defesa de uma melhor qualidade de vida para os baianos. 

   É evangélico da base da IURD – a Universal do Reino de Reis – e faz oposição moderada. Defende também muito a comunidades de Feira de Santana. A base governista o vê como inofensivo.
                                                            
                                                                10
    DIEGO CASTRO (PL) Dos novos em mandato é o único que entrou na mossa lista superando seu colega também bolsonarista Leandro de Jesus. Neste 2025 teve um melhor desempenho, preside a Comissão de Segurança e Direitos Humano e tem sido duro crítico aos governos Lula e JR que considera, ambos, desqualificados.

   Vê no PT uma espécie de praga do Egito e credita ao partido e aos seus líderes o atraso em que vive a Bahia, segundo sua ótica. Advogado, jovem, é muito firme nos seus pronunciamentos, mas precisa educar a voz e os gestos, pois, grita mais do que fala e prejudica a interlocução com a imprensa.