Política

DEPUTADO DO PSOL CRIA CONFUSÃO NA CÂMARA E É RETIRADO À FORÇA DA MESA

Huogo Mota anuncia que vai pautar a possível cassação de Braga
Da Redação , Salvador | 09/12/2025 às 20:34
Glauber Braga foi retirado pela Policia Legislativa
Foto: REP
  O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a cadeira indevidamente a cadeira da presidência da Câmara dos Deputados em protesto pela votação do projeto que pede a cassação do seu mandato e foi retirado à força por outros parlamentares. O presidente da Casa, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou a análise do processo para esta quarta-feira (10).

“Eu vou me manter aqui firme até o final dessa história. Se o presidente da Câmara quiser tomar uma atitude diferente daquela que ele tomou com os golpistas que ocuparam essa mesa diretora e que até hoje não tiveram qualquer punição, essa é uma responsabilidade dele. Eu aqui ficarei até o limite das minhas forças”, falou Glauber.

Após a decisão do deputado, a Polícia Legislativa foi acionada e começou a esvaziar o plenário. Outros deputados foram até a mesa para tentar convencer Glauber a sair. As imprensa também foi retirada do plenário e proibida de acompanhar a movimentação. Além disso, a transmissão do plenário pela TV Câmara foi suspensa.

"Eu quero me solidarizar com a imprensa também que foi agredida e que teve o seu trabalho cerceado. Eu estou aqui há bastante tempo, há algum tempo pelo menos. Até hoje não tinha ouvido falar de cortarem o sinal da TV Câmara para que as pessoas não acompanhassem o que estava acontecendo dentro do plenário. A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara, Hugo Motta, foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo que teve com aqueles que sequestraram a mesa diretora da Câmara por 48 horas por dois dias em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país", disse Braga já na coletiva.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou nesta terça-feira (9) a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e se recusou a deixar o espaço. A Polícia Legislativa foi chamada e retirou o parlamentar à força. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a possível cassação de Glauber será analisada pelo plenário.

"Estou na Câmara há bastante tempo, mas nunca tinha visto a Câmara cortar o sinal da TV Câmara para que as pessoas não acompanhassem o que estava acontecendo dentro do planário. A única coisa que eu pedi ao presidente Motta foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo que teve com aqueles que sequestraram a Mesa Diretora da Câmara por 48 horas", disse Glauber.

"Ali sobrou negociação e diálogo. Em nenhum momento, foi cogitada a possibilidade de retirar aqueles deputados à força", acrescentou. Segundo ele, o protesto foi para desmonstrar que ninguém "pode se render".

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT), tentou convencer Glauber a encerrar o protesto, que começou durante os discursos parlamentares. A sessão de votação ainda não havia sido aberta.

"Então a gente vai tentar, a partir de agora — eu estou indo para a liderança do governo — tentar achar uma saída política, porque isso não é bom para a Casa. Não é bom ter ocupação de Mesa. Mas uma saída política rápida, porque não pode acontecer de novo o que aconteceu daquela outra vez, daquele sequestro da Mesa", disse Lindbergh em referência ao protesto realizado pela oposição.

Cassação de Glauber Braga

Em abril, o Conselho de Ética da Câmara recomendou ao plenário a cassação do mandato de Glauber Braga por quebra do decoro parlamentar. O relatório foi aprovado por 13 votos pela cassação e 5 contra. No ano passado, o deputado expulsou um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) de dentro da Câmara aos chutes e empurrões.

"Do que me acusam? De ter defendido a honra da minha mãe, de ter denunciado o orçamento secreto, de ter batido de frente com o todo-poderoso Arthur Lira? Me desculpe, mas isso não é nenhum motivo para cassação do mandato. É uma tentativa de silenciamento", afirmou o deputado do PSOL nesta tarde.