Como o petismo quer ser o dono absoluto do SAC e se diz dono do Metrô de Salvador
Tasso Franco , da redação em Salvador |
01/09/2025 às 18:48
Paulo Souto: a história o elevará
Foto: DIV
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. Quando recentemente o governo do Estado enviou um release as redações dos veículos de comunicação de Salvador (e da Bahia) falando mil maravilhas do SAC, sua "modernização e ampliação do atendimento", nós, do BJÁ, ironizamos de acá dizendo que era a "herança maldita deixada por Paulo Souto".
2. Muita gente não sabe essa história da herança maldita, mas, vou contar rapidamente.
3. Jaques Wagner venceu a eleição para governador, em 2006, e assumiu o governo em janeiro de 2007. Foi uma vitória do petismo a primeira na Bahia graças ao desgaste do ciclo ACM a chamada "fadiga de materiais" e uma ajuda de ex-carlistas que migraram como forças auxiliares ao petismo, a personalidade política mais importante desse novo enredo foi ex-governador Otto Alencar, hoje senador pelo PSD, ainda servindo ao petismo.
4. Vários outros acompanharam Wagner o qual adotou a mesma estratégia de Waldir Pires, em 1986, de se aliar aos denominados "currais" do interior que eram típicos do juracisimo, do carlismo e do vianismo (hoje, agregados ao petismo, pois, nada mudou) e venceu o pleito.
5. Vitória meritória. Em 2007, o petismo vasculhou a vida de Souto e seu governo, mas, não conseguiu nada de escandaloso ou mal feito na sua gestão e então criou um mote para qualquer coisa que denominou de "herança maldita".
6. O líder do governo na Assembleia Legislativa era o deputado Waldenor Pereira (hoje, deputado federal) que disseminou "herança maldita". Qualquer coisa que a bancada da oposição a Wagner falasse, os então deputados combativos Paulo Azi, Heraldo Rocha, Gildásio Penedo (este último, hoje, no TCE, vinculado ao petismo), etc, os deputados da oposição rebatiam dizendo que "pior foi com Souto que deixou uma herança maldita na educação, na saúde, etc". Mas, faltavam-lhes argumentos, dados objetivos.
7. Mas, governo é governo. Sempre tem força junto a midia e a "herança maldita" pegou. Depois, foi morrendo aos poucos, sobretudo quando Wagner abraçou um programa que dizia seu governo iria zerar o analfabetismo na Bahia e quando ele deixou o governo não havia zerado coisa alguma. Rui Costa, seu sucessor, não deu atenção a isso, e o "herança maldita" diluiu. De vez em quando ainda falam nela na ALBA, especialmente o deputado Rosemberg Pinto (PT).
8. E, nós, do BJÁ, que lembramos agora, diante do aniversário do SAC, um serviço de categoria, moderno naquela época e hoje, falando da "herança maldita", pois o petismo, como é do seu feitio só considera o que ele faz, os demais, mesmo os criadores, não existem. O caso do SAC não é único. Há outros e um dos emblemáticos é o Metrô de Salvador que foi criado no governo Imbassay/Souto, o PT foi contra com todas suas forças; inaugurado no governo João Henrique/Leão, mas, uma obra dos governos do PT. Os demais que catem cavacos.
9. Então, diante da nossa lembrança sobre a "herança maldita do SAC" a assessoria de Souto nos enviou, hoje, uma nota sobre os 30 do SAC que, segue abaixo:
10. O ex-governador da Bahia Paulo Souto comemorou nesta segunda-feira (1º) os 30 anos da implantação do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), criado em seu primeiro ano de gestão, em 1995. Souto relembrou a inauguração da primeira unidade, no Instituto do Cacau, no Comércio, em Salvador, quando chamou o equipamento de “shopping de serviços públicos”, exatamente no dia 1º de setembro daquele ano.
11. “Com apenas oito meses de governo, inauguramos a primeira loja do SAC. O primeiro cidadão atendido conseguiu resolver em 20 minutos um problema que o atormentava há seis anos. Aquilo simbolizava o que queríamos: rapidez, eficiência e respeito ao cidadão”, disse o ex-governador, que geriu o Executivo baiano por dois mandatos, entre 1995 e 1998 e entre 2003 e 2006. No interior, as primeiras lojas do SAC foram em Feira de Santana e em Santo Antônio de Jesus.
12. Nos primeiros 60 dias de funcionamento, o SAC registrou 158 mil pessoas, o que começou a chamar a atenção. Na época, o Ministro da Administração e Reforma do Estado, Luís Carlos Bresser Pereira, visitou o SAC e classificou a iniciativa como “um grande avanço para o serviço público brasileiro”.
13. O modelo baiano de atendimento virou referência nacional e internacional. Para se ter uma ideia, destaca Souto, em novembro de 1997, dois anos após a criação do serviço, o estado de São Paulo começou a implementar o Poupatempo, inspirado diretamente no SAC. Além disso, foi em sua gestão que nasceu o SAC Móvel, projeto pioneiro de levar os serviços de forma itinerante a diferentes regiões da Bahia.
14. Além disso, o SAC chegou a receber a visita de Kate Jenkins, consultora internacional que havia integrado o governo de Margaret Thatcher na Inglaterra. Em 1997, também recebeu uma comissão do Governo de Portugal, que pretendia implantar o modelo do SAC em 18 cidades e arquipélagos de Açores e Madeira.
15. A ONU considerou o SAC um exemplo de serviço público eficiente e ágil. Na época, durante visita a Salvador, o diretor da Divisão de Administração Pública e Gestão de Desenvolvimento da ONU, Guido Bertucci, ressaltou o pioneirismo da iniciativa e chegou a afirmar que a organização estimularia países da Ásia, Leste Europeu, América Latina e África a adotarem modelos semelhantes.
16. “A ideia era simples, mas revolucionária: dar eficiência, dignidade e respeito ao tempo das pessoas. O sucesso foi tão grande que o SAC se tornou inspiração para programas semelhantes em outros estados e até em outros países. Hoje, ao completar 30 anos, tenho orgulho de saber que esse serviço continua sendo uma referência e que milhões de baianos foram beneficiados por uma iniciativa que nasceu do nosso compromisso em modernizar a gestão pública e aproximar o governo da população”, salientou.
17. Politização do SAC – Souto também lamentou a forma como o governo do Estado, comandado pelo PT há 19 anos, tratou a comemoração da data. Em nota divulgada na última quinta-feira (28), a gestão estadual atual fez diversas comparações com o cenário de 2006, tentando desqualificar os avanços do programa durante sua gestão.
18. Ele citou três pontos presentes na nota que apontam para essa tentativa de desqualificação. “Primeiro, falam dos avanços tecnológicos. É natural que, passados 19 anos, o SAC tenha avançado tecnologicamente. O que não pode é o governo insinuar que, em 2006, o projeto não era moderno. Desde a inauguração, nós utilizamos o que havia de mais avançado no mundo, tanto que foi reconhecido por diversos organismos nacionais e internacionais, como a ONU”, afirmou Souto.
19. Outro ponto questionado por ele foi a atribuição da expansão ao modelo Ponto SAC, lançado oficialmente em 2008. “O governo atual tenta vender a ideia de que foi deles a concepção do Ponto SAC. Mas esse formato compacto já estava planejado e registrado no relatório final do meu segundo governo”, destacou.
20. Souto também pontuou a forma como o governo apresentou os números dos atendimentos realizados. Na própria nota da gestão petista, há a informação de que o SAC registrou, desde sua inauguração, 235 milhões de atendimentos, sendo 143 milhões nos últimos 19 anos.
21. “Mas quando se faz a média anual, os números mostram que nos primeiros 12 anos foram 92 milhões de atendimentos, ou seja, 7,66 milhões por ano, contra 7,52 milhões anualmente nos governos do PT. Então, em vez de diminuir, deveriam reconhecer que o SAC sempre teve grande desempenho desde a sua criação. É uma lamentável tentativa de reescrever a história”, argumentou.
22. Para o ex-governador, a tentativa de politizar um serviço tão importante para a população não surpreende diante do histórico do PT. “Na verdade, eu já me acostumei com a tese do PT de que a Bahia foi descoberta em 2007”, ironizou. “O SAC foi, e continua sendo, um marco de cidadania. É triste ver um governo usar um serviço tão importante para tentar descredibilizar adversários. E o pior, fazem isso com um serviço que é do povo da Bahia”, concluiu.