NYT

O governo Trump redobrou sua retórica na segunda-feira sobre a decisão de enviar soldados da Guarda Nacional às ruas de Los Angeles para reprimir protestos contra a imigração. Autoridades municipais e estaduais insistiram que a calma prevaleceu na maior parte da segunda maior cidade do país, mesmo após vários dias de manifestações, e disseram que a convocação das tropas havia agravado desnecessariamente as tensões.

Autoridades da Califórnia pretendem processar o presidente Trump por ignorar o governador Gavin Newsom e assumir o controle da Guarda Nacional do estado, enviando 2.000 soldados para a cidade no domingo. Esperava-se que a ação judicial fosse movida, já que protestos foram realizados em mais cidades contra a fiscalização federal de imigração e a prisão de um líder sindical, que comparecerá ao tribunal na tarde de segunda-feira.

É a luta que o presidente Trump esperava, um confronto com um importante rival político em um estado profundamente democrata sobre uma questão central para sua agenda política.

Ao contornar a autoridade do governador da Califórnia, Gavin Newsom, um democrata, de convocar a Guarda Nacional para reprimir os protestos na região de Los Angeles contra os esforços de seu governo para deportar mais migrantes, Trump está agora expandindo os limites da autoridade presidencial e alimentando críticas de que está inflamando a situação para obter ganhos políticos.

Autoridades locais e estaduais não buscaram ajuda para lidar com os protestos dispersos que eclodiram após uma operação de imigração na sexta-feira no distrito de vestuário. Mas Trump e seus principais assessores se inclinaram para o confronto com os líderes da Califórnia no domingo, retratando as manifestações como uma ameaça existencial ao país — desencadeando uma resposta federal agressiva que, por sua vez, desencadeou novos protestos em toda a cidade.

À medida que mais manifestantes saíam às ruas, o presidente escreveu nas redes sociais que Los Angeles estava sendo "invadida e ocupada" por "turbas violentas e insurrecionais" e ordenou que três de seus principais funcionários de gabinete tomassem todas as medidas necessárias para "libertar Los Angeles da invasão migrante".

LOS ANGELS TIMES

Com o aumento do número de batidas policiais de imigração no sul da Califórnia na última semana, há mais perguntas do que nunca sobre como lidar com uma interação com agentes federais.

Agentes do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) efetuaram prisões no distrito de vestuário, especificamente na Ambiance Apparel, onde autoridades de imigração detiveram funcionários dentro da loja de roupas e em outros locais na sexta-feira. Protestos continuaram no fim de semana, levando o governo Trump a enviar tropas da Guarda Nacional

 para o centro de Los Angeles.

Por Grace Toohey, Hailey Branson-Potts, Matthew Ormseth, Rebecca Ellis, Hannah Fry e Rachel Uranga

Uma noite conturbada de vandalismo, assaltos e confrontos no centro de Los Angeles deixou as autoridades municipais lutando para se manterem em vantagem após três dias de protestos esparsos devido a batidas policiais de imigração.

Alguns estabelecimentos comerciais foram vandalizados e arrombados durante a noite no centro da cidade, encerrando horas de protestos que resultaram em carros Waymo queimados, viaturas policiais esmagadas com pedras e patinetes elétricos, além de diversas formas de vandalismo no centro e no centro cívico. Embora a maioria dos problemas tenha ocorrido em poucos quarteirões, eles ganharam atenção mundial depois que o presidente Trump enviou a Guarda Nacional para Los Angeles após confrontos entre agentes de imigração e manifestantes.

WASHINGTON — O tenso telefonema do presidente Trump com o governador Gavin Newsom, na noite de sexta-feira, veio acompanhado de um aviso: "Preparem a polícia". O presidente estava sendo confrontado por sua equipe com evidências de saques em uma loja 7-Eleven e de policiais federais com ferimentos.

Sua paciência duraria menos de 24 horas antes de federalizar a Guarda Nacional em uma ação histórica.

Autoridades da Califórnia anunciaram na segunda-feira que entrariam com uma ação judicial federal contra a mobilização da Guarda Nacional do estado durante os protestos de imigração do fim de semana em Los Angeles, acusando o presidente Trump de extrapolar sua autoridade federal e violar a Constituição dos EUA.

Enquanto milhares de pessoas se reuniam nas ruas para protestar contra batidas e prisões do Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA, Trump mobilizou quase 2.000 membros da Guarda Nacional, apesar das objeções do governador da Califórnia, Gavin Newsom, que afirmou que Trump estava semeando o caos nas ruas por motivos políticos.