A Câmara Municipal de Salvador (CMS) homenageou, na tarde desta segunda-feira (26), a Assistência Militar, na pessoa do coronel Marcelo Grun, e os demais servidores, com moção de aplausos pela resistência durante a invasão de sindicalistas ao prédio do Centro de Cultura, na tarde da última quinta-feira (22), durante a votação do reajuste salarial dos servidores municipais. O reconhecimento foi proposto pelo vereador Ricardo Almeida (DC).

A incursão ao plenário, durante a sessão extraordinária – que envolveu agressões a alguns parlamentares –, dominou a pauta da sessão desta segunda-feira, presidida pelo vereador Carlos Muniz (PSDB), que cobrou a apuração dos culpados. O vereador Claudio Tinoco (União) também participou da condução dos trabalhos.

“Quero pedir uma moção de aplausos a todos os praças, na figura do coronel Marcelo Grun, que, no dia 22 de maio, lutaram bravamente para defender a democracia e proteger esta instituição centenária”, frisou Almeida, solicitando a Muniz que encaminhe o documento ao comando-geral da Polícia Militar.

“Que essa moção faça parte da ficha funcional de cada um deles, porque esses bravos soldados cumpriram o seu papel. Quero ainda, presidente, pedir que todos os servidores sejam igualmente aplaudidos por nós, com sua anuência, pois, mesmo acuados e trancafiados, também resistiram bravamente”, reforçou Ricardo Almeida.

Manifestando seu apoio irrestrito, Carlos Muniz destacou ainda a paciência do coronel, que não revidou em momento algum, mesmo sendo agredido.

“Ao chegar em casa e ver as imagens do que aconteceu aqui, eu queria saber do coronel como ele teve tanta paciência para agir da maneira como agiu. Ele foi agredido e não revidou em momento algum à agressão”, disse, agradecendo pela qualificação da Assistência Militar.

“Porque, se eles não tivessem a capacidade de segurança que demonstraram, não tivessem a paciência que tiveram, poderia ter ocorrido uma tragédia, o que seria ruim para todos nós. Quero agradecer, Marcelo, publicamente, a você e a todos aqueles que participaram naquele dia da defesa, não só da democracia, mas da segurança de todos os servidores, de todos os vereadores que aqui estavam presentes, e da segurança das pessoas da imprensa, que nos procuraram porque foram coagidas a não adentrar à Casa, como se não pudessem presenciar algo que não lhes convinha”, ponderou.

Na sequência, afirmou ainda que está aguardando a análise das imagens de segurança para identificar os responsáveis pelos atos de vandalismo registrados.

De acordo com Muniz, nenhum dos envolvidos, sejam servidores, manifestantes ou vereadores, será poupado, caso fique comprovada a participação nos atos de agressão ou depredação do patrimônio público. “Se houve participação em atos de vandalismo, qualquer que seja a pessoa, ela tem que pagar pelo erro que cometeu”, declarou.

Ainda segundo Muniz, uma comissão foi formada para analisar os vídeos das câmeras de segurança e identificar todos os envolvidos no episódio.

Reforçando, o líder do governo, vereador Kiki Bispo (União), assegurou que também cobrará apuração nesse sentido.

“É como se estivéssemos no 8 de Janeiro, mas com uma grande diferença: lá não havia servidores, e aqui havia servidores que foram atacados, vereadores que foram mordidos e levaram socos, e a imprensa ficou impedida de acessar esta instituição secular. Então, fica aqui o meu repúdio. Eu penso que esta Casa está acima de todos nós e não podemos deixar barato. Temos que cobrar uma apuração rigorosa, buscar os autores e que eles sejam criminalizados, porque, no direito penal, você pode ser tanto culpado pela ação como pela omissão. Então precisamos buscar as imagens, acionar os órgãos judiciais para punir e fazer o nosso dever de casa”, pontuou Kiki Bispo.

A líder da bancada de oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), reiterou o desejo de se associar à homenagem proposta por Ricardo Almeida.

“Eu externei ao coronel Marcelo Grun que ele, juntamente com sua equipe, agiu de maneira exemplar. Então, quero registrar, em nome da nossa bancada, o reconhecimento, senhor presidente, à ação da Guarda Militar, que, na minha visão, deveria ocorrer em todas as situações como a que enfrentamos naquele momento”, concluiu.