Eleição do papa Leão XIV também uma vitória dos Estados Unidos, mas, não necessariamente de Donald Trump
Tasso Franco , Salvador |
09/05/2025 às 12:32
Papa Leão XIV no prédio do Santo Oficio
Foto: Vatican News
Como sempre os especialistas e os vaticanistas e a mídia palpiteira erraram na escolha do novo papa o norte americano Robert Francis Prevost, agora, denominado papa Leão XIV, agostiniano.
E seguem errando dizendo que o novo pontífice vai dar continuidade a obra pastoral espiritual do Papa Francisco. Também e provavelmente será um crítico a linha política do presidente Donald Trump e até um empecilho na medida em que, sendo norte americano de um estado tradicionalmente democrata (Illinois, Chicago, a terra de Barack Obama) suas prováveis críticas a Trump serão mais ácidas.
Em primeiro lugar o Papa Francisco era franciscano, jesuíta, uma linha diferenciada do papa Leão XIV, agostiniano, isto é: dos frades mendicantes em sua origem. Bem diferenciadas da Companhia de Jesus do espanhol Santo Ignácio de Loyola.
E veja que, na sua primeira homilia, Leão XIV citou Santo Inácio de Antíoquia, nos primórdios da igreja católica, primeira centúria depois de JC, época do imperador romano Trajano. Trata-se, de cara ou na inicial, uma mudança de conceito filosófico.
Evidente, no entanto, que o papa Leão XIV não se distanciará dos temas da atualidade em movimento no mundo como a questão dos imigrantes, o celibato das mulheres, a onda LGBT, a robótica, a inteligência artificial e a substituição do homem por robôs, e os temas que são calos ou problemas para a igreja como a pedofilia e as questões de natureza financeira envolvendo a banca vaticana.
Também é certo que, nem Donald Trump, nem Vladimir Putin, nem Xi Jinping e outros dirigentes mundiais vão modificar suas políticas internas e externas, as diplomáticas internacionais e outras, devido a opinião do papa Leão XIV.
campo, se por acaso ele se dirigir nessa direção, a repercussão acontecerá apenas na mídia e esses dirigentes não mudam nada. Por posto, no dia da eleição do papa estourou de forma mais visível o conflito eterno entre Índia x Paquistão em torno do território rico da Caxemira, controlado pela Índia e que o Paquistão diz ser seu de direito, conflitos iniciais com mais de 100 mortos.
E a guerra da Rússia x Ucrânia que já dura 3 anos vai mudar alguma coisa? Nada. Os conflitos na Faixa de Gaza entre Israel x Palestinos. Também nada.
Ora, está se falando muito de Trump x Leão XIV. A eleição do novo papa embora Trump não tenha influenciado em nada representou uma vitória dos Estados Unidos, como país, e sendo Trump o presidente se torna destaque quase obrigatório.
E ele já disse no X que terá imenso prazer em conhecer Leão XIV. Qualquer presidente faria o mesmo. Se o papa fosse francês, Emmanuel Macron, diria o mesmo. Se fosse brasileiro, Lula da Silva, também iria enaltecer. Faz parte da diplomacia ainda que o chefe de estado não seja católico como é o caso de Trump.
Portanto, quaisquer palpites desses especialistas na direção de Trump e outras linhas que Leão XIV vai seguir é tudo apenas palpites, especulações, sujeitas a erros.
Se o papa vai ser conservador ou progressista quem vai ditar é o andar do seu pontificado.
A igreja católica nunca deu passos apressados em quaisquer direções e não vai ser agora que dará. O papa pode até ter opiniões pessoais sobre determinados temas, porém, a igreja é um todo, um conselho de sábios e é preciso dar tempo ao tempo para verificar o que vai acontecer.
Agora, palpitar e falar bobagens também é permitido, mas, ninguém é obrigado a acreditar. E o que se publica em redes sociais, esqueça, delete. (TF)