O problema, em si, não é dela, mas sendo a presidente está envolvida e não pode haver desgaste na base governista
Tasso Franco , da redação em Salvador |
26/03/2025 às 18:30
Ivana Basta
Foto: Vaner Casaes
A presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ivana Bastos (PSD), adiou a eleição para a 1ª vice-presidência da Casa para a próxima terça-feira (1º). Segundo ela, a votação foi suspensa “para que o PT resolva seu problema interno”, uma vez que o partido conta com dois candidatos à vaga: Fátima Nunes e Júnior Muniz.
Isso é real, porém, tanto Ivana quanto o lider da bancada da Maioria, Rosemberg Pinto, foram surpreendidos com o avanço da candidatura de Júnior Muniz e a rejeição a Fátima. A solução para se tentar um consenso que, obviamente, não passa pela presidente, embora ela tivesse simpatia por Fátima, é restrita a bancada do PT na indicação do nome uma vez que, na propocionalidade, essa vaga era ocupada por um petista deputado José Raimundo e segue sendo do PT.
Mas, não se trata de uma regra pétrea qualquer deputado pode se candidatar porque a eleição é pelo voto secreto e direto. Hoje, de fato, foi o primeiro teste para a presidente Ivana na condução do comando da Casa e ela enfrentou um pequeno desgaste, mas, se saiu razoável adiando o pleito.
Se deixasse correr, Júnior Muniz (PT) estaria eleito, o qual embora seja da base não é mulher e o sonho reinante (pelo menos aparentemente) era de duas mulheres no comando da Assembleia, o que seria de um ineditismo invejável.
Já o é pelo fato de Ivana ser a primeira presidente mulher da Casa, embora sua ascensão não foi uma ação coletivas das mulheres que a elegeu e sim uma circunstância política dentro da base e do PSD.
Sobre o episódio de hoje disse à imprensa: “Tem dois candidatos de um partido que só tem uma vaga. Então o partido precisa resolver quem é o seu candidato. Com muita tranquilidade, é um direito que os deputados têm, muito tranquilo, suspendemos a votação para que o PT resolva seu problema interno, para que a gente possa ir para uma votação, na próxima terça-feira, essa é a nossa intenção”.
Ivana ainda salientou de que o PT precisa encontrar um consenso em torno do nome à vice-presidência da Casa. “É preciso haver um consenso, assim como ocorreu com o deputado Angelo Coronel Filho, que retirou seu nome em meu favor. O Júnior Muniz colocou o nome dele e o de Fátima Nunes já estava, agora o PT precisa definir quem é o seu candidato. A vaga, pela federação, pela proporcionalidade, ficou com o PT, então é uma decisão agora interna do PT de indicar qual é o candidato”.
A presidente está correta em suas declarações, no entanto, hoje, ela percebeu pela primeira vez que a Casa Legislativa tem ritos que a própria razão desconhece e quando parlamentares implicam com uma coisa é muito dificil encontrar um consenso, pelo menos entre os dois que estão se enfrentando. Nesse caso, ao menos na prática politica quando isso acontece, emerge um "tercius". (TF)