Política

VEREADORA ALALDICE DENUNCIA PASSARELA DA VERGONHA COM AUTORIZAÇÃO PMS

Vereadora diz que é a segregação nas alturas
MB , da redação em Salvador | 19/02/2025 às 17:24
Vereadora diz que é a segregação nas alturas
Foto: DIV
"A prefeitura não pode ceder a área pública para benefício exclusivo de um camarote, que já fatura alto com o carnaval sem sequer dar contrapartida aos foliões e trabalhadores que fazem essa festa acontecer e ser a maior do planeta". O desabafo foi feito pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da bancada da oposição na Câmara, ao denunciar a instalação de uma passarela privada, no Morro Ipiranga, exclusiva para frequentadores e artistas do camarote Glamour. 

Da tribuna da Câmara ela denunciou o que chamou de passarela da vergonha: "Uma passarela ligando o Morro Ipiranga a um camarote, para que os vips não precisem passar pelo meio dos foliões. Um absurdo total, é levar a segregação às alturas. Nós confirmamos com a Saltur e pedimos informações sobre a solicitação e a liberação dessa passarela segregacionista, inclusive qual a legislação que permite essa privatização do espaço público. A prova de que quem tem dinheiro se beneficia de diversas formas da cidade".

Após receber a denúncia de um grupo de moradores da região,  Aladilce cobrou explicações da Saltur, durante apresentação do Masterplan, por Márcio Sampaio, para diversos vereadores, na manhã desta quarta-feira (19). O representante do órgão confirmou que a estrutura estava sendo montada pela empresa que explora o camarote, surpreendendo aos vereadores das duas bancadas. A líder da oposição foi ao local comprovar a "arbitrariedade autorizada pela prefeitura" e protocolou ofício junto à Saltur requisitando informações sobre o que justificou a liberação da obra.

O ofício requer informações sobre: autorização e licenciamento, incluindo a documentação vigente para o funcionamento da passarela; responsabilidade técnica, empresas ou órgãos responsáveis pela instalação, fiscalização e eventuais intervenções na estrutura; e plano de contingência, medidas previstas para garantir a segurança dos usuários, especialmente em casos de superlotação ou emergências.

 *Termo de conduta* 

Na audiência pública sobre Trabalho Legal no Carnaval, realizada pela Câmara no Centro Cultural, antes da reunião na Saltur, com a presença de representação do Ministério Público, do Detran e da Polícia Militar, além das categorias de trabalhadores, a vereadora sugeriu a realização de uma mesa de negociação, convocada pelo MPE e MPT, para que as demandas apresentadas sejam encaminhadas ao Executivo municipal, que não mandou representante. "A ideia é estabelecer um termo de ajustamento de conduta", frisou.

Propôs, também, para as próximas festas, um seminário, com ampla consulta popular, sobre o modelo do carnaval, incluindo questões como exclusividade de marcas de bebidas e mudanças de circuito. Aladilce dividiu com o vereador Maurício Trindade (PP) a condução da audiência, que contou com a participação também dos vereadores Randerson Leal (Podemos), Marta Rodrigues (PT), Sílvio Humberto (PSB) e Eliete Paraguassú (PSOL).