Cúpula da base governista se reúne na segunda-feira, 20, para decidir e Adolfo Menezes deve retirar seu nome da disputa
O primeiro deles, observado pelo senador Jaques Wagner (PT) aponta que, de fato, há um movimento rebelde na base no sentido de eleger um presidente alinhado com o governador Jerônimo Rodrigues, porém, nem tanto como o desejável.
Mas, ainda assim, nada que possa fissurar a base, como se imagina já relacionando com a chapa majoritária de 2026, uma vez que tudo será resolvido na segunda-feira, 20, com o senador Otto Alencar (PSD) de forma consensual.
E, em sendo assim - ainda de acordo Wagner - quem apostar na fissura vai se ferrar.
O segundo fato foi a declaração do presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), o qual admitiu pela primeira vez retirar seu nome da disputa permitindo que se faça logo uma chapa definitiva da Mesa (2025/2026) sem a necessidade dele se candidatar a um terceiro mandato consecutivo, o que a lei não permite, mas, vinha sendo no sentido de acalmar a base até se conseguir um nome consensual para vice-presidente que seria alçado, adiante, a presidente.
Adolfo também fez uma declaração que não é adequada ao meio político ao situar que as lideranças superiores do seu grupo político - o governador Jerônimo, os senadores Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD) e o ministro Rui Costa - vão resolver essa questão e encontrar o candidato de consenso. E, como nem sempre é possível fazer o que se deseja se afastaria da disputa.
Veja o que ele disse em nota enviada a imprensa:
“Só sou candidato a um terceiro mandato por vontade da quase totalidade dos meus 62 pares. Todos e todas têm maturidade política e irão escolher exclusivamente pela razão. Nessa hora, a emoção fica suspensa. Se, até o dia 3 de fevereiro, eles quiserem outro nome, vou acolher com tranquilidade. Graças ao Senhor do Bonfim posso dizer que estou realizado e feliz com o que já alcancei. Na política não é sempre o que a gente imagina ou quer”, disse o presidente da ALBA, negando qualquer atrito ou contrariedade com os possíveis postulantes à 1ª Vice-presidência da Casa.
“Não brigo nem com os meus adversários, quanto mais contra um dos meus 62 pares. Os nossos líderes maiores — governador Jerônimo, ministro Rui Costa e os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar — estão debruçados sobre a questão, que tem implicações no pleito de 2026. Ainda temos quase 20 dias para que cheguemos ao consenso do que é melhor para a nossa base, para o nosso grupo e, sobretudo, para a Bahia. Vamos ouvir a todos e tomar a decisão que for mais acertada”, disse o chefe do Legislativo estadual.
As declarações de Adolfo são inusitadas ao meio político uma vez que, sempre se diz e o governador Jerônimo já falou nesta direção, em 2025 - que, quem decide a eleição da Mesa Diretora da Assembleia são os deputados e não há ingerência externa.
Acontece que, na prática, sempre houve e haverá interferência do Poder Executivo, não só na Bahia, mas, nos outros poderes legislativos dos Estados, do governo federal e nas Câmara Municipais.
Adolfo deu uma declaração de "deputado sincerão" o que lhe é peculiar e ele já tinha falado nisso no almoço com os jornalistas no final do ano passado e agora reconfirma que a sucessão na ALBA passa pelos 4 caciques maiores da base.
Uma outra questão – exatamente onde se concentra todo o nó ou abalo na base - está no fato de Adolfo excluir o senador Ângelo Coronel dos "chefões" ou "caciques" da base e todo o abalo ou rachadura está se dando porque Ângelo Coronel lançou e faz campanha para o filho Ângelo Coronel Filho ser o presidente da Assembleia, na inicial, como 1º vice-presidente na chapa Adolfo e, ao que tudo indica, estaria tendo êxito.
Por isso mesmo, agora, acontece essa reviravolta, ao que se vislumbra, a retirada da candidatura Adolfo ao 3º mandato, o “rifamento” de Ângelo Coronel Filho e a escolha de um novo nome desde já para presidir a Casa e ser sacramentado na votação de 3 de fevereiro.
Afinal, que nome seria esse? Pré-lançados estão vários: Ivana Bastos (PSD), Nelson Leal (PP), Marquinhos Viana (PV), Rosemberg Pinto (PT), Vitor Bonfim (PV). Correndo por fora: Alex da Piatã (PSD) e Jusmari Oliveira (PSD) que era secretária do governo e retornou à Assembleia, nome que passa a ser analisado com carinho.
Não arrisco nenhum palpite. E vamos aguardar a reunião da segunda-feira, 20, para comentar mais adiante. (TF)