Política

DOM TOMMASSO CASCIANELLI ORIENTADOR DE SANTA DULCE É CIDADÃO DA BAHIA

Proponente do título honorífico, o deputado Ricardo Rodrigues (PSD) elogiou a trajetória religioso
Da Redação , Salvador | 08/11/2024 às 17:46
Solenidade na Assembleia Legislativa da Bahia
Foto: ALBA

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) concedeu, na manhã desta sexta-feira (8), o Título de Cidadão Baiano ao bispo dom Tommaso Cascianelli, orientador espiritual e conselheiro de Irmã Dulce nos últimos anos de vida da religiosa, entre 1987 e 1992. Através da honraria, proposta pelo deputado Ricardo Rodrigues (PSD) e aprovada por unanimidade pelo parlamento estadual, a Casa Legislativa reconheceu as contribuições do bispo de origem italiana que escolheu a Bahia como lar.

Do púlpito, Ricardo Rodrigues exaltou a trajetória religiosa de dom Tommaso, que esteve à frente de iniciativas de amparo social e de projetos construídos para garantir dignidade às comunidades por onde passou. “Dom Tommaso desbravou a Bahia com um coração cheio de amor, especialmente na região de Irecê. Ele fez questão de estar ao lado dos baianos e baianas, com um compromisso genuíno de fazer o bem”, frisou.

O parlamentar ainda ressaltou a humildade do bispo ao ser convidado a participar da sessão de outorga. “Ele me questionou se era merecedor de tal honraria. Isso foi mais uma demonstração de toda a sua humildade”, disse Ricardo Rodrigues, em tom de admiração.

O homenageado, que chegou ao Plenário Orlando Spínola conduzido pelos deputados Luciano Araújo (SD), Manuel Rocha (UB) e Raimundinho da JR (PL), e por bispos da diocese de diferentes municípios, agradeceu o reconhecimento da ALBA e, desde a primeira frase proferida em seu discurso, pregou a união entre as pessoas. “Eu vejo esse momento como algo que nos une a Deus. Tenho sotaque italiano, mas coração baiano. Procurei viver a realidade do nosso povo. Gostei. Não fiz nada. Nós, juntos, fizemos. Estou grato pela homenagem”, afirmou.

Superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce, Maria Rita Pontes destacou o merecimento do bispo. A sobrinha de Santa Dulce dos Pobres ressaltou alguns feitos do religioso e a relação de confiança com a imaculada. “Todos nós queríamos estar aqui para lhe homenagear. Uma homenagem tão merecida. O senhor está aqui [na Bahia] na nossa convivência e só tem semeado o bem. Todo o aprendizado que Santa Dulce lhe passou ‘amar e servir’, é o seu lema também”, disse.

Bispo da Diocese de Irecê, onde Tommaso Cascianelli fixou-se, dom Antônio Ederaldo lembrou o que ouviu de colegas após a chegada do bispo italiano. “Irecê vive outros tempos depois que Tommaso chegou. Sou testemunha do quanto a luta foi grande”, afirmou, ao enfatizar as contribuições de Cascianelli para a comunidade local.

Além dos mencionados, compuseram a mesa as seguintes autoridades: o prefeito do município de Irecê, Elmo Vaz; o assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais, Yulo Oiticica, que neste ato representou o Governo do Estado; o vigário geral da Diocese de Irecê, padre Luis Martins dos Santos; a presidente da Associação Casa dos Anjos, Diana Francelina Dias; o vice-provincial passionista, padre Marcos Antônio Souza; e o coronel PM, Valter Araújo.

BIOGRAFIA

Dom Tommaso nasceu em uma pequena cidade da Itália, Capodimonte, em 9 de março de 1948. Ele deixou a Itália em 1980, oriundo de uma família com raízes religiosas. Desde cedo, apresentava o desejo no coração de se tornar missionário. Num primeiro momento, a ideia era fazer missões na África. Porém, devido à sua província passionista, mudou-se para a Bahia, onde serviu à igreja em Itabuna. Depois veio para Salvador e, com o passar do tempo, retornou para a cidade grapiúna.

Dom Tommaso Cascianelli foi conselheiro de Irmã Dulce nos últimos anos de vida da religiosa, entre 1987 e 1992. Sem sair da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, à qual pertencia, ela fundou também uma pequena comunidade de irmãs, o Instituto Filhas de Maria Serva dos Pobres. Dom Tommaso foi chamado por Irmã Dulce, à época, quando ainda era sacerdote, para dar assistência espiritual ao pequeno Instituto, em Simões Filho, onde passou a atender as jovens duas vezes por mês.