Política

JERÔNIMO: O MAIOR CABO-ELEITORAL DAS OPOSIÇÕES NA BAHIA,p TASSO FRANCO

A postura negacionista do governador é prejudicial a ele ao PT e a oposição não vai parar de lhe fazer críticas
Tasso Franco , Salvador | 23/10/2024 às 18:55
Jerônimo com postura negacionista
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      MIUDINHAS GLOBAIS:

   1. Na atualiddae, o maior cabo-eleitoral das oposições na Bahia é o governador Jerônimo Rodrigues. O PT está governando o estado desde 2007 e os outros dois governadores deste partido, Jaques Wagner e Rui Costa, tiveram comportamentos diferenciados do de Jerônimo. 

  2. Wagner é o mais politizado dos três e puxou a fila petista derrotando Paulo Souto, em 2006. E governou o estado durante 8 anos, até 2014, e fez seu sucessor Rui Costa, o mais administrativo dos três, o qual governou por 8 anos, até 2022, passando o bastão a Jerônimo Rodrigues, o qual ajudou a eleger.

  3. Jerônimo, por conseguinte, não é uma coisa (politico) nem outra (administrador) e está desde janeiro de 2023 comandando o governo sem uma estratégia definida. Como bem disse o prefeito de Salvador, Bruno Reis: "Jerônimo vai fazer dois anos no governo e ainda não disse para que veio". 

  4. De fato, é isso. O governador viaja bastante pelo interior muitas vezes inaugurando obras de pequeno porte ou que, necessariamente, não são para ter a presença de um governador e a macroeconomia do estado perde espaços para Ceará e Fortaleza, isso só para citar estados do Nordeste, que avançam em estruturas portuárias e industriais mais do que a Bahia.

  5. O "chegar chegando" da inicial do seu governo virou vento. As urnas de 6 de outubro último revelaram que a crescente onda de violência no estado, sobretudo nas grandes e médias cidades, está apavorando e muito as pessoas e a resposta foi dada pela população com insatisfação ao governo. 

   6. Creio que ainda não houve uma intervenção direta do governo federal (como aconteceu no Rio) porque se trata de um governador do PT mesmo partido do presidente da República. Mas, uma intervenção parcial já se deu quando do crime do Policial Federal e a crise no bairro de Valéria com agentes, armas e equipamentos que chegaram a Bahia em navio da Marinha.

  7. O mais sintomático e grave nos parece são as declarações do governador à imprensa e no X negando que haja uma crise na área da segurança, a ponto de, hoje, falar que não irá a Paris no voo inaugural da Air France (Salvador-Paris) para acompanhar a situação da violência no estado que comparou a uma "gripezinha". 

  8. Um deboche, sem dúvida com os baianos. Uma vez que está todo mundo vendo o que se passa no estado, as facções criminosas instaladas e disputando espaços a balas, as pessoas com medo de sair de casa às noites especialmente nos bairros mais pobres, mortes todos os dias. Portanto, não se trata de "gripezinha". É sério. É grave.

   9. Um dos postulados propagandísticos do governo Wagner se sustentava na tese de ser "democrático e saber cuidar de gente". Pertinente, em parte, uma vez que o poder sob o controle de ACM tinha o viés autoritário e benfeitor da classe econômica produtiva. Mesmo que o grupo de ACM inaugurasse um colégio -e foram vários de excelência - não era considerado social. 

   10. Wagner praticou a política do bom parceiro, bom aliancista, e cuidou de gente. Pelo menos, em parte, isso aconteceu porque se reelegeu com facilidade. Rui, também. A situação, na atualidade, ao que se vê, é que a violência e as facções criminosas estão atuando exatamente onde estão as pessoas mais pobres, o que Wagner chamava de gente.

   11. O governador Jerônimo é qem está com o bastão de comando. Wagner bem que tentou ser ele o condutor desse bastão, novamente, em 2022, mas Rui vetou. Agora, então, Rui que é o "pai da criança" - como se diz na política, o mentor de Jerônimo - que o ajude a enfrentar a crise com trabalho, organização e estratégias. 

  12. Quando mais ele critica a oposição, pior para ele e o PT. O papel de qualquer oposição (e o PT fez muito isso contra FHC, contra Temer e recentemente contra Bolsonaro) é de opor. É um papel constiticional, de direito. E, cabe a quem está governando, governar. Agir, atuar.

   13. Jerônimo age, mas não pega o touro na unha. Fica zanzando pelo estado ou como diz Bruno Reis, "passeando". O deputado Marcelo Nilo que foi presidente da Assembleia Legislativa por 10 anos e muito ajduou o PT com Wagner e Rui, na oposição desde a campanha de governador, em 2022, já tinha comentado isso, de que o atual governador fica pra lá e pra cá no estado, mas, sem uma opragnização politica, não recebe ninguém, não conversa. E Nilo sabe das coisas pois foi aliado do petismo por mais de uma dezena de anos. Aliado próximo.

   14. Entã. Em nossa opinião, cabe ao governador mudar de postura. Outro dia chamou o Correio de"jornaleco", é grosseiro com jornalistas e agora incorporou o negacionismo. 

   15. Lembremos que o bronco Jair Bolsonaro tinha essa postura, de agredir jornalistas e negar o óbvio. Mesmo diante de 700 mil mortes da Covid andava de moto de estado em estado defendendo cloroquina e outras maluquices. 

  16. As mortes da violência na Bahia são diárias e as policias estão em confronto permanente com os bandidos. Todo dia a SSP publica: foram alçançados tantos marginais. Ora, se o comandante do estado fala numa "gripezinha" desmerece também os policiais que, diariamene, estão na frente do combate. E, agora, chegaram a Salvador 120 PMs do Caatinga para dar reforço ao embate.

   17. Uma coisa é óbvio: a oposição não vai parar de fazer críticas ao governador. 
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