Política

VISITAS DE LULA E ACM NETO EM CAMAÇARI SÃO IRRELEVANTES,p TASSO FRANCO

Eleitoral já tomou posições bem claras no primeiro turno das eleições e não deverá mudar de trajetória
Tasso Franco ,  Salvador | 12/10/2024 às 10:59
Luis Caetano e Flávio Matos
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       O candidato do PT a Prefeitura de Camaçari, Luis Caetano, venceu a eleição no primeiro turno para Flávio Matos do UB, com uma diferença de 559 votos. Isto é: Caetano obteve 49.52% dos votos (77.926) e Flávio 49.17% dos votos (77.367). A eleição - cujo resultado foi o último a ser divulgado na Bahia, diante problemas que teriam ocorrido nas eletrônicas) foi para o segundo turno, apertadíssima.

   Então, todo esforço para conquistar votos no próximo dia 27 é válido e anuncia-se, até, a presença de Lula no dia 17 próximo para dar uma força a Caetano.

   Mais importante do que Lula, no entanto, são os outros integrantes do pleito no primeiro turno: Osvaldinho (MDB) que obteve 1.100 votos e já teria declarado apoio a Caetano; Cleiton (Novo) 699 votos que já estaria com Flávio; Lazinho (PMB) 108; os que votaram em branco 3.160 e os nulos 7.270. Aqui está a chave da questão. No segundo turno, quem conseguir conquistar uma parte dessas pessoas leva a vitória.
  
   Parece simples, mas não é. Numa eleição tão apertada e onde está envolvendo o governador do estado e o presidente da Repúblia, já há denuncias do lider da oposição, deputado Alan Sanches, de blitz da Policia para prejudicar Flávio e outros mecanismos, a conquista dos indecisos e dos que votaram errado são de fundamental importância.

   Ora, diante desse quadro, a presença de Lula é apenas emblemática (ele que não pisou os pés na Bahia no primeiro turno e deixou todos os candidatos do PT a ver navios), mas, não altera em nada o quadro eleitoral uma vez que, quem votou em Flávio vai continuar votando (e a presença de Lula aumenta essa vontade em votar em Flávio) e quem votou em Caetano vai continuir votando nele. Por outro lado, a presença de ACM Neto para impulsionar Flávio também não terá efeito prático algum, eleitoral.

   Isso parece óbvio. Que argumentos teria o eleitorado de Caetano em mudar para Flávio faltandoo 15 dias para as eleições? Nenhum. Assim como, quais argumentos teria Caetano para conquistar o eleitorado de Flávio. Zero. O que vale, agora, são os bastidores, as negociações politicas, acordos.

   Vê-se, pois, que o furo é mais embaixo. O eleitorado, de uma forma geral, não engole e nem acredite nesse alinhamento com os governos estadual e federal, que não muda nada, e é pura enganação. 

   E uma mostra mais real disso é Salvador. O prefeito Bruno Reis foi reeleito porque é um bom gestor e o governo do estado não lhe dá ajuda em nada. O governo federal muito menos, salvo o que é constitucional e está na lei. A cidade mostrou que não quer esse alinhamento. Respeita o governador e o presidente e só.
  
    No caso de Camaçari é a mesma coisa. O prefeito Elinaldo, em segundo mandato, é um gestor abaixo da critica e não fez o dever de casa como deveria ter feito. E Caetano, bom politico, excelente articulador politico, entrou como alternativa para mudar um quadro que é ruim. Como ele já foi prefeito e conhece todas as lideranças do município e também foi secretário de estado da articulação coinstruiu a sua candidatura.

   A vitória de Caetano, no primeiro, foi de Caetano. E se acontecer no segundo turno, a mesma coisa. Portanto, a presença de Lula do ponto de vita eleitoral será inócua. Uma bandeirada festiva. (TF)