Política

BRUNO REIS EMERGE COMO FORTE FORÇA POLITICA PARA 2026, p TASSO FRANCO

Vitória esmagadora do prefeito em Salvador o coloca como líder, na atualidade, mais importante do ACM Neto no UB
Tasso Franco , Salvador | 06/10/2024 às 17:57
O foguete para 2026
Foto: DIV

    A população de Salvador por ampla maioria reelegeu hoje o prefeito Bruno Reis para comandar os destinos da cidade por mais 4 anos. Uma vitória estendida, maiúscula, que poderá credenciar o prefeito a ser o nome possível para quebrar a hegemonia petista no estado, que vem desde 2007, com a vitória de Jaques Wagner contra Paulo Souto, em 2006. Esse, óbvio, é um outro tema, outra questão, mas, no mundo da política diz-se que, terminada uma eleição já se pensa na outra.

   E, na realidade, não só se pensa. Verifica-se como como foram os resultados no Estado, quais partidos cresceram e quais minguaram, que lideranças novas emergiram no processo. Faz-se um balanço, mudam-se estruturas estaduais e municipais. Enfim, abre-se uma imensa janela com vistas a 2026 data da eleição para presidente, governadores, senadores e deputados. 

    Desde o início da pré-campanha em Salvador quando o governador Jerônimo Rodrigues decidiu lançar o vice-governador Geraldo Jr (MDB), nome que considerou mais destacado de sua base politica na capital, descartando o deputado Robinson Almeida, do seu partido, o PT, e aliados mais antigos como as deputadas Lídice da Mata (PSB) e Olivia Santana (PcdoB), mais alinhados à esquerda e, em nossa opinião, com densidades eleitores mais amplas do que as de Geraldo Jr, o desenho era de um quadro de facilidades para Bruno.

  Em nenhum momento, Geraldo Jr conseguiu sensibilizar as militâncias dos partidos considerados de esquerda - PSB, PcdoB, PT, Verde - e que integram a base de Jerônimo, nem os do centro – PSD, PP, PMN, etc – para se mobilizarem em torno de Geraldo Jr, o qual tem viés de direita e integra o MDB fisiologista dos irmãos Vieira Lima. Ademais, o candidato do PSOL, Kleber Rosa, conseguiu atrair para si alguma simpatia dos esquerdistas, sem muita densidade, uma vez que, na Bahia, não tem uma postura nítida de independência junto ao PT.

   Geraldo Jr, portanto, ficou só. E, embora o governador Jerônimo tenha se mantido fiel a ele até o final, distanciou-se na obrigatoriedade de também apoiar outras candidaturas no interior do estado, e o presidente Lula, o grande diferencial, em Salvador não pisou seus pés e gravou apenas mensagens televisivas de apoio ao candidato do MDB. 

  Bruno Reis, que faz uma administração bem avaliada pela população, na prática, fez mais um passeio pela cidade do que uma campanha propriamente dita e se deu ao luxo de não participar de debates em rádio e televisão com seus adversários entendo que, diante da inexpressividade deles, não valeria a pena correr quaisquer tipos de riscos. E a população de Salvador, que teme uma gestão petista assim como o diabo teme a cruz, e vê Jerônimo como ‘banda voou’, abraçou Bruno e Ana Paula de vez.

  Bruno e Ana Paula fazem parte de um processo que se iniciou com ACM Neto, em 2013, após as desastrosas administrações de João Henrique, na capital, aliado do PT, PcdoB e PSB, com quem dividiu o poder entre 2005 a 2012 cujo DNA envolve também os irmãos Vieira Lima e o MDB, ao menos na vitória de sua segunda gestão. ACM Neto consegui recolocar a cidade do Salvador num rumo mais consequente e competitivo e alçou Bruno, então deputado, como seu sucessor. O que, diga-se, faltou a Imbassahy, em 2004, ter organizado um nome para sucedê-lo o que permitiu a vitória de JH e a campanha do “chupa cabra”.

  Águas passadas não movem moinho. Mas poderiam ter movido e esse erro politico de Imbassahy, adiante, veio sepultar sua carreira política. Ao reconquistar Salvador, em 2012, ACM Neto, requalifica novamente a cidade e Bruno Reis e Ana Paula dão a continuidade. Estou colocando o nome de Ana Paula nesse processo como sentido mais amplo, uma vez que, sendo uma gestora com uma capacidade de trabalho e mobilização enorme, será o nome que substituirá Bruno. Isso, se assemelha como óbvio.

  Então, mirando 2026, Bruno emerge nesta campanha como um provável nome, creio, mais forte do que o de ACM Neto para enfrentar o petismo, em 2026. Recentemente, aliás, Neto já disse que não será obstáculo para isso.