Política

DENÚNCIAS ASSEDIO CONTRA MINISTRO SILVIO ALMEIDA DEIXA-O INSUSTENTÁVEL

Correto seria o ministro pedir imediata demissão do cargo até as denúncias sejam apuradas
Tasso Franco , Salvador | 06/09/2024 às 09:40
Janja consola Anielle, a qual seria uma das vitimas
Foto: Instagram
  O governo Lula divulgou uma nota, na noite desta quinta-feira (5), reconhecendo a “gravidade” das denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Segundo o Palácio do Planalto, Almeida foi chamado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias, nesta noite. Além disso, a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração.

“O Governo Federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, diz o comunicado do governo.

Entidade recebe denúncia contra Silvio Almeida por 
suposto assédio sexual; ministro de Lula nega

O Me Too Brasil relatou que recebeu denúncias contra Almeida por supostos episódios de assédio sexual. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, teria sido uma das vítimas das ações do ministro, segundo apuração do portal Metrópoles e do jornal Folha de S. Paulo.

"A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico", disse o Me Too Brasil, em nota encaminhada à Folha.

A entidade atua no acolhimento a vitimas de violência sexual. Almeida disse que as acusações são "ilações absurdas" feitas com o "único intuito" de prejudicá-lo. Em nota, o ministro afirmou que encaminhou ofícios à CGU, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que façam uma "apuração cuidadosa" do caso.

O presidente Lula e a primeira-dama Janja Lula da Silva ainda não se manifestaram publicamente sobre as denúncias. A Gazeta do Povo procurou o ministério da Igualdade Racial, o Me Too Brasil para se posicionarem sobre o caso, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações de todos os citados.

A FOTO DE JANJA

A primeira-dama Janja Lula da Silva postou uma foto nas redes sociais com a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) horas depois da ong Me Too denunciar o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) por suspeita de assédio sexual. Anielle teria sido uma das vítimas, mas ainda não se pronunciou oficialmente e nem pelas plataformas digitais.

Sem legenda ou declarações, a foto postada por Janja apenas a mostra dando um beijo na testa de Anielle, como um sinal de consolo em meio às denúncias.