Os brasileiros precisam parar de chorar nos Jogos Olimpicos
Tasso Franco , da redação em Salvador |
28/07/2024 às 18:05
William Lima, medalha de prata no judô
Foto: Wander Roberto, COB
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O Brasil tem um desempenho discreto nas Olimpíadas de Paris até agora. Esperava-se mais da 'fadinha' Rayssa, mas ela caiu algumas vezes e só conseguiu uma medalha de bronze. O melhor desempenho tem sido do judô que já conseguiu uma medalha de prata e uma de bronze. No futebol, uma decepção. O time depois de estar vencendo o Japão no final do segundo tempo levou dois gols e uma virada. O técnico do Japão orientando seu time e mostrando o caminho do gol.
2. Há esperanças de novas medalhas embora um ouro parece distante. Perdemos no volei, no basquete e no handebol feminino e no hugby. Bia avançou no tênis e no boxe houve um avanço. É possível que saia alguma coisa no surf. Na canoagem ficamos fora e na esgrima também e carabina também. Os brasileiros também precisam parar de chorar tanto nas derrotas como nas vitórias. Isso tem forte influência psicológica.
3. JUDÔ, A SALVAÇÃO: Uma espera de quase um quarto de século se encerrou neste domingo, 28 de julho, com uma história linda construída à custa de muito suor por Willian Lima nos Jogos Olímpicos Paris 2024. O paulista, de 24 anos, tornou-se o primeiro judoca brasileiro masculino a atingir uma final olímpica desde Sydney 2000 e assegurou o primeiro pódio nacional na capital francesa.
4. Willian tinha pouco mais de oito meses de vida quando Tiago Camilo e Carlos Honorato, chegaram à disputa do ouro naqueles Jogos na Austrália - ambos acabaram com a medalha de prata.
5. Diante da mulher, Maju, e do filho, Dom, Willian caminhou luta a luta até alcançar a decisão do peso meio-leve (até 66kg) na Arena Champs de Mars, categoria repleta de história no judô nacional. Entre outros, Rogério Sampaio (ouro olímpico nos Jogos Barcelona 1992), Daniel Cargnin (bronze nos Jogos Tóquio 2020) e João Derly (bicampeão mundial em 2005 e 2007) são algumas das personalidades que brilharam neste peso.
6. "Eu fico muito feliz porque eu falei que eu ia chegar aqui, conquistar uma medalha, sair do pódio e colocar no pescoço do meu filho. Eu só estou pensando nisso agora, que eu quero sair do pódio e entregar a medalha pra ele", disse Willian.
7. Na primeira rodada, o paulista venceu o Sardor Nurillaev com um waza-ari a seis segundos do fim.
Na rodada seguinte, passou por Serdar Rahimov, do Turcomenistão, após três shidos (punições) dadas ao rival.
8. Na fase de quartas de final, em outra luta duríssima, aplicou um ippon no mongol Baskhuu Yondonperenlei. Na semifinal, outra luta parelha com o cazaque Gusman Kyrgyzbayev, vencida com um ippon.
9. Na finalíssima, perdeu para Hifumi Abe, que defendia o título olímpico conquistado na mesma categoria nos Jogos Tóquio 2020.
10. ABAIXO DO ESPERADO: Rayssa Leal é medalha de bronze no skate street feminino. Com muita emoção e um recorde olímpico, a brasileira conquistou o terceiro lugar na última manobra dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Pâmela Rosa e Gabi Mazetto saíram ainda na segunda bateria.
11. Rayssa teve um início instável, mas se recuperou de maneira espetacular. Ela começou erando as duas primeiras voltas na bateria e precisava de notas altas nas manobras. O talento falou mais alto. A Fadinha conseguiu a maior nota da história do skate street olímpico até aquele momento com 92.68 e avançou em sétimo lugar.
12. Na final, a brasileira terminou a fase de voltas em quinto lugar, com 71.66. No momento das manobras, a superação falou mais alto. Ela bateu o próprio recorde na segunda tentativa e fez 92.88. Rayssa errou a primeira, a terceira e a quarta tentativas. Na última, conseguiu um 88.83 para garantir o bronze em Paris. O pódio foi completado com uma dobradinha japonesa: ouro para Coco Yoshizawa, que bateu o recorde de Rayssa, tirando 96,49, a maior nota da prova, e Liz Akama, com a medalha de prata.
13. "Na final, eu fiquei muito feliz. Conseguir dar minhas manobras, consegui fazer o meu melhor", disse Rayssa.
14. JUDÔ FEMININO: Larissa Pimenta olhava para o lado e via a lendária Sarah Menezes a lhe passar instruções. Hoje treinadora, a piauiense, campeã olímpica nos Jogos Londres 2012, tentava guiar a judoca luta a luta rumo à glória que já conhecia tão bem. Deu certo.
15. "Desde criança eu sou muito fã dela, sempre acompanhei. A gente fez disputa olímpica para a Olimpíada de Tóquio. Lutamos muito juntas. Eu aprendi muito com ela e acho que não tem nada melhor nesse momento do que estar com ela. Posso dizer que ela foi a pessoa que acreditou muito em mim. Preciso ser honesta porque muitas vezes eu não acreditei. E ela olhava para mim e falava:
16. "Você pode, você merece, se você pega no kimono, ninguém te segura". E hoje ela falou isso muito, muito, muito, muito. E eu comecei a me sentir muito grande, muito forte. Ela é muito tranquila, então me passa uma tranquilidade de que ela é honesta no que ela fala", disse a medalhista sobre Sarah Menezes.
17. Depois de cinco lutas, Larissa, paulista de 25 anos comemorou uma medalha de bronze gigante para o judô feminino do Brasil.
18. BOXE - Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, Keno Marley estreou em Paris 2024 com vitória e classificação para as quartas de final da competição.
19. O brasileiro derrou o britância Patrick James Brown na categoria até 92kg por pontos (4-1).
20. Keno começou muito bem com variedade de movimentos, precisão nos golpes e venceu o primeiro round por unanimidade. No segundo, seguiu confiante e quatro dos cincos juízes deram vitória para Keno. No último round resolveu se fechar e a vitória foi unânime de Brown, mas na soma dos cartões de pontuação, Keno Marley garantiu a classificação para a próxima fase.
21. O brasileiro retorna as ringues na quinta-feira (1) para encarcar o uzbeque Lazizbek Mullojonov.
22. TÊNIS: Bia Haddad representará o Brasil na segunda rodada de simples do tênis nos Jogos Olímpicos Paris 2024. A número 22 do mundo superou a pressão da torcida e derrotou a francesa Varvara Gracheva, número 68 do mundo, por 2 sets a 1. As parciais foram 6/4, 4/6 e 6/0. Na próxima rodada a brasileira enfrentará a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova.
23. Bia dominou o primeiro set e tinha 3/1 no segundo quando cometeu algumas duplas faltas e permitiu a reação e o empate da francesa em sets. A torcida pegou muito no pé da brasileira, sobretudo nos momentos de contestação de bolas fora. Bia recuperou o foco e, embalada pelos brasileiros, também presentes em bom número na quadra 9 do complexo de Roland Garros, embalou. Gracheva não teve reação e sofreu o pneu na terceira parcial.
24. Bia foi a única dos quatro inscritos do Brasil a avançar na competição de simples. Primeiro tenista brasileiro a entrar em quadra em Paris 2024, Thiago Wild acabou eliminado por Tomas Martin Etcheverry. Número 72 do ranking, Thiago chegou a ter 5/1 no tie-break do primeiro set, mas permitiu a virada do argentino. Etcheverry, número 35 do mundo, aproveitou o embalo e se impôs na segunda parcial, encerrando a partida em 2 sets a 0, com parciais de 7/6(7) e 6/2.
25. "É um jogo duro. Primeira rodada, minha primeira Olimpíada. Muitas condições envolvendo uma primeira rodada aqui. Além de toda a torcida, todo o barulho, muito especial. Estou feliz com a minha atitude, estou feliz com a forma como eu lidei mentalmente. Gostaria de lidado melhor no segundo set, mas faz parte, o tênis é assim. E espero amanhã poder melhorar isso", declarou Bia.