Segundo Marta Rodrigues, a independência foi conquistada com a luta e o suor de muitas mulheres, donas de casa, quituteiras, trabalhadoras que se uniram de diversas formas e estratégias
Tasso Franco , Salvador |
04/07/2024 às 18:04
Marta Rodrigues, vereadora PT, Salvador
Foto: Reginaldo Ipê
Presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) destacou a forte presença das mulheres no desfile cívico do Dois de Julho, na última terça-feira, data que se comemorou a Independência do Brasil na Bahia. “Vimos baianos e baianas num desfile cívico, que muito nos orgulha. E a presença das mulheres foi marcante. As mulheres são hoje peças-chave para o fortalecimento da democracia e a retomada da luta por direitos e justiça social no país”, disse.
Segundo Marta Rodrigues, a independência foi conquistada com a luta e o suor de muitas mulheres, donas de casa, quituteiras, trabalhadoras que se uniram de diversas formas e estratégias, entre elas as guerreiras como Maria Quitéria, Joana Angélica, Maria Felipa e a Cabocla.
“Hoje, constituímos maioria populacional no país, somos a maioria do eleitorado, e fomos responsáveis pela grande oposição ao governo de Bolsonaro, desde seu início. As mulheres no processo democrático deste país sempre foram fundamentais e precisamos reforçar isto”, declarou.
A parlamentar ressaltou que a representatividade feminina na política e nos espaços de poder é essencial para que o Brasil alcance a equidade de gênero e a tão almejada justiça social. “Pesquisas já mostraram que nós mulheres fomos uma pequena minoria na adesão às pautas de extrema-direita, ao discurso de ódio e antidemocrático do governo federal, como fechamento do STF, intervenção militar, auditoria nas urnas eletrônicas, dentre outros. É preciso que se dê voz às mulheres e que ocupemos os espaços, agora, nessa retomada do desenvolvimento social no país”, considerou.
Heroínas do 2 de Julho
Para a vereadora, destacar o papel das heroínas do 2 de Julho significa respeitar a ancestralidade feminina baiana, principalmente as mulheres negras e indígenas. “Que estas mulheres nos sirvam de exemplo e de espelho nesse ano, e em todos que virão, para voltar a reconstruir o Brasil com pautas justas, de equidade, antirracista, antimachista e anti-misógina”, pontuou.
A vereadora é autora de um projeto na Câmara que nomeia a ponte Salvador-Itaparica de Maria Felipa, uma reivindicação apresentada pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).
“Representatividade importa, nos move e nos incentiva. Não podemos deixar que o racismo e o machismo apaguem nossa história e nossa participação em diversas lutas fundamentais para o fim da colonização, da escravidão e pela conquista da equidade”, concluiu.