Com análise do Liberation
Tasso Franco , Salvador |
01/07/2024 às 13:23
Partido do presidente Emmanuel Macron ficou em terceiro lugar
Foto: Liberation,Iara Nardi, AFP
Macron lembra aos seus ministros que foi eleito graças à mobilização da esquerda contra o RN
Arquivo das eleições legislativas de 2024
Uma rodada movimentada começa nesta segunda-feira, 1º de julho. Depois do placar imponente do RN, a esquerda, que recua onde ficou na terceira posição, apela aos macronistas para que esclareçam a sua posição.
O RN obteve 33,2% dos votos na noite de domingo, no primeiro turno das eleições legislativas. A Frente Popular resistiu com 28%, enquanto a macronie ficou para trás com 20,7%. Foram eleitos 76 deputados no primeiro turno, sendo 39 do RN e 32 da Nova Frente Popular.
O primeiro-ministro Gabriel Attal declarou imediatamente que os candidatos macronistas qualificados para o segundo turno “cuja manutenção poderia resultar na eleição do RN se retirarão”. Uma reunião deve acontecer esta segunda-feira no Eliseu em torno de Emmanuel Macron sobre o tema das instruções de voto para o segundo turno.
A SITUAÇÃO EM ANDAMENTO
A recuperação da Bolsa de Paris limitou-se a 1,09% no fechamento. A Bolsa de Paris valorizou-se esta segunda-feira 1,09%, reduzindo a sua valorização face à observada no início da sessão, ficando os investidores satisfeitos com a hipótese de ausência de maioria absoluta na Assembleia Nacional. Na Europa, Frankfurt também ganhou 0,30% e Londres terminou perto do equilíbrio (+0,03%) enquanto Milão ganhou 1,70%. No mercado obrigacionista, a diferença entre a taxa de juro alemã para o empréstimo a 10 anos, que é a referência na Europa, e a da França diminuiu.
O RN não é racista: “Tenho um muçulmano como dentista”, diz candidato. Dois minutos de entrevista que são dolorosos de assistir. E o que certamente deve ter sido doloroso para Paule Veyre de Soras. Questionado pelo jornal Leglob, o candidato do RN ao 1º círculo eleitoral de Mayenne está patinando forte. E de pergunta em pergunta, fica atolado. “É falso e absolutamente falso”, responde a activista à jornalista que lhe pergunta se a sua família política é racista. Um silêncio se arrasta. Sentimos a massa cinzenta do candidato trabalhando para encontrar a resposta perfeita. “No RN temos judeus, muçulmanos, espanhóis. Eu próprio sou catalão”, diz a activista, usando um colete que combina perfeitamente com as hortênsias ao fundo. Uma paródia poderia ter escrito o resto do seu raciocínio:
“Meu oftalmologista é judeu. E meu dentista é muçulmano.” Sem desanimar, o jornalista relembra as origens do partido de extrema direita, fundado por Jean-Marie Le Pen. “Sim, mas não temos as mesmas ideias do pai” - “Tem certeza?” - “Mudamos a política” - “Isso quer dizer?” - “O Sr. Le Pen tinha a sua política, Marine tomou outro véu” - “Outro véu?” - “Outra direção se quiser”. Classificada para o segundo turno, Paule Veyre de Soras obteve mais de 28% dos votos.