Política

DIA DO MEIO AMBIENTE: SALVADOR TERÁ 700 KM DE CICLOVIAS; VÁ DE BIKE

Na data em que se celebra o Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, a Defensoria Pública da União (DPU) chama atenção para os costumes e a história daqueles que são os verdadeiros guardiões da natureza.
Tasso Franco , Salvador | 04/06/2024 às 18:55
Quem tem fé vai de bike
Foto: Betto Jr
     MIUDINHAS GLOBAIS:

   1. A Prefeitura de Salvador lançou o novo Plano Cicloviário da cidade, documento que traz um diagnóstico e apresenta diretrizes para o setor na capital baiana. O plano traz como meta que, nos próximos anos, Salvador chegue a 700 quilômetros de rede cicloviária. Atualmente, são mais de 300 quilômetros. 

   2. O lançamento ocorreu na Avenida Magalhães Neto e contou com a presença do prefeito Bruno Reis, do secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Müller, do presidente da Saltur, Isaac Edington, do superintendente da Transalvador, Décio Martins, além de outras autoridades e representantes de grupos de ciclistas da capital baiana. 

   3. O documento, conforme explicou o prefeito, marca “um novo momento na mobilidade da capital baiana”, promovendo o uso da bicicleta como “um meio de transporte viável que fomenta a mobilidade ativa e os cuidados com o meio ambiente”. Ele destacou o trabalho realizado pela gestão municipal para garantir a ampliação da rede cicloviária da cidade. 

  4. Durante o evento, ele assinou uma ordem de serviço para a realização de obras de novas ligações cicloviárias. Uma delas, por exemplo, é no trecho da Praia da Paciência, no Rio Vermelho. Outra delas vai garantir a ligação da ciclovia entre a Vila Caramuru, também no Rio Vermelho, e Amaralina.

  5. Bruno Reis frisou o aumento de 30 km de rede cicloviária para mais de 300 km, nos últimos dez anos, e salientou que o plano lançado neste domingo vai garantir que a cidade continue avançando em mais estrutura para os ciclistas.

  6. “Vejam vocês o papel do poder público em estimular determinadas iniciativas. Se hoje esse grande movimento Vai de Bike está crescendo de forma expressiva na nossa cidade, é justamente porque nós passamos a construir uma cidade que permite que os ciclistas possam por ela circular, permite que os atletas de competição possam treinar, que nem isso no passado tinha”, disse.

  7. “E essa visão vai seguir em diversas intervenções que nós vamos realizar, e agora estão garantidas, asseguradas pelo Plano Cicloviário. Em todas as obras a gente se preocupa com acessibilidade, rampas de acessibilidade, com piso tátil para as pessoas com deficiência, ciclovia para os ciclistas”, acrescentou.

  8. Bruno Reis citou novas ciclovias que serão implantadas, como por exemplo na Avenida Bonocô, que passará por obras de requalificação. Além disso, afirmou que a Prefeitura está investindo R$19 milhões na Avenida Suburbana, garantindo uma ciclovia mais segura. 

  9. “Então, com muita tranquilidade, mas acima de tudo, com muito orgulho do que nós fizemos nos últimos anos, é que hoje a gente está aqui podendo apresentar o Plano Cicloviário, deixando um legado para a nossa cidade”, finalizou.

  10. Construção - O secretário de Mobilidade, Fabrizzio Müller, ressaltou que o plano foi entregue com o apoio do governo britânico, através do UK Pact, com recursos geridos pelo Banco Mundial. “Ele não é simplesmente uma previsão de aumento de rede cicloviária, mas um diagnóstico preciso da infraestrutura atual, mostrando onde deve ser aprimorado e ampliado. Temos políticas para fomentar o uso da bicicleta, como educação, conectividade e integração multimodal”, iniciou o titular da Semob.

  11. “Salvador é uma cidade em que 38% da população se desloca a pé, e melhorar os sistemas de cobertura permitirá mais deslocamentos de bicicleta. Pretendemos, com esse plano, chegar a 25 quilômetros de ciclovias por 100 mil habitantes em dez anos, atingindo níveis de cidades cicláveis da Europa”, previu Muller, ressaltando que a construção do plano contou com ampla participação popular.

  12. O secretário detalhou que o plano tem cinco eixos: proposta de adequações da rede cicloviária existente; implantação de trechos críticos de ligação para suprimir descontinuidade; implantação dos tramos previstos no Plano de Mobilidade de Salvador (PlanMob); proposta de implantação de novos tramos cicloviários; proposta de implantação de novos bicicletários e paraciclos. 

  13. Também presente no ato, o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, mencionou os avanços na mobilidade de Salvador ao longo dos últimos anos, citando o Movimento Salvador Vai de Bike. 

  14. “Isso requer muita sensibilidade, investimento e mobilização de recursos. Salvador é a cidade que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, e isso é fruto de muito trabalho e dedicação. Uma cidade boa para ciclistas é boa para todos”, afirmou.

  15. O vice-presidente da Federação Baiana de Ciclismo, Henrique Marinho, assegurou que o novo Plano Cicloviário “atende tanto os ciclistas que utilizam a bicicleta como meio de transporte quanto para lazer e competição”. “Nunca fomos atendidos como nessa gestão. As ações aqui na Avenida Magalhães Neto foram o primeiro passo, contemplando áreas de treinamento. É um projeto maravilhoso e daqui pra frente, acho que vai melhorar ainda mais”, revelou.
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  16. Quarta-feira (5), o Dia do Meio Ambiente será celebrado pela Embasa com uma Feira de Sustentabilidade e Cooperação, no Parque de Pituaçu, em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). 

  17. No evento, que terá participação de seiscentas crianças e adolescentes, ocorrerá a premiação de um concurso fotográfico promovido em três escolas de Salvador. Também serão realizadas oficinais ambientais de produção de sabão, esquete teatral, além de apresentação da miniestação de tratamento de água e da unidade itinerante do Museu do Saneamento.

  18. “É uma oportunidade de trabalhar a consciência ambiental com esse público jovem, que também dissemina a mensagem da preservação do meio-ambiente entre os amigos e familiares”, destaca Leonardo Góes, presidente da Embasa. “Essa é uma das datas mais importantes do nosso calendário, como empresa que atua diretamente na área ambiental, tanto na recuperação de matas nativas na área de nossos mananciais como na própria prestação do serviço de esgotamento sanitário, que retira milhões de litros de esgoto dos rios e praias todos os dias”.
  
  19. Pensando nessa “dobradinha” saudável e ecológica, o Cabanga Iate Clube de Pernambuco está promovendo a 1ª Regata Cabanga do Meio Ambiente. A disputa será no dia 8 de junho (sábado), com partida às 13h, da Bacia do Clube.

  20. Será uma regata muito interessante, na qual o vencedor não será quem cruzar primeiro a linha de chegada, mas sim quem coletar a maior quantidade em peso de lixo das águas das Bacias do Pina e do Cabanga, que banham o clube. Isso em um tempo estipulado: 1h30. Poderão disputar os barcos das classes Optimist e ILCA 4 e 6 e velejadores de outras classes.

  21. “Fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra”. O pensamento do escritor e líder indígena Ailton Krenak evidencia a lição ancestral que os povos originários dão à humanidade: “Tudo é natureza”. 

  22. Na data em que se celebra o Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, a Defensoria Pública da União (DPU) chama atenção para os costumes e a história daqueles que são os verdadeiros guardiões da natureza. 
 
  23. Estudo do MapBiomas, divulgado em 2023, mostra que os Territórios Indígenas são os mais preservados do Brasil. Nos últimos 38 anos, enquanto a perda de vegetação nativa em áreas privadas chegou a 17%, não passou de 1% nas terras indígenas. 

  24. Os povos originários ocupam 13% do território brasileiro e são responsáveis por 19% de toda a mata preservada do país. Povos indígenas e comunidades tradicionais inspiram as melhores práticas de proteção do planeta. 
 
  25. “Quando os povos indígenas lutam pela demarcação desses territórios tradicionais, eles também estão lutando pela preservação da natureza nesses espaços. A cultura indígena prega o distanciamento de uma exploração pura e simples das terras, a exploração no sentido econômico”, aponta a defensora pública federal Daniele Osório, coordenadora do Grupo de Trabalho Povos Indígenas (GTPI).