Presidente da Casa, Adolfo Menezes, explica porque fechou galerias; e Hilton Coelho, Olivia Santana e deputados da Oposição criticaram a decisão da Mesa
Tasso Franco , Salvador |
28/05/2024 às 18:49
Protestos de servidos limitados ao saguão Nestor Duarte
Foto: BJÁ
A sessão que aprovou os 4 PLS em urgência na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 28, sem discussões dos seus conteúdos, foi marcada por alguns pequenos protestos no saguão Nestor Duarte, pelo uso de grades em corredores e PMs armados, e pela decisão do presidente, Adolfo Menezes (PSD), de impedir que servidores estaduais acompanhassem a votação do reajuste da categoria nas galeriasda Casa.
Sobre a não ocupação das galerias, o presidente defendeu em plenário de viva voz a decisão da Mesa Diretora e lembrou do tumulto ocorrido na sessão do último dia 21, quando estava prevista a votação do reajuste.
“Esta é a casa da democracia, mas também do trabalho. Os manifestantes puderam acompanhar a sessão nas salas das Comissões e no auditório, que estão equipados com telões. A TV Alba transmitiu tudo, ao vivo. O que está acontecendo hoje aqui não é uma ação, mas uma reação ao ocorrido na última sessão deliberativa, quando muitos parlamentares foram impedidos pelas galerias de exercer o direito de defender suas posições. Se o professor trabalha na sala de aula, os deputados devem ter a liberdade trabalhar no plenário”, argumentou o chefe do Legislativo estadual.
O deputado Hilton Coelho (PSOL) fez um protesto em plenário e depois no saguão em contato com os servidores e destacou que " a imprensa acompanha a sessão numa posição privilegiada e os servidores, infelizmente, acompanha essa sessão pela tela. E este pode ser um momento a ser marcado como de profunda desmoralização para esta Casa. Já acompanhei sessões no Congresso Nacional e vivi 6 anos na Câmara de Vereadores e nunca vi uma sesão como essa, sessão sem galerias e vão ser votados projetos que dizem respeito aos servidores públicos. Isso é inmaceitável", frisou.
O presidente Adolfo o rebateu na hora e disse que a decisão estava tomada e não abriria as galerias para os servidores. "Minha mãe é professora pública e tenho maior respeito aos servidores. Agora, sou presidente desta Casa e não vou ficar desmoralizado".
A deputada Olivia Santana (PCdoB) foi a única da base governista que defendeu os servidores. "São pessoas que sempre atuaram politicamente em várias manifestações e esta Casa é do povo", portanto, defendeu a parlamentar: deve ser considerado o perfil desta Assembleia permitir o acesso dessas pessoas às galeruias.
Vários deputados da Oposição também protestaram. E os servidores, concentrados no saguão, fizeram alguns protestos e prometeram uma grave geral. Para o deputado Leando de Jesus (PL) "estamos realizando uma sessão secreta e os deputados não querem ouvir vaias".