Política

BRASILEIRO MORTO PELO HAMAS SAIU PARA BUSCAR A NETA; CORPO ENCONTRADO

Natural de Niterói, Rio de Janeiro, ele morava em Israel há mais de 45 anos, era pai de duas filhas e avô de quatro netos. Conforme informações do Itamaraty, Nisenbaum possuía dupla cidadania e trabalhava como motorista
Tasso Franco , Salvador | 24/05/2024 às 12:56
Michel Nisembaum com as netas
Foto: DIV
  Autoridades de Israel confirmaram nesta sexta-feira, 24, que o brasileiro Michel Nisembaum, de 59 anos, está morto .Ele foi feito refém pelo grupo extremista Hamas durante o ataque do dia 7 de outubro na Faixa de Gaza.

Natural de Niterói, Rio de Janeiro, ele morava em Israel há mais de 45 anos, era pai de duas filhas e avô de quatro netos. Conforme informações do Itamaraty, Nisenbaum possuía dupla cidadania e trabalhava como motorista, entregador, vendedor e prestador de serviços de informática em Israel. Além disso, ele era voluntário na organização Rescue Union como motorista de ambulância.

Nisembaum desapareceu na manhã de 7 de outubro, quando saiu para buscar sua neta de quatro anos em uma base militar na cidade de Re'im, situada no sul do país, onde ela estava com o pai, um soldado do Exército israelense.

De acordo com a agência de notícias Reuters, os parentes do brasileiro contaram que, ao ligarem para o celular de Nisenbaum no dia do desaparecimento, a chamada foi atendida por um homem que falou "Hamas", em árabe.

Durante o período em que esteve sequestrado, uma das principais preocupações dos familiares era em relação aos medicamentos de Nisembaum. Não havia informações sobre se os remédios estavam sendo fornecidos. Ele era diabético e sofria da doença de Crohn, uma síndrome inflamatória que afeta determinadas partes do intestino delgado e do cólon.

Em 23 de outubro do ano passado, a Interpol comunicou ao Itamaraty o desaparecimento do brasileiro. No dia seguinte, em um comunicado à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, mantinha contato com as autoridades locais a respeito do brasileiro desaparecido desde 07/10.

Nota da Confederação Israelita do Brasil (CONIB)

É com profunda tristeza que a CONIB e a comunidade judaica brasileira recebem a notícia de que o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum foi encontrado pelas Forças de Defesa de Israel em Gaza. A CONIB envia condolências à família de Michel, mais uma vítima inocente do ataque bárbaro do grupo terrorista Hamas contra Israel em 7 de outubro, que deu início a esta guerra.

Os parentes do brasileiro, irmã e filha, chegaram a vir ao Brasil para pedir a intervenção do governo brasileiro pela libertação dos sequestrados e por notícias de Nisenbaum. Outros brasileiros foram mortos no ataque do Hamas, assim como cidadãos de vários outros países.

Natural do Rio Grande do Sul, Ranani Glazer tinha 24 anos quando foi morto pelos terroristas. Morava em Israel havia sete anos e tinha dupla nacionalidade. Foi assassinado no festival de música Nova, atacado pelo Hamas. Em 19 de outubro, foi encontrado o corpo de Celeste Fishbein, de 18 anos, filha e neta de brasileiros, que estava desaparecida após o ataque do Hamas. Em seguida, foi encontrado o corpo de Karla Stelzer Mendes, 42 anos, a terceira cidadã brasileira assassinada pelos terroristas. Bruna Valeanu tinha 24 anos quando foi morta pelo Hamas também no festival de música. Ela nasceu no Rio de Janeiro e morava em Petah Tikva.

Que a trágica morte desses jovens brasileiros ao menos ajude as pessoas a compreender a necessidade de combater o terrorismo niilista de grupos como o Hamas.

Nota da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp)

Com enorme pesar, informamos que as forças israelenses recuperaram nesta sexta-feira, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, o corpo de Michel Nisenbaum, brasileiro de 59 anos que estava sob o poder do grupo terrorista Hamas desde os ataques de 7 de outubro. Segundo pronunciamento do porta-voz do exército israelense, ele foi morto no dia dos ataques, há mais de 7 meses.

Em nome da comunidade judaica de São Paulo, lamentamos muito a morte de Michel, nos solidarizamos com a família Nisembaum, com os quais estivemos juntos nesta semana em Israel e apelamos para todos os cidadãos de bem que se empenhem na luta para trazer todos os reféns de volta – aqueles que ainda estão vivos e aqueles que precisamos enterrar em Israel.

Estamos em luto,  mas ao mesmo tempo, enfim sabemos o paradeiro  de Michel e agora seu corpo está sendo devolvido à família para que possam, enfim, prestar a ele as homenagens. Essa é uma despedida dolorosa. A memória de Michel Nisenbaum segue viva e não deixaremos de honra-la. Na época do ataque, o presidente Lula disse que nenhum brasileiro ficaria para trás: Michel ficou”.

Nota da Congregação Israelita Paulista (CIP)

Com profundo pesar, a Congregação Israelita Paulista lamenta o falecimento do brasileiro Michel Nisenbaum e expressa suas sinceras condolências à sua família. Michel foi mais uma vítima inocente por simplesmente estar em território israelense no trágico e brutal ataque terrorista do dia 07 de outubro. 

Reafirmamos a importância da presença do exército de Israel na Faixa de Gaza para localizar os reféns para restabelecer as famílias ou proporcionar um desfecho digno a essa situação angustiante que aflige especialmente os familiares dos reféns, mas, também, todo o povo de Israel.

Nesse momento de luto, reafirmamos nosso compromisso com a democracia, a paz e a coexistência, valores que já existem e se mostraram possíveis no Estado de Israel.

Congregação Israelita Paulista

É com profunda tristeza que recebemos a notícia  do falecimento do brasileiro Michel Nisenbaum, cujo corpo foi localizado hoje em Gaza, após um período angustiante em que esteve sequestrado. Michel, um cidadão comprometido com a paz, foi vítima da violência que nosso movimento #PinforPeace, pela paz, contra o terrorismo e o antissemitismo busca combater de forma incansável.

Lamentamos profundamente sua perda e reafirmamos nosso compromisso de continuar lutando por um mundo mais justo e pacífico, onde todos possam viver livres de medo e ódio. Que sua memória nos fortaleça na missão de construir um mundo mais seguro e harmonioso para todos.