De acordo com a agência, o helicóptero caiu no domingo na região entre as cidades de Varzaqan e Jolfa, na província do Azerbaijão Oriental.
Tasso Franco , Salvador |
20/05/2024 às 07:36
Ebrahim Raisi tinha 63 anos de idade
Foto: IRNA
O Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmou a morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, aos 63 anos após acidente de helicóptero. Na madrugada desta segunda-feira, 20 (horário de Brasília), equipes de buscas localizaram a aeronave de Raisi e sua comitiva. "Não havia sinal de que os passageiros estivessem vivos", disse o presidente da Sociedade do Crescente Vermelho Iraniano, uma organização humanitária não governamental do Irã. As informações são da agência de notícias IRNA.
Mais cedo, ainda na noite do domingo, 19 (horário de Brasília), um drone turco que ajudava nas buscas pelo helicóptero identificou uma fonte de calor nas montanhas da província do Azerbaijão Oriental. As buscas pela aeronave foram dificultadas pelo mau tempo na região do acidente, segundo a IRNA.
De acordo com a agência, o helicóptero caiu no domingo na região entre as cidades de Varzaqan e Jolfa, na província do Azerbaijão Oriental.
A aeronave que transportava o presidente Raisi sofreu um acidente aéreo devido às más condições do tempo. Raisi retornava de uma viagem oficial ao Azerbaijão, onde participou da inauguração de uma barragem ao lado do presidente Ilham Aliyev.
QUEM ERA
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero no domingo, era considerado um clérigo linha-dura muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
A sua eleição em 2021 consolidou o controle dos conservadores sobre todas as partes da República Islâmica.
Ex-chefe do Judiciário do Irã, o político de 63 anos sucedeu Hassan Rouhani após uma vitória esmagadora em uma votação que viu muitos candidatos moderados e reformistas serem barrados e a maioria dos eleitores sem conseguir votar.
Ele assumiu o poder em um momento em que o Irã enfrentava múltiplos desafios — incluindo sérios problemas econômicos, escalada de tensões regionais e negociações paralisadas sobre um acordo nuclear com potências mundiais.
No entanto, o seu mandato foi marcado pelos protestos contra o governo que varreram o Irã em 2022, bem como pela atual guerra em Gaza entre Israel e o grupo palestino Hamas, que é apoiado pelo Irã.
Ele também enfrentou pedidos contínuos de muitos iranianos e ativistas de direitos humanos para que houvesse uma investigação sobre o seu suposto papel nas execuções em massa de prisioneiros políticos na década de 1980.
Ebrahim Raisi nasceu em 1960 em Mashhad, a segunda maior cidade do Irã e sede do santuário muçulmano xiita mais sagrado do país. Seu pai, que era clérigo, morreu quando ele tinha cinco anos.
Raisi — que usava um turbante preto que o identificava na tradição xiita como descendente do profeta Maomé — seguiu os passos do seu pai e começou a frequentar um seminário na cidade sagrada de Qom aos 15 anos.
Enquanto estudante, participou em protestos contra o xá (rei) Mohammad Reza Pahlavi, que era apoiado pelo Ocidente e que acabou por ser deposto em 1979 em uma Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini.
Após a revolução, ele ingressou no poder judiciário e serviu como promotor em diversas cidades, enquanto era aconselhado pelo aiatolá Khamenei, que se tornou presidente do Irã em 1981.