Política

ISRAEL FECHA AL-JAZEERA TV E EXÉRCITO FARÁ OFENSIVA NO SUL DE GAZA

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Tasso Franco , Salvador | 06/05/2024 às 11:37
Palestinos fogem do Sul de Gaza
Foto: AFP
  Fechamento da Al-Jazeera em Israel: o governo Netanyahu acusa o canal do Catar de “ameaçar a segurança do país”
A transmissão televisiva foi interrompida, os seus escritórios encerrados e os seus equipamentos apreendidos na sequência de uma decisão unânime contra o canal de notícias.

Em Jerusalém, o sistema físico de gravação e transmissão da Al-Jazeera foi reduzido à sua forma mais simples. Num quarto de um hotel em Jerusalém Oriental (parte da cidade conquistada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias em 1967, depois oficialmente anexada em 1980), ocorreu no domingo, 5 de maio, uma operação dos serviços de segurança israelenses, para apreensão de equipamentos. pretendia produzir transmissões ao vivo para o canal de notícias contínuas do Catar.

Poucas horas antes, o governo havia votado por unanimidade pela decisão de “fechar em Israel” o canal, segundo anúncio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na rede X, canal também escolhido pelo ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, para informou que ele havia assinado uma liminar com efeito “imediato”, destinada a garantir que a Al-Jazeera “não pudesse mais operar a partir de Israel”. Ele também acusou o canal de “ameaçar a segurança do país. ".

O governo de Israel ordenou neste domingo (5.mai.2024) que a Al Jazeera, agência estatal da monarquia do Qatar, fechasse os escritórios locais. Em seu perfil no X (ex-Twitter), o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou que a decisão foi unânime no seu gabinete. Inspetores do Ministério das Comunicações e oficiais da Polícia de Israel foram até os escritórios da agência de notícias para confiscar os equipamentos. O ministro Shlomo Karhi afirmou que a Al Jazeera é “uma máquina de incitamento que prejudica a segurança do país”....

NOTA DO GABINETE

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou veementemente na segunda-feira uma afirmação feita por uma autoridade israelense sugerindo que o primeiro-ministro foi responsável por torpedear a última rodada de negociações com o Hamas no Cairo sobre um possível acordo de reféns e trégua.

A sugestão, afirmou um comunicado do gabinete de Netanyahu, é “uma mentira completa e um engano deliberado do público”.

“O Hamas é quem sabota qualquer acordo ao não se afastar um milímetro das suas exigências extremas que nenhum governo israelita poderia aceitar”, continuou a declaração do gabinete de Netanyahu, “em primeiro lugar, que Israel se retire de Gaza e acabe com a guerra”.

O oficial israelense não identificado sugeriu ao The New York Times que as declarações de Netanyahu no domingo sobre prosseguir com uma ofensiva terrestre em Rafah levaram o Hamas a endurecer sua posição nas negociações de reféns e de trégua.

O responsável disse ao jornal no domingo à noite que as negociações estavam agora em “crise” e que o Hamas as estava a utilizar para tentar garantir que as tropas israelitas não iniciassem uma ofensiva terrestre na cidade do sul de Gaza.

OFENSIVA EM RAPAH

O Hamas afirma num comunicado que Israel está a preparar-se para uma ofensiva militar em grande escala em Rafah “sem ter em conta a catástrofe humanitária em curso na Faixa ou o destino dos prisioneiros do inimigo em Gaza”, referindo-se aos reféns israelitas.