Política

ALUNOS ESCOLA DE TEATRO UFBA PROTESTAM CONTRA PROFESSOR E PARAM AULA

Manifestação aconteceu na Escola de Teatro da UFBA nesta quinta-feira
Tasso Franco , Salvador | 18/04/2024 às 18:34
Professor é acusado de assédio sexual
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Alunos da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador, realizaram um ato contra o professor Paulo Lauro Nascimento Dourado na manhã desta quinta-feira (18), no campus de Ondina. Cerca de 40 pessoas entraram na sala em que ele estava dando aula, gritaram palavras de ordem e exigiram que o docente deixasse o local. 

O professor não saiu da sala, o que inflou ainda mais os alunos. A situação só foi resolvida três horas depois, às 13h30, quando Paulo Dourado foi embora. Ele é acusado pelos estudantes de ter cometido assédio contra alunas, mas nega todas as acusações.

O protesto teve início às 10h30, quando alunos invadiram a sala do Pavilhão de Aulas da Federação V. Frases de protesto como “a Ufba não é lugar de assediador” e “assediador não pode ser professor” foram proferidas. Paulo Dourado, que também é diretor teatral, chamou as acusações de “absurdas”.

Segundo nota do DAETUFBA "como é conhecimento da maioria, o professor Paulo Dourado é acusado de assédiar estuantes da UFBA há anos, respondendo judicialmente por esses casos. É um absurdo ele retornar a sala de aula numa turma de calouros. Não podemos mais tolerar um assediador no quadro de docentes da UFBA".

Diz ainda que: "Estaremos em luta para que a permanência das mulheres seja prioridade na universidade. Quando um assediador entra em sala, a realidade de muitas estudantes mulheres é trancar a matéria e até o semestre ou o curso. Não dá mais pra aceitar que estudantes desistam dos seus sonhos pra manter cargo de assediador."

Em 2022, Paulo Dourado chegou a assinar um termo de ajustamento de conduta junto à Unidade Seccional de Correição da Ufba, depois de ter sido acusado de assédio sexual e moral. Alunas dizem que ele proferiu comentários sobre o corpo de uma estudante durante uma aula online.

“Houve uma denúncia de duas alunas e a Ufba fez um processo burocrático muito lento, que só terminou no ano passado. No final do processo, teria que assinar um termo de ajuste de conduta dizendo que, como funcionário público, me obrigo a cumprir as normas de convivência e cordialidade. Eu obviamente assinei e o processo foi extinto”, explicou o professor.

Paulo Dourado nega que tenha assediado a aluna. “Foi uma acusação descabida. Não havia nenhum cabimento de denúncia de assédio sexual e moral, na segunda aula da turma, e ainda por cima online”, completou. Depois que o termo de ajustamento de conduta foi assinado, o professor realizou uma palestra sobre os desafios contemporâneos enfrentados pela universidade.