Presidente da Câmara deu a declaração após pergunta sobre possível enfraquecimento de sua liderança na Casa. Alexandre Padilha é ministro de Relações Institucionais e responsável pela articulação do governo Lula no Congresso.
Tasso Franco , Salvador |
11/04/2024 às 18:37
Arthur Lira, presidente da Câmara
Foto: Ag Camara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (11) que o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é um "desafeto pessoal" e chamou o responsável pela articulação política do governo Lula no Congresso de "incompetente".
Lira deu as declarações durante entrevista à imprensa em uma feira agroindustrial na cidade de Londrina, no norte do Paraná.
Ele foi questionado por jornalistas sobre a votação na Câmara que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e um possível enfraquecimento da liderança de Lira na Casa.
"Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização [na análise da prisão de Brazão]. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver [com influência]", afirmou Lira.
Nos bastidores, deputados dizem que Lira ficou chateado com o que considerou ser uma interferência do governo, sobretudo de Alexandre Padilha, na análise pela Câmara da situação de Brazão. Padilha disse que o governo orientaria pela manutenção da prisão.
Na entrevista que concedeu nesta quinta-feira, Lira acrescentou que considera "lamentável" que integrantes do governo "fiquem plantando mentiras".
"É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes fiquem plantando essas mentiras, notícias falsas, que incomodam o Parlamento. E, depois, quando o Parlamento reage, acham ruim", declarou o presidente da Câmara.
Lira disse também que a análise da prisão de Chiquinho Brazão não influencia em outras votações na Casa e na eleição do seu sucessor na Câmara dos Deputados.
Questionado sobre se a disputa pela presidência da Câmara já está em curso, Lira afirmou que "da parte" dele não. Pela legislação, ele não poderá tentar a reeleição para a principal cadeira da Casa.
"Eu não posso impedir [a mobilização de deputados]. Candidatura é livre de qualquer um que tenha mandato. Qualquer um dos 512 – porque eu não posso – pode disputar. Mas quem quiser a minha ajuda, quem achar que eu tenho minimamente condições de ajudar vai esperar para agosto e setembro", declarou.