Rui Costa está citado no caso dos respiradores comprados por R$48 milhões na época da Covid e nunca entregues ao Consórcio Nordeste de Governadores que ele presidia
Tasso Franco , Salvador |
05/04/2024 às 15:31
Lula e seu primeiro ministro
Foto: Marcelo Camargo, Ag Brasil
Em meio a acusações e investigações envolvendo Rui Costa, ministro da Casa Civil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou o ex-governador da Bahia. Em evento nessa quinta-feira (4), em Pernambuco, comparou o político baiano à figura de um primeiro-ministro, segundo o Portal SBT News.
Lula afirmou: "Eu tenho um conjunto de ministros que é muito competente. Esse aqui, que é o chefe da Casa Civil, é como se fosse o primeiro-ministro Rui Costa. Foi governador da Bahia por 8 anos, foi chefe da Casa Civil, é o cara que mais atende com os pedidos lá em Brasília".
Nesta semana, foram divulgados detalhes do acordo de delação premiada da empresária Cristina Prestes Taddeo, com acusações ao ministro.
Segundo a sócia proprietária da empresa HempCare Pharma Representações, a Polícia Civil da Bahia teria omitido propositalmente o nome de Costa no escândalo de fraudes no contrato milionário para a compra de 300 respiradores no estado durante a pandemia de covid-19. À época, o atual ministro era governador pelo Partido dos Trabalhadores (PT). As informações foram publicadas em reportagem do site Uol.
De acordo com documentos obtidos pelo portal, Taddeo afirmou que delegados se recusaram a transcrever o nome de Rui Costa durante depoimentos.
O caso: os equipamentos, que seriam utilizados durante a pandemia de covid-19 e custaram R$ 48.748.575,82 (frete e seguro inclusos), nunca foram entregues pela HempCare. A defesa do ex-governador nega as acusações e reitera que foi a mando dele que as investigações se iniciaram.
Linha do tempo: em junho de 2020, as forças policiais baianas colaboraram com o Ministério Público Estadual em uma operação que levou à detenção de Cristiana Taddeo e outros cinco indivíduos supostamente implicados. Foi quando a empresária prestou depoimento. No mesmo mês, o Procurador-Geral da República (PGR) iniciou um processo de investigação preliminar das possíveis responsabilidades do então governador no caso.
No entanto, quando a 2ª Vara Criminal Especializada da Justiça Estadual soube que a PGR estava investigando o caso, enviou para a jurisdição do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e da Polícia Federal (PF). Como resultado, a Polícia Civil foi removida da apuração.