Vereadora destaca que em 92,6% dos casos o agressor era companheiro ou ex-companheiro da vítima
Tasso Franco , Salvador |
15/03/2024 às 19:03
Ireuda Silva é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da CMS
Foto: CMS
Em meio a estatísticas alarmantes de feminicídio na Bahia, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), expressou preocupação e destacou a urgência de medidas concretas para combater a violência. De acordo com dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a cada dez feminicídios registrados no estado, nove são cometidos pelo parceiro da vítima.
Entre os anos de 2017 e 2023, a Bahia testemunhou 672 casos de feminicídio, o que equivale a uma mulher sendo vítima letal de violência de gênero a cada três dias. Essa triste realidade revela um crescimento médio de 7,6% ao ano nos casos de feminicídio, com um aumento significativo de 0,9% apenas em 2023, quando foram registrados 108 casos.
“Essas estatísticas são alarmantes e refletem uma realidade perturbadora que precisa ser enfrentada com urgência. É inaceitável que tantas mulheres continuem perdendo suas vidas nas mãos de seus parceiros”, diz Ireuda.
Segundo analisou Ireuda, os dados revelam ainda que a maioria dos feminicídios na Bahia foi perpetrada utilizando objetos perfurocortantes, com 46,6% dos casos utilizando armas brancas. Além disso, 80% dos crimes ocorreram dentro do domicílio da vítima, e em 92,6% dos casos, o agressor era um parceiro íntimo da vítima, seja atual ou ex-companheiro.
“Devemos intensificar nossos esforços para garantir que as mulheres tenham acesso à justiça, proteção e apoio adequados. É preciso promover uma cultura de respeito e igualdade, onde todas as mulheres possam viver com dignidade e segurança. Não podemos mais tolerar a violência contra as mulheres. É um pedido diário de socorro”, acrescenta Ireuda.