Lider do governo nega boicote ao nome de Fabrício, mas ele existe na realidade da disputa
Tasso Franco , da redação em Salvador |
20/02/2024 às 18:08
Boicotado pela base governista, Fabricio faz apelo ao presidente e/ou a Mesa Diretora
Foto: BJÁ
O deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) fez um apelo da tribuna do plenário da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (20), solicitando que a Mesa Diretora da Casa aprove a inscrição dele na disputa pela vaga do TCM diante a aposentadoria do conselheiro Fernando Vita.
O parlamentar destacou que é a terceira vez que postula ser candidato a conselheiro do TCM e nas duas anteriores abriu mão para o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) e para a esposa do ex-governador Rui Costa, Aline Peixoto "ambos eleitos por esta casa e eu votei neles e os considero bons conselheiros e agora, ao menos quero concorrer, pois, o meu partido, o PCdoB, decidiu por meu nome, o partido está unido em torno de minha candidatura".
Fabrício mostrava-se angustiado em sua fala no plenário e destacou que o presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), também tem essa prerogativa "de indicar o meu nome".
Em entrevista ao BJÁ disse que existem essas duas possibilidades reais uma vez que não conseguiu as 13 asssinaturas de parlamentares - a alternativa regimental - para inscrever o seu nome.
Não quis comentar se houve um boicote por parte da liderança do governo na Casa para que isso não acontecesse preferindo situar que "sou um parlamentar que estou há 13 anos nesta Casa e mereço ao menos disputar a eleição". O deputado Hilton Coelho (PSOL), em aparte, defendeu também o reconhecimento da candidatura de Fabricio pela Mesa Diretora. E disse que votará nele.
O presidente Adolfo Menezes está no exterior e só retorna a Bahia dia 25. O prazo de encerramento para inscrições é dia 27 de fevereiro e restam dois dias 26 e 27 para Adolfo tomar essa decisão individual de colocar o nome de Fabricio na disputa (até hopje, um presidente, isoladamente, nunca fez esse gesto de cortesia) e/ou reunir a Mesa para tomar uma decisão coletiva.
Se isso não fopr feito, os únicos que concorrerão à disputa pelo voto direto dos parlamentares serão o deputado Paulo Rangel (PT) e o ex-presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, atualmente, sem mandato. Ao BJÁ, Paulo Rangel - presente no plenário, mas não durante a fala de Fabricio - disse que está "tudo tranquilo" e não quis comentar sobre seu adversário, nem sobre o apelo de Fabricio.
“Espero que a reunião aconteça de fato na terça e que meus pares, que também tiveram meu voto na eleição da Mesa Diretora, permitam que eu seja candidato. Não estou pedindo agora o voto deles em plenário, na eleição, até porque sei que muitos já têm seus compromissos, mas apenas a oportunidade de ser candidato, pois também sou deputado como eles”, finalizou Fabrício.
Fabricoi também conversou com o deputado Zó, PCdoB, e com o líder do governo deputado Rosemberg Pinto (PT), o qual garantiu que o governo Jerônimo Rodrigues (PT) não vai interferir para tentar inviabilizar a inscrição do deputado Fabrício.
“Não há movimentação do governo nesse sentido porque vim saber da pretenção do deputado Fabrício de pedir a inscrição pela Mesa Diretora hoje aqui na sessão, informado por ele. Então, se tem alguma movimentação não é por orientação do governo”, assegurou em entrevista à imprensa após o término da sessão.
