Israel pretende repreender o embaixador do Brasil em Tel Aviv
Tasso Franco , Salvador |
19/02/2024 às 11:17
Lula da Silva
Foto: Ricardo Stubcker
Após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista, o líder brasileiro foi declarado persona non grata pelo governo de Benjamin Netanyahu.
Nas redes sociais, o ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, afirmou que Lula será considerado persona non grata até que se retrate por suas palavras.
A decisão foi anunciada por Katz após encontro com o embaixador do Brasil em Israel no memorial Yad Vashem, em Jerusalém. O diplomata foi convocado pelo governo Netanyahu para prestar esclarecimentos sobre as declarações de Lula.
O presidente falou sobre o assunto durante uma entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou neste fim de semana de uma reunião da cúpula da União Africana.
Lula já havia falado sobre a situação dos palestinos em seu discurso no evento, mas a declaração durante a entrevista gerou uma forte reação do governo israelense.
Mais de 28,8 mil palestinos, incluindo civis, mulheres e crianças, morreram durante os mais recentes ataques de Israel à Faixa de Gaza. O país iniciou uma guerra contra o Hamas em outubro após a morte de mais de 1.200 pessoas e o sequestro de 253 reféns em um ataque do grupo em Israel.
Durante sua viagem, Lula questionou a decisão de alguns países de suspender verbas à agência da ONU que dá assistência aos palestinos, a UNRWA.
A suspensão havia acontecido porque Israel acusou funcionários da agência de envolvimento com o Hamas.