Gravação do encontro estava no computador apreendido de Mauro Cid e, conforme a PF, revela o "arranjo de dinâmica golpista"
Da Redação , Salvador |
09/02/2024 às 12:41
A reunião que é a base da incriminação a Bolsonaro
Foto: Rep Globo.com
Em reunião ministerial realizada em 5 de julho de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que seus ministros "reagissem" diante da possível derrota na tentativa de reeleição. Bolsonaro pediu que seus auxiliares atuassem para questionar as eleições antes mesmo da disputa, pois mostrava certeza na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A gravação do encontro estava no computador apreendido de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e, segundo a Polícia Federal (PF), revela o "arranjo de dinâmica golpista". O vídeo de mais de uma hora foi obtido pelo jornal O Globo.
"Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições", disse Bolsonaro na ocasião.
Em outro momento, o então presidente afirma que todos os presentes no encontro têm algo a perder e diz que eles precisam "fazer alguma coisa" antes das eleições
"Todos aqui têm uma inteligência bem acima da média. Todos aqui, como todo povo ali fora, têm algo a perder. Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado", disse.
De acordo com Bolsonaro, os recursos retóricos, como o discurso pelo voto impresso, já estavam esvaziados e outro tipo de ação deveria ser empreendida. "Eu parei de falar em voto imp... e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que... eu acho que chegaram à conclusão... A gente vai ter que fazer alguma coisa antes", afirma.