Ex-presidente negou a existência de uma "Abin Paralela" durante seu governo e afirmou que "não contava com inteligência da Abin nem da PF" (Com Correio Braziliense)
Da Redação , Salvador |
29/01/2024 às 19:02
Alvo da Polícia Federal o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), Angra
Foto: Rep Globo News
O ex-presidente Jair Bolsonaro negou, na tarde desta segunda-feira (29/1), a existência de uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela, com objetivo de espionar ilegalmente autoridades para fins políticos-partidários. A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta manhã, nova fase da operação “Vigilância Aproximada”, contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de “perseguição implacável” e disse que nunca contou com a “inteligência da Abin” para tomar decisões políticas, isso porque os relatórios enviados pela agência “não condiziam com a verdade” e tinham “um viés político bastante forte”.
“Nunca existiu Abin paralela para proteger quem quer que seja. É uma perseguição implacável que, no meu entender, o objetivo é esculachar. Eu não tenho nada a ver com essa questão da busca e apreensão”, alegou Bolsonaro.
O ex-presidente sugeriu haver uma incoerência na operação da PF, já que o mandado de busca estava em nome de Carlos Bolsonaro, mas foram apreendidos aparelhos eletrônicos na casa do ex-chefe do Executivo, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. “Eles esperavam, certamente, pegar todos os filhos juntos e fazer um grande evento para a imprensa”, acusou.
“Não quero culpar a Polícia Federal. É uma perseguição implacável por parte do ministro Alexandre de Moraes, é inacreditável o que esse homem faz”, falou Bolsonaro. “Eu nunca precisei de nada para chantagear, intimidar, quem quer que seja. Eu fui perseguido durante quatro anos. Não tenho com o que me preocupar, não devo nada a ninguém”, completou.
“Tratamento diferenciado”
Bolsonaro ainda acusou o STF de favorecer a esquerda política e de “tratamento diferenciado” em relação aos dois governos.
“Não quero dizer que ‘se o outro errou, eu posso errar também’, se meus filhos erraram, vão para cima deles. Agora, as denúncias contra os filhos do Lula no passado eram terríveis e não teve nada em cima deles. Eu não persegui ninguém. O que eles estão tremendo? A minha altíssima popularidade?”, indagou.