Com Thue Times of Israel e Le Monde
Tasso Franco , Salvador |
02/12/2023 às 09:39
Tropa do Exército de Isarel ocupa áreas ao Norte de Gaza
Foto: idf
Segundos depois das 7h da manhã de sexta-feira, 1º de dezembro, explosões rasgaram mais uma vez o céu azul de Gaza. A frágil e difícil trégua entre Israel e o Hamas terminou depois de uma semana, com ambas as partes culpando-se mutuamente pelo seu colapso. O exército israelita garantiu no sábado que estava a realizar bombardeamentos “em toda a Faixa de Gaza”. Os habitantes de Gaza, já bastante exaustos pelos quarenta e oito dias da primeira fase da ofensiva, sobreviveram em condições caóticas. Dois terços dos cerca de 2,3 milhões de residentes do enclave já foram deslocados – a maioria teve as suas casas bombardeadas, levando consigo poucos pertences.
“Não tenho ideia do que vamos fazer”, confidenciou a jornalista Youmna El Sayed no Instagram no final da tarde de sexta-feira. Mas a dor que sentimos nas últimas horas é imensa. » Desde o ataque do Hamas em Israel, em 7 de Outubro, mais de 15.000 palestinos foram mortos, incluindo pelo menos 200 nas últimas vinte e quatro horas, de acordo com o ministério da saúde local. O Comité para a Proteção dos Jornalistas registou a morte de três novos jornalistas no dia 1 de dezembro em Gaza, elevando para 61 o número de profissionais da comunicação social mortos desde o ataque do Hamas em 7 de outubro (54 palestinianos, 4 israelitas e 3 libaneses).
POSSÍVEL NOVA NEGOCIAÇÃO
Delegações israelenses disseram visitar o Catar para novas negociações de trégua
Uma delegação israelense visitou o Catar esta manhã para negociações visando uma nova trégua, disseram fontes à agência de notícias Reuters.
As conversações estão a examinar a possibilidade de o Hamas libertar reféns adicionais, possivelmente homens idosos, em troca da libertação de mais prisioneiros de segurança por Israel e de uma nova suspensão dos combates.
A última trégua de uma semana viu 105 civis serem libertados do cativeiro do Hamas em Gaza: 81 israelitas, 23 cidadãos tailandeses e um filipino.
Ainda reféns de grupos terroristas de Gaza quando a trégua ruiu estavam 136 pessoas – 114 homens, 20 mulheres e duas crianças. Dez dos reféns têm 75 anos ou mais. A grande maioria dos reféns, 125, são israelenses. Onze são estrangeiros, incluindo oito da Tailândia.
PRESIDENTE TURCO NA COP
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reitera a sua posição de que o Hamas não é um grupo terrorista e diz que deve estar envolvido em qualquer solução para Gaza após a guerra.
“Eu mantenho minha posição. Não importa o que digam, não posso aceitar que o Hamas seja um grupo terrorista”, disse Erdogan aos jornalistas no seu avião, segundo a imprensa turca.
Os seus comentários vieram em resposta a uma pergunta sobre possíveis sanções dos EUA que a Turquia poderia enfrentar por apoiar e financiar o Hamas.
O líder turco também afirma que o Hamas deve estar envolvido em qualquer cenário pós-guerra para Gaza, dizendo que a “exclusão e destruição do Hamas não é uma opção”.
Além disso, Erdogan apela ao TPI para punir os responsáveis israelitas, a quem chama de “os carniceiros de Gaza”. Ele destaca o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A Turquia mantém laços profundos com o Hamas. Erdogan tem estado em contacto estreito com a liderança do Hamas desde o início da guerra e permitiu que o grupo terrorista operasse a partir de um escritório em Istambul durante mais de uma década, insistindo que apenas acolhe a ala política do grupo.
