Números assustadores: mais de 60 milhões de pessoas no Brasil não leem livros
Tasso Franco , Salvador |
08/09/2023 às 18:49
Na Flipelô, o incentivo à leitura das crianças
Foto: BJÁ
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O mercado editorial brasileiro imprimiu 324 milhões de livros no ano passado e editou 46 mil títulos. Do total editado, 24% são títulos novos, o que representa 16% das unidades impressas. O restante refere-se a reimpressão de títulos já lançados. Os dados são do relatório Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro - Ano Base 2022, da Nielsen e Book Data. Por outro lado, a mais recente pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, em sua quinta edição, revela que apenas metade dos brasileiros são considerados leitores, 52%, enquanto 48% declararam que não leram nenhum livro em três meses.
2. De acordo com a pesquisa, em quatro anos o Brasil perdeu ao menos 4,6 milhões de leitores. O levantamento aponta alguns motivos que justificam essa redução, como uso da internet e redes sociais, falta de recursos financeiros e até dificuldade de leitura.
3. Entre os entrevistados na pesquisa, 4% disseram que não sabem ler, 19% comentaram que leem devagar, 13% alegaram falta de concentração e 9% explicaram que não entendem a maior parte do que leem. Apesar das dificuldades, o estudo confirma que o incentivo é fundamental para criar novos leitores, 34% dos entrevistados contaram que foram estimulados a gostar de ler.
4. Para incentivar o interesse pela leitura e pela escrita, o Petit Kids Cultural Center criou um projeto inédito e inovador, em parceria com a Estante Mágica, que envolve crianças de 3 a 6 anos no saudável universo literário, transformando-as em autores.
5. Os pequenos vão produzir seus próprios livros, que serão publicados e lançados no fim do ano, com mesa de autógrafos, participação das famílias e educadores. A pedagoga e especialista em educação infantil, Fernanda King, diretora da escola, explicou que a atividade será realizada ao longo deste semestre. Ela comentou que a Petit Kids tem cerca de 70 crianças nessa faixa etária.
6. “A leitura e escrita, mais do que nunca, são nossas maiores aliadas para o desenvolvimento das crianças. É a partir desse conhecimento que tantos outros se tornam possíveis. Por acreditar que esse é o caminho para estimular diversas habilidades importantes, nossa escola vai transformar a criança em autora de um livro de verdade, em parceria com a Estante Mágica”, afirma Fernanda. Ela comenta que os livros terão como tema os animais, abordando desde a variedade da fauna até a importância de respeitar os bichos.
7. As crianças vão escrever e ilustrar os próprios livros durante as aulas, e os desenhos serão transformados em um game personalizado. Fernanda aponta que a iniciativa busca engajar os alunos com aprendizado, além do tradicional, desenvolvendo competências socioemocionais como criatividade, autonomia e protagonismo infantil. De acordo com ela, o projeto contribui no processo de alfabetização, para que os pequenos tenham uma melhor compreensão das palavras.
8. Embora as crianças nessa faixa etária ainda não escrevam, elas se comunicam e vão falar sobre o conteúdo do livro. A diretora do Petit Kids explicou que a escola vai usar um programa de computador para transcrever o texto e produzir o conteúdo online. “Queremos fazer com que essas crianças tenham vontade de ser alfabetizadas, tenham vontade de ler, de ser mais cultas. O Brasil é um dos países em que a população lê menos. Temos que mudar esse cenário. Quanto mais cedo, melhor”, comenta.
9. A iniciativa representa avanço em um país no qual o analfabetismo ainda é um grande desafio. O mais recente Indicador de Alfabetismo Funcional mostra que 30% dos brasileiros de 15 a 64 anos são analfabetos funcionais, aprenderam a ler, mas têm dificuldades para interpretar textos simples. “Estimular o interesse pela leitura é fundamental e quando esse estímulo tem início na primeira infância, o resultado é muito mais efetivo. A leitura representa aprendizado, conhecimento, desenvolvimento de habilidades e competências. Bons leitores, e autores, constroem um mundo melhor”, diz Fernanda.
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10. O governo do Reino Unido oferece bolsas de mestrado de um ano em universidades na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. O programa Chevening cobre as passagens de ida e volta para o local, o curso escolhido e as taxas administrativas.
11. Além disso, também é pago aos estudantes selecionados uma quantia mensal para as despesas pessoais, a emissão do visto e um auxílio financeiro para se instalarem no país. Em 2023, 47 brasileiros foram selecionados e acabaram de embarcar para iniciar seus estudos. As inscrições para as novas bolsas serão abertas em 12 de setembro e vão até 7 de novembro.
12. O processo seletivo tem apenas duas fases. Primeiro, o candidato faz a inscrição por meio do site do programa, preenchendo um formulário online com os cursos que gostaria de fazer. Em seguida, envia a documentação exigida, que inclui diplomas, histórico acadêmico, carta de aceitação das universidades e cartas de recomendação. O prazo para entrega de alguns desses documentos se estende até bem depois do encerramento da primeira fase de inscrições.
13. A segunda fase é a entrevista em inglês que ocorre presencialmente na embaixada, nos consulados e em diversas capitais do país. A embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq, destaca que o projeto tem o objetivo de alavancar oportunidades de carreira dos selecionados. “Temos muito orgulho das trajetórias daqueles que foram beneficiados pelas bolsas do Chevening. Muitos se tornaram líderes e pioneiros em suas áreas de atuação”, completou.
14. Entre os pré-requisitos está a experiência profissional de, pelo menos, dois anos, podendo ser com trabalho voluntário e estágio remunerado ou não remunerado. James Edward, diretor do Chevening no Brasil, afirma que o programa busca estudantes dispostos a melhorar as relações entre britânicos e brasileiros. "Candidatos devem ser capazes de mostrar o impacto que eles irão causar", afirma o diretor.
15. Os candidatos devem retornar ao país de origem após concluir um ano de estudo. O objetivo é que apliquem o conhecimento adquirido no curso ao voltar para casa. Não há limite de idade ou um curso específico para poder participar do programa Chevening.
16. Outras características esperadas de um bolsista são: