Explosão na Polônia provavelmente causada por míssil de defesa aérea ucraniano, diz OTAN (Com DN e Le Monde)
Tasso Franco , Salvador |
16/11/2022 às 10:57
Dronas seguem caindo sobre Kiev
Foto: EPA/SERGEY DOLZHENKO
Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), disse após uma reunião de aliados em Bruxelas na quarta-feira que os resultados iniciais de uma investigação mostraram que uma explosão em território polonês foi causada por defesas aéreas ucranianas "para defender o território ucraniano". contra ataques de mísseis de cruzeiro russos".
O Sr. Stoltenberg esclareceu que a investigação da OTAN estava em andamento. "Não temos nenhuma indicação de que isso foi resultado de um ataque deliberado", insistiu, acrescentando que também não há "nenhuma indicação de que a Rússia esteja preparando ações militares ofensivas contra a Otan".
"Vamos ser claros. A culpa não é da Ucrânia”, insistiu o chefe da Aliança Atlântica. “A Rússia tem a responsabilidade final ao continuar sua guerra ilegal contra a Ucrânia. A Rússia deve parar esta guerra sem sentido", disse ele, reiterando o apoio da OTAN a Kyiv em seu "direito à autodefesa" e total solidariedade com a Polônia.
O presidente polonês, Andrzej Duda, disse na quarta-feira que é "altamente provável" que o míssil que matou duas pessoas perto da fronteira com a Ucrânia tenha sido disparado pela defesa ucraniana. “Não há indicação de que este foi um ataque intencional à Polônia. Há uma grande probabilidade de que tenha sido um míssil simplesmente usado pela defesa antimísseis ucraniana”, disse ele a repórteres. É "provavelmente um infeliz acidente, infelizmente", continuou o chefe de Estado.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki anunciou que a Polônia pode não precisar invocar o Artigo 4 do tratado da OTAN.
MAIS ATAQUES A KIEV
As autoridades ucranianas informaram que três ataques atingiram esta terça-feira instalações elétricas em Kiev, um dia depois dos ataques com recurso a drones na capital ucraniana, que fizeram pelo menos quatro mortos.
Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano, afirmou, nas redes sociais, que os ataques atingiram uma "instalação de fornecimento de energia na margem esquerda de Kiev". De acordo com a Reuters, que cita o procurador-geral ucraniano, os ataques desta manhã fizeram dois mortos.
Em comunicado, o gabinete do procurador-geral indicou que "duas pessoas morreram e uma ficou ferida", segundo os dados preliminares.
"De acordo com a investigação, as forças armadas da Federação Russa, usando meios de guerra proibidos pelo direito internacional, lançaram um ataque com mísseis a uma instalação de fornecimento de energia na margem esquerda da capital", refere a nota.