Esta série está sendo escrita pelo jornalista ZédeJesusBarrêto
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
15/11/2022 às 09:42
A equipe campeã de 1990
Foto: Reprodução
“Jogo se ganha em campo, mas títulos se vence fora de campo”
(Osório Villas-Boas, eterno presidente do Bahia)
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Para os baianos e todos os estudiosos dos meandros do futebol, o Brasil começou a perder a Copa do Mundo de 90 ainda em 89, na Bahia, antes da estreia da seleção na Fonte Nova pela Copa América, sob comando do treinador Sebastião Lazaroni, um mineiro de Muriaé, 38 anos, ex-treinador do Vasco em 87/88, que foi indicado e bancado pelo amigo Eurico Miranda, então Diretor de Futebol da CBF, entidade já presidida por Ricardo Teixeira, o genro de Havelange, o todo-poderoso da FIFA.
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O que aconteceu?
O Bahia, sob comando de Evaristo de Macedo, acabara de vencer seu segundo título de Campeão Brasileiro e tinha na equipe uns quatro jogadores que mereciam estar na Seleção, como o apoiador Paulo Rodrigues, o meia Zé Carlos e os atacantes Bobô e Charles, até porque estavam naquele instante jogando bem mais do que alguns já selecionados por Lazaroni.
Para agradar (ou tapear) os baianos e encher a Fonte Nova, ganhar dinheiro, convocaram o centroavante Charles, um dos ídolos da torcida, mas, às vésperas da estreia, em Salvador, por conta de a entidade Sul-Americana só permitir a inscrição de 22 atletas, Charles, o intruso nordestino, sobraria, seria o cortado da lista. Burrice ou trapalhada da ‘troupe’ da CBF e do treinador, mal a notícia do corte de Charles vazou criou-se um clima de revolta e protestos dos baianos.
O então presidente do clube Campeão Brasileiro, Paulo Maracajá, que não era bobo, foi de madrugada ao hotel Quatro Rodas, onde a Seleção estava hospedada, e de lá saiu arrastando Charles pelo braço, bradando nos microfones, gerando uma animosidade que se alastrou entre torcedores e toda mídia esportiva local. Manchetes, resenhas, entrevistas, xingamentos, ameaças, toda sorte de rejeição primeiro ao treinador Lazaroni, ampliando-se à CBF, ao escrete, jogadores e serviçais. Os baianos ‘trocaram de mal’ pra valer com o escrete, o ambiente sujou, ficou insustentável. O time de Lazaroni entrou no gramado da Fonte Nova sob impropérios.
Pior, em campo, com um piso enlameado, a seleção não conseguiu mostrar futebol, os jogadores escorregando e amedrontados. Mas Lazaroni foi mantido, na tora, por Eurico Miranda e sua turma, os atletas o apoiaram, a delegação foi bem acolhida na sequência, em Recife, e terminou vencendo a Copa América no Maracanã, numa final contra o Uruguai, 1 x 0, no dia 16 de julho de 86. Há 40 anos não vencíamos um título sul-americano, o último tinha sido em 1949, no Rio. Isso fortaleceu o ‘esquema’ CBF.
Lazaroni, emocionado e agradecido, ficaria entretanto refém, sentia-se devedor ao grupo de jogadores que levaria à Copa. Mas, por conta dessas circunstâncias, perdera o comando da ‘tropa’, e a campanha na Itália, em 90, teve ares de um convescote de turistas amigos em férias, o treinador metido até em briga por premiações e grana de publicidade, o plantel a receber familiares e amigos, sair à noite, tudo correndo frouxo.
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Rose, a fogueteira
Os jogos eliminatórios sul-americanos para a Copa/90 foram fáceis, mas ficou marcado com o episódio da decisão contra o Chile, no Maracanã. O Brasil vencia, 1 x 0, gol de Careca, o que garantia a classificação.
Daí, aos 25 minutos do segundo tempo, um foguete sinalizador – desses usados em navegação – foi atirado de um setor das arquibancadas na direção das traves do Chile, defendidas pelo bom e ‘metido a esperto’ goleiro Roberto Rojas, que desabou no gramado, envolvido pela fumaça, como se tivesse sido atingido. Os atletas chilenos de pronto o cercaram e o acudiram; tinha sangue no rosto do goleiro, carregado para os vestiários, e não voltaram mais a campo. O árbitro argentino Juan Lostau esperou 20 minutos e acabou o jogo.
Depois, todos ficaram sabendo e o próprio Rojas confessou que o sangue fora resultado de um corte premeditado feito pelo atleta com uma gilete que levara escondida na luva. O Chile perdeu o jogo, os pontos, foi punido pela FIFA, ficou quatro anos de fora das competições oficiais e Rojas foi banido do futebol – depois, perdoado, tornou-se treinador de goleiros do São Paulo.
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A moça que atirou o sinalizador em campo, Rosemary Mello do Nascimento Barcelos da Silva, de 24 anos, casada, mãe de um filho de 10 meses, foi presa em flagrante e alcunhada de ‘a fogueteira’. Depois, a sabida Rose aproveitou-se do insólito episódio e faturou boa grana posando nua para uma revista masculina. Ora pois.
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Bolinha murcha na ‘bota’
Foi uma Copa tecnicamente fraca, com 12 empates, muitas decisões por penalidades, uma média de gol baixíssima, muitos 1 x 0, partidas modorrentas e pouco brilho individual.
Vivíamos a chamada ‘era dunga’, de um futebol retranqueiro e brucutu, a seleção canarinho embalada pelo “lazaronês”, a empolada e vazia linguagem do treinador quando falava aos microfones – coisas como ‘galgar parâmetros’, ‘interação sinérgica’, ‘lastro físico’... – e que os atletas nem compreendiam.
Lazaroni inovou, inventando um sistema de jogo mal treinado e mal resolvido com três zagueiros de área – um líbero, o Mauro Galvão -, dois alas que não avançavam, um meio campo com Dunga espanando, dois ou três meias de totó, jogadores de toques curtos laterais, enceradeiras, e de resto uma equipe sem encantos.
A ‘era Dunga’. O guerreiro Dunga, mais amadurecido e bem melhorado tecnicamente, se redimiria na Copa de 94, nos EEUU, levantando o troféu, como capitão do time, já sob comando de Parreira. Outro capítulo.
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O caos ‘collorido’
Eleito pelo voto livre e direto, fruto da tão almejada redemocratização do país, assumiu a Presidência da República em 15 de março de 1990 o carioca-alagoano Fernando Affonso Collor de Mello, de 40 anos, vendido ao eleitor como o ‘Caçador de Marajás’.
Lula foi derrotado por ele nas urnas. Só que, logo que se viu sentado no ‘trono’ do Planalto, o moço atlético, político astuto, instituiu e implantou o chamado “Plano Brasil Novo” ou ‘Plano Collor’, que, de cara, congelou ou se apropriou de 80% da poupança/economia dos brasileiros, deixando a nação inteira confusa e perplexa, quebrada. Ainda mais que ninguém entendia o que tentava explicar a ministra da Economia, Fazenda e Planejamento do governo, dona Zélia Cardoso de Mello.
A inflação anual bateu em mais de 1.470%, o salário mínimo valia 52 dólares, ou, mais precisamente 8.836,82 cruzeiros. A economia no auge do descontrole, a nação no olho de um furacão, o povo num turbilhão de incertezas. Chitãozinho & Chororó, Leandro & Leonardo, os sertanejos no auge. Em 1992, depois de mil presepadas em Brasília, farinhadas, sessões cabalísticas, denúncias de corrupção e muita indignação popular, Collor foi derrubado no Congresso através de um impeachment, foi impichado, na linguagem popular.
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Festa na Itália
A Itália, a ‘bota’ da Europa, que tinha realizado a Copa de 1934, ofereceu estádios em ótimas condições de jogo em 12 cidades, de norte a sul – Milão, Roma, Turim, Nápoles, Bari, Cagliari, Florença, Verona, Udine, Palermo, Gênova e Bolonha. O Brasil começaria jogando em Turim.
O mascote da Copa foi uma criação animada por computação, pela primeira vez. Um(a) boneco(a) de nome Ciao com o corpo formado por 23 cubos com as cores da bandeira italiana – verde, vermelho e branco – e a cabeça era uma bola de futebol.
O cartaz da competição foi obra do pintor Alberto Burri, de 75 anos. Mostrava o histórico Coliseu Romano (onde os gladiadores se enfrentavam na Roma Antiga), em cor cinza, sobre um gramado verde do campo de futebol.
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A grande novidade da Itália, no campo de jogo, foi a explosão meteórica, fugaz do artilheiro “Totó” Schillaci (seis gols na competição), que virou xodó da torcida local, e o goleiro Zenga, que bateu um recorde de 517 minutos sem levar um só gol na Copa.
No mais, lampejos da Colômbia do cabeludo meia Valderrama e do espalhafatoso goleiro Hiquita, e o brilho surpreendente do avante camaronês Roger Milla, de 38 anos.
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A rota brasileira
- O Brasil estreou vencendo a Suécia (2 x 1) no Stadio Delle Alpi, em Turim, na noite de domingo, 10 de junho. Dois gols de Careca, o primeiro aos 40 minutos, recebendo um lançamento de Branco em profundidade, driblando o goleiro Ravelli e comemorando com dancinha. O segundo, aos 18’ do segundo tempo, escorando cruzamento de Müller. Brolin diminuiu aos 34’, passando fácil por Ricardo Gomes e Mauro Galvão, o frouxo miolo de zaga com falso líbero montado por Lazaroni.
- A Costa Rica, que tinha vencido a Escócia na estreia (1 x 0), com os escoceses Rod Stewart (músico) e Sean Connery (ator) presentes, seria derrotada pelo Brasil (1 x 0), ainda em Turim, na tarde de um sábado, 16 de junho, com um tento de voleio de Müller, a bola desviando no zagueiro Montero, deslocando o goleiro Conejo.
- O terceiro jogo na fase de classificação marcou a estreia do centroavante Romário, que pouco produziu e deu lugar a Müller por volta dos 20 minutos do segundo tempo. O Baixinho ainda tentava se recuperar de uma fratura grave no tornozelo sofrida três meses antes, já jogando na Holanda – fora convocado na marra, a pedido de Lazaroni, com seu fisioterapeuta particular, o Filé, a tiracolo. O gol brasileiro foi de Müller, completando com oportunismo um chute travado de Careca, aos 37 minutos da segunda etapa.
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O Brasil se classificava para as oitavas de final invicta, mas sem brilho. Pegaria a Argentina de Diego Maradona que, a despeito da idolatria em Nápoles (ganhou dois Scudettos para o Nápoli, onde jogava ao lado dos brasileiros Careca e Alemão), já não era mais o mesmo da assombrosa Copa do México/86. Estava já meio parrudinho, por conta da vida desregrada fora dos gramados, e padecia com um edema no tornozelo, atuando no sacrifício, muitas vezes à base de horas de fisioterapias e infiltrações..
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Maradona & Caniggia
Até por conta da rivalidade e pela mediana equipe argentina – que tinha um bom goleiro, exímio pegador de pênaltis, Goycochea, mais Burruchaga, Caniggia e o Camisa 10 Diego -, o Brasil faria ali, em Turim, dia 24 de junho,seu melhor jogo até então na Copa. Dominamos a primeira etapa, desperdiçamos algumas chances e os hermanos na moita, se defendendo, sem conseguir penetrar na defensiva brasileira. Tudo ia bem, sob controle, até por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando Maradona, até então apagado, bem marcado, decidiu, num lance de 10 segundos:
- Dom Diego apanhou livre um rebote defensivo, ainda no grande círculo argentino, pôs no chão, livrou-se fácil de Alemão que, mui amigo, evitou parar a jogada com falta, escapou de um carrinho sem rodas de Dunga, invadiu pelo meio com a bola dominada e os olhos acesos, driblou Ricardo Rocha e, quando Mauro Galvão e Ricardo Gomes saíram estabanados ao mesmo tempo pra cima dele, já na meia lua, ele deu um tapinha mais na frente, pra esquerda, onde Caniggia penetrava livre. O atacante de cabelos louros driblou Taffarel com calma e escorou para o gol vazio. Bastou.
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Água benta
O de mais curioso no jogo foi a milongagem dos argentinos, oferecendo ‘solícitos’ uns goles de ‘água batizada’ a Branco, na lateral do campo, já perto do intervalo. Branco tomou a água da garrafinha e chegou nos vestiários como se tivesse ‘mamado’, bêbado. Maradona confessaria depois, às gargalhadas, que a água ‘benta’ fora encomendada para o lateral Branco, que estava voando, jogando muito, e para o meia Alemão (amigo e companheiro dele no Nápoli) que estava encarregado de marcá-lo. Alemão não bebeu.
Mas... que substância os argentinos puseram naquela água?
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Os ‘amigos’ de Lazaroni:
- Taffarel e Acácio (goleiros); Jorginho, Zé Carlos e Branco (laterais); Ricardo Gomes, Mozer, Aldair, Ricardo Rocha e Mauro Galvão (zagueiros); Dunga, Alemão, Bismarck, Mazinho, Valdo e Silas (meio-campistas); Careca, Romário, Silas, Bebeto, Müller, Renato e Tita (atacantes).
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A recepção
No dia 27 de junho, uma quarta-feira, a delegação brasileira desembarcou de volta ao Brasil, sendo recebida no Galeão/ RJ por torcedores xingando e jogando moedas e cédulas. Lazaroni, protegido por Eurico, não encarou, escapou pelos fundos e, no dia seguinte, entregou o cargo.
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Renovação era a palavra de ordem e o ex-craque Paulo Roberto Falcão assumiria o comando logo, ainda em julho, com a missão de mudar tudo no escreta. Tinha o aval da grande imprensa, dos jogadores, e os torcedores gostavam dele, era um ídolo.
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Vitória insossa alemã
Alemanha e Argentina fariam a réplica da final da copa anterior, vencida pelos latino-americanos, quando Maradona estava no auge. O jogo dessa vez foi no Olímpico de Roma, na noite de domingo, dia 8 de julho, com mais de 73 mil pessoas no estádio.
Uma partida morna, sem grandes emoções, decidida com um pênalti duvidoso em favor dos europeus que os argentinos reclamam até hoje, óbvio.
Os platinos tinham chegado àquela final por conta do goleiro Goycochea, pegador de pênaltis e alguns lampejos, aqui e ali. Os alemães, como sempre, obstinados, bem treinados por Beckenbauer, com o meia organizador Mathäus, recordista de jogos com a camisa da Alemanha, um defesa tradicionalmente dura e bem postada, e dois avantes rápidos que atuavam na Itália: Völler e Klinsmann. Arbitragem mexicana, Edgardo Codesal no apito.
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O primeiro tempo foi indigno de uma final, medroso, nada aconteceu. Aos 36 minutos do segundo tempo, o veloz Völler adiantou a bola e tropeçou na perna de Sensini, já na área argentina, o árbitro marcou pênalti e foi peitado, empurrado e xingado pelos argentinos por quase três minutos. Os alemães só espiando e escolhendo quem iria bater e como, porque o goleiro Goycochea era um especialista em defender pênaltis.
Todos esperavam que Mathäus (eleito o Craque da Copa) ou o goleador Littbarski fizesse a cobrança, mas Beckenbauer, esperto, escalou o zagueiro Brehme, que chutou rasteiro, forte, no cantinho direito; o goleiro atirou-se no canto certo mas não alcançou. A Alemanha ganharia assim o seu terceiro título mundial, dessa vez invicta, sem perder nenhuma partida. Um time pragmático.
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Os Campeões:
- Illgner, Berthold, Reuter, Augenthaler, Brehme, Kohler, Buchwald, Hässler, Mathäus, Littbarski, Völler, Klinsmann. Franz Beckenbauer, treinador.
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A Copa de 1994 seria no verão quente dos Estados Unidos da América. Outro barato.
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Curiosidades:
- O placar mais repetido da Copa, 16 vezes, foi 1 x 0, inclusive na final.
- O jogo Itália x Argentina, pelas semifinais, foi disputado em Nápoles, onde Maradona era endeusado e foi decidido com um pênalti cobrado por ele, que jogou com raiva. Na véspera, os tiffosi, torcedores italianos fanáticos, provocativos, queimaram uma bandeira argentina na porta do hotel onde os latinos estavam hospedados. Maradona, indignado, jurou vingança. A partida terminou empatada (1 x 1), sem gols na prorrogação e foi decidida na cobrança de tiros da marca penal. Goycochea defendeu as cobranças de Donadoni e Serena.
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- Em outubro de 1990 aconteceu a unificação das Alemanhas / Ocidental e Oriental. Uma nova realidade geopolítica na Europa.
- A Iugoslávia, em 1991, começou a ser repartida em países independentes. Primeiro, a Eslovênia e a Croácia. Depois, já em 2006, Montenegro separou-se da Sérvia; em 2008, Kosovo.