Política

PAPA FRANCISCO DEBATE COM CARDEAIS SOBRE O TEMA O PAPEL DOS LEIGOS

foram apresentadas ideias, propostas e perguntas sobre o papel dos leigos no governo dos Dicastérios. (Com informações do Vatican News)
Tasso Franco ,  Salvador | 30/08/2022 às 12:05
Papa Francisco e o conclave
Foto: Vatican News
    (Salvatore Cernuzio - Vatican News) Nesta terça-feira (30) se inicia a terceira sessão da reunião dos Cardeais do mundo com Francisco para refletir sobre a "Praedicate Evangelium". Ontem, o trabalho em grupos divididos por idioma: foram apresentadas ideias, propostas e perguntas sobre o papel dos leigos no governo dos Dicastérios. À tarde, Missa com o Papa na Basílica de São Pedro.

A formação, a espiritualidade da Cúria e, sobretudo, a questão dos leigos e seu possível papel na direção de alguns Dicastérios foram os temas sobre os quais as reflexões e discussões dos Cardeais se concentraram durante a reunião a portas fechadas com o Papa sobre a Praedicate Evangelium. Uma reunião que está chegando na sua conclusão com a última sessão desta manhã e, à tarde, às 17h30, com a Missa celebrada por Francisco na Basílica de São Pedro.

Ontem (29), após a saudação do Papa no início dos trabalhos, seguida de um breve discurso do decano do Colégio Cardinalício, o Cardeal Giovanni Battista Re, os cerca de 200 cardeais, patriarcas e superiores da Secretaria de Estado reunidos na Nova Sala do Sínodo, reuniram-se em grupos linguísticos, durante os quais foram feitas propostas, apresentadas ideias e pedidos de esclarecimentos. Em seguida foi realizada uma sessão plenária.

O tema principal, como mencionado, é o dos leigos em funções de liderança. Como recordamos, o ponto 10 da Praedicate Evangelium - documento publicado em 19 de março e em vigor desde 5 de junho - afirma: "Todo cristão, em virtude do Batismo, é um discípulo-missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus. Não se pode deixar de ter isso em conta na atualização da Cúria, pelo que a sua reforma deve prever o envolvimento de leigas e leigos, mesmo em funções de governo e de responsabilidade". 

Sobre o assunto, que surgiu durante os trabalhos, foram solicitados estudos aprofundados em um clima de confronto sereno.

O Cardeal Paolo Lojudice, Arcebispo de Siena, explicou ao Vatican News. "Quando se trabalha em pequenos grupos, é mais fácil confrontar uns aos outros e dialogar. O tema que conhecemos é o confronto aberto e sereno sobre a nova Constituição e, em particular, sobre sua aplicação, sobre como colocá-la em prática. Nos grupos, mais do que novos elementos, tivemos a contribuição de algumas ideias... É possível que existam algumas passagens que ajudem a compreender alguns elementos que são menos claros, menos evidentes, em particular o que diz respeito à presença de leigos nas funções de governo nos Dicastérios. Esta é uma porta aberta que esperamos que possa percorrer da melhor maneira possível".

O cardeal Lojudice também falou de um "excelente clima" dentro da Sala Sinodal e descreve a reunião como um ponto de partida: "Os tempos são necessariamente longos para fazer uma reforma. O Papa se preocupa com isso e tem se preocupado com isso desde o início, é um dos pontos centrais do pontificado... Creio que mais cedo ou mais tarde chegaremos a uma consciência diferente, onde tudo é missão e missionariedade e poderá parecer paradoxal, os próprios escritórios da Cúria".

O Cardeal Timothy Dolan de Arcebispo de Nova York fala de uma "bela experiência" e de uma reunião "extraordinariamente edificante". "Falamos como amigos, como irmãos, com imensa caridade e profundo amor pela Igreja, sobre questões muito práticas", disse o cardeal. "Estou feliz por isso ter acontecido. Era aguardado com ansiedade".