O ex-prefeito de Feira tomou a decisão acertada e se mantém coerente
Tasso Franco , Salvador |
10/08/2022 às 09:05
José Ronaldo e ACM Neto - foto de Arquivo
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O ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (União Brasil) deverá anunciar nesta quarta-feira, 10, que manterá o apoio a candidatura de ACM Neto a governador. Ronaldo estava insatisfeito com o líder da UB diante da esolha de Ana Coelho para candidata a vice, sendo preterido. Na realidade, o que pesou na escolha de Ana foi não o nome da pessoa, em sí, mas a sigla Republicanos. Neto avaliou se o melhor seria seguir com a legenda Republicanos ou Zé Ronaldo.
Foi uma decisão difícil e dolosorsa diante da personalidade política de José Ronaldo, o qual foi cortejado pelo governador Rui Costa e pelo candidato do PL João Roma para que integrassem suas alianças. Não deu certo. Primeiro, no caso do PT, por representar seu adversário histórico em Feira de Santana, seu principal reduto eleitoral; e no caso de Roma, porque ele não acredita no sucesso deste candidato.
Graças a uma intermediação do ex-governador Paulo Souto, seu amigo e correligionário de longos anos, José Ronaldo ao que tudo indica decidiu manter o apoio a Neto. Sem dúvida é a melhor opção tanto para ele, que poderá concorrer a prefeito de Feira, em 2024, quando para Neto, o qual se for eleito governador o apoiará em Feira.
Ora, digamos que José Ronaldo decidisse apoiar Jerônimo e este fosse eleito governador. Em Feira de Santana o candidato a prefeito do PT é José Neto, candidatura histórica e que foi derrotado por Colbert Martins Filho na última eleição.
Todos sabem, Zé Neto é o deputado federal mais votado em Feira, controla os principais cargos do governo no município, é obstinado, e seu desejo continua sendo ser prefeito de Feira. Então, óbvio, Jerônimo governador o PT daria uma banana para Zé Ronaldo.
Zé Ronaldo, por sua experiência política e por ter sido molestado a vida toda pelo PT, em Feira, sabe disso. Sabe também que seu correligionário deputado estadual Carlos Geilson caiu nesse conto da sereia petista, alinhou-se a Rui Costa diante algumas promessas, não consegui necas de peritibira, e retornou a base ronaldista-colberzista.
Quando ao apelo de João Roma, análise nossa, creio que Zé Ronaldo nem levou em consideração visto que Roma tem uma chance pequenissima de ser governador da Bahia, pelas pesquisas atuais chance zero, e seria correr um risco muito grande no apoio a este candidato. Imaginem esse apoio e as eleições municipais, em Feira, ano 2024, com Neto ou Jerônimo governador. Em que, portanto, Roma o ajudaria?
Então, José Ronaldo adotou a postura política de preservar seu nome e cabedal político em Feira, mantém a coerência e fica com quem sempre esteve o "carlismo", Paulo Souto e o "new-carlismo" com ACM Neto. (TF)