Política

PRESIDENTE DA ALBA AJUDA NO DIÁLOGO ENTRE GOVERNO DO ESTADO E NATIVOS

Governador não recebeu os pataxós e outros e houve conflito entre eles e a PM na porta da governadoria. Depois disso, o governo reabriu diálogo,
Tasso Franco , Salvador | 28/04/2022 às 18:45
Adolfo diz que se chegar PLs a ALBA vota logo
Foto: alba
  
Em reunião nesta quinta-feira (28.04), no Plenarinho da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, lideranças indígenas e deputados estaduais destacaram a importância da intermediação do presidente da Casa, deputado Adolfo Menezes, na retomada do diálogo e destravamento das pautas de interesse dos povos originários com o governo do Estado. O secretário de Relações Institucionais do governo do Estado, Luís Caetano, representou o governador Rui Costa, e o superintendente de Direitos Humanos da Secretaria Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Jones Carvalho, representou o secretário Carlos Martins.

Adolfo Menezes também foi saudado por ter dado garantias e proporcionado a infraestrutura para a realização do IV Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia, na área externa da ALBA, de 26 a 29 deste mês. “Esta é a Casa do Povo e do diálogo. Ela está à disposição de vocês, estamos e sempre estivemos ao lado de vocês. Me incomoda quando vejo um presidente louco, como esse do Brasil, que não respeita as tradições e, praticamente, quer exterminar as Nações indígenas”, afirmou o chefe do Legislativo estadual, ao visitar o acampamento dos índios, após a reunião, acompanhado dos deputados estaduais Bira Coroa e Marcelino Galo, os dois do PT.

Porta-voz das lideranças de mais de 30 povos, o cacique Agnaldo Pataxó ressaltou a necessidade de diálogo sobre políticas públicas e pautas de interesses dos povos indígenas, principalmente as que tiram direitos. São prioridades a equiparação salarial dos professores indígenas com os demais professores da rede pública estadual, a consulta aos caciques para nomeação de professores nos territórios indígenas, a segurança nas aldeias, créditos e equipamentos agrícolas. O cacique Zeca Pataxó, coordenador do Movimento Indígena da Bahia, reivindicou um diálogo melhor com o governo e manifestou a intenção de trabalhar em parceria.

Segundo Bira Coroa, o governo percebeu a importância das pautas e de reabrir o diálogo. Ele lembrou que a Bahia foi o primeiro estado a criar os professores indígenas, mas observou que é necessário fazer correções. Sobre a nomeação de professores nas aldeias, Marcelino Galo ressaltou que um cacique é uma autoridade política e não se pode mexer em nada nos territórios sem a autorização dele.

Caetano se comprometeu em levar as reivindicações prioritárias ao governador e remarcar as audiências pontuais com os secretários das pastas específicas. “Foi importante reabrir o diálogo, para ouvir e encaminhar o que foi decidido na reunião”, disse o secretário. Para Jones Carvalho, diálogo pressupõe divergências de ponto de vista, mas nenhum incidente pode arranhar a relação de parceria entre o governo e os índios. “Chegando aqui os projetos, o presidente encaminhará para votação”, garantiu Adolfo Menezes.

*28.04.2022*