Seria, assim, Moro a almejada 3ª via entre os dois candidatos líderes das pesquisas - Lula (radical de esquerda) e Bolsonaro (radical de direita) - um nome colocado ao centro e que se apresentou bem com uma bandeira antiga - o combate à corrupção - tão desejada, porém, nunca alcançada. Bolsonaro, em tese, também representou esse desejo dos brasileiros contra o retorno do petismo, porém, frustrou a maioria dos 53.8 milhões de brasis que votaram nele.
A bandeira contra a corrupção antiga é. Tem sido apresentada aos brasileiros com frequência e Fernando Collor de Mello, no final dos anos 1980, se intitulou "caçador dos marajás" e venceu o pleito. Mas, durou pouco no poder e foi apeado por um impeachment. E a presidenta Dilma Rousseff, em segundo mandato, dando sequência ao lulismo também foi retirada do poder diante pedaladas fiscais e seus partidários envolvidos no escândalo do "Petrolão".
A corrupção no país é endêmica. Moro sabe disse e deixou o governo Bolsonaro ao tentar mexer nesse vespeiro, ministro da Justiça que era com seus projetos anticorrupção. Agora, ao menos, sem estar vinculado a nenhum grupo político tradicional e focado nesse ponto - o conbate a corrupção - parece-nos bem posicionado, politicamente, perante o desejo de grande parte da população. Se vai conseguir sensibilizar o grande público é seu grande desafio.
Ex-juiz da Lava-Jato - operação que está viva na cabeça das pessoas - adversário tanto do petismo quanto do bolsonarismo, Moro tem sido um aluno disciplinado. Já anunciou o seu “posto Ipiranga” na economia, o ex-presidente do Banco Central Affonso o Celso Pastore, discursou no Senado defendendo o teto de gastos e a responsabilidade social e atacou a política econômica do governo que integrou até 2020.
Também começou a peregrinação por por possívels aliados visitando o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Nessa caminhada inicial agregou outro critico do Planalto, general Santos Cruz, deu várias entrevistas, palpitou sobre temas variados e ocupou a espaços valiosos na midia provocando a ira de petistas e bolsonaristas, e praticamente retirando Ciro Gomes (PDT) do combate.
Ciro, que já estava isolado por parte do PDT - deputados deste partido votaram alinhados com Bolsonaro, recentemente, no Congresso - perdeu, de vez, a posição de 'tercius' na disputa Lula x Bolsonaro.
Os demais nomes não contam. O PSDB - que poderia entrar nesse jogo, dia 22 último - suas prévias melaram de tal ordem que até agora o partido não escolheu qual nome vai concorrer à presidência. Pacheco, Mandeta, cabo Dalciolo, Datena e outros não vão a lugar algum. Se Moro conseguir o apoio do União Brasil avança ainda mais, o que se apresenta como provável.
Por posto, ACM Neto, candidato a governador do União Brasil, na Bahia, precisará de um nome a presidente uma vez que seus adversários já têm Lula (Wagner) e Bolsonaro (Roma). Uma campanha não decide a outra, porém, ajuda e ninguém de bom senso na política acredita que Roma possa deslanchar com uma candidatura competitiva a governador.
Moro, pontuando em dois digitos e crescendo ao longo da campanha, como tudo indica crescerá, será o ideal, não só para Neto, mas para muitos outros candidatos a governador.
Dória, com tanta melança no PSDB, também já admitiu que poderá apoiar um candidato e cuidar do seu terreiro que seria a sua reeleição em SP. São os ventos do Norte e do Sul que podem ajudar Moro. (TF)