Política

BOLSONARO CRITICA ANGELA MERKEL E A INDÚSTRIA FÓSSIL DA ALEMANHA

Presidente rebateu as criticas da chanceler da Alemanha (Com informações do Terra)
Da Redação , Salvador | 27/06/2019 às 10:19
Bolsonaro em Osaka no Japão
Foto: BBC
Ao chegar a Osaka, no Japão, para participar do G20, o presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (27) declaração da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de que é "dramática" a situação do Brasil em questões ambientais e de direitos humanos sob o atual governo.

O presidente ainda disse que o Brasil precisa ser respeitado e que o governo brasileiro não está no G20 para "ser advertido".

"Nós temos exemplo a dar à Alemanha sobre meio-ambiente. A indústria deles continua sendo fóssil, vem parte do carvão. E a nossa não. Eles têm muito a aprender conosco", disse.

A fala de Merkel sobre o Brasil ocorreu na quarta (26), durante sessão do Parlamento, em Berlim.

Ela havia sido questionada pela deputada do Partido Verde Anja Hajduk sobre se o governo alemão deveria continuar investindo nas negociações por um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul num momento em que ambientalistas e defensores dos direitos humanos denunciam a deterioração de direitos relacionados a essas questões no Brasil.

"Eu, assim como você, vejo com grande preocupação a questão da atuação do novo presidente brasileiro. E a oportunidade será utilizada, durante a cúpula do G20, para falar diretamente sobre o tema, porque eu vejo como dramático o que está acontecendo no Brasil", respondeu Merkel.

A chanceler, no entanto, disse que é contra impedir que o acordo com o Mercosul seja firmado por causa da posição brasileira em relação ao meio-ambiente.

"Eu não acho que não levar adiante um acordo com o Mercosul vá fazer com que um hectare a menos de floresta seja derrubado no Brasil. Pelo contrário", ressaltou no Merkel.

"Eu vou fazer o que for possível, dentro das minhas forças, para que o que acontece no Brasil não aconteça mais, sem superestimar as possibilidades que tenho. Mas não buscar o acordo de livre-comércio, certamente, não é a resposta para essa questão", completou a chanceler.

Irritação

Visivelmente irritado durante e entrevista coletiva com jornalistas em Osaka, Bolsonaro disse que o atual governo não "aceitará" tratamento que, segundo ele, presidentes anteriores receberam de líderes de países desenvolvidos.

"O governo do Brasil que está aqui não é como os anteriores que vieram aqui para serem advertidos por outros países. A situação é de respeito com o Brasil", disse.

"Não aceitaremos tratamento como alguns chefes de Estado anteriores receberam antes."

Perguntado se encarou como desrespeitosa a fala de Merkel, Bolsonaro aproveitou para por em dúvida a credibilidade da imprensa em geral.

"Eu vi o que está escrito. Lamentavelmente grande parte do que a imprensa escreve não é aquilo", disse.

"Foi a imprensa alemã que escreveu", rebateu um jornalista.