Escritor e jornalista: Jolivaldo.freitas@yahoo.com.br
Jolivaldo Freitas , Salvador |
11/05/2019 às 17:54
Jolivaldo Freitas
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Vendo a foto do deputado federal baiano Pastor Sargento Isidório, do Avante, que resolveu “inovar” e fez um protesto contra o porte de arma flexibilizado por Jair Bolsonaro (outro sem a menor noção - uma espécie de Dilma de calças ou um Lula sem cachaça) e se jogou no chão com assistente, simulando ter levado um tiro e morreu. A Bahia inteligente e culta não merece políticos de tantos, um tanto, tanto quanto desse quilate. Isso só mostra que o voto “engraçado”, aquele que é confirmado nas urnas por quem está cansado da política tradicional, ultrapassada e vota em candidatos histriônicos, engraçadinhos, ridículos ou palhacentos, serve apenas para desmerecer quem vota. E com isso ficamos todos nós baianos com uima pecha tatuada de ignaros e ridículos, coisa difícil de sair.
Fiquei com pena do seu assessor. Que se prontificou a fazer parte da triste encenação – embora sua intenção fosse das melhores, mas de boas intenções e de gente boa o inferno não suporta mais. O homem, com certeza, não podia dizer não, mesmo sabendo que ia virar chacota entre os amigos, conhecidos, parentes e sofrer buylling até mesmo no lazer do jogo de dominó. Mas não podia perder a boquinha.
Esse Isidório é o mesmo que faz campanha carregando um botijão de gás nas costas (quando ficou mais esperto trocou por um feito de papelão). O mesmo que brande a Bíblia como uma arma. É o mesmo que diz ter sido homossexual e que se curou e hoje quer curar todos os outros através da fé. Ele é o mesmo deputado que certa vez vociferou contra os exames de próstata (acabara de fazer) por achar ser algo antinatural, dolorido e violento. Vá entender uma zorra dessas.
Minha chateação é que estou cada vez mais envergonhado dos nossos políticos. Principalmente quando guindam à senatoria ou a câmara federal. Pois, enquanto eles fazem suas momices ou desonestidades por aqui, conseguimos bem ou mal, cheios de vergonha, esconder embaixo do tapete. Mas, quando levam suas idiotices à nível nacional é a imagem da Bahia que vai para o quinto dos infernos.
Fico a imaginar ou a ter pesadelos com grandes nomes que ilustraram a política, fizeram a imagem do baiano inteligente, culto, criativo como gente a exemplo de Ruy Barbosa, JJ Seabra, Conde dos Arcos, Jorge Amado, Glauber Rocha, João Ubaldo Ribeiro, Luiz Viana, Severino Vieira, Adroaldo Ribeiro Costa, Luiz Tarquínio, Wilson Linz, Góis Calmon, Rômulo Almeida, Marcos de Noronha e tantos outros que nem cabem aqui. Todos se revirando na tumba.
Daí que hoje vivemos de Isidório fazendo suas tontices na Câmara dos Deputados e dos malfeitos do Maia, Geddel e Lúcio Vieira Lima, e aquele que sendo afilhado de Luiz Gonzaga o mata de vergonha, de nome Luiz Argôlo. Vou relembrar que no ano passado o ranking dos piores deputados federais a Bahia passou vergonha. Quatro deputados federais da Bahia figuram entre os 30 piores do Brasil, de acordo com o Ranking dos Políticos, que analisou e classificou a atuação e histórico de processos dos 513 parlamentares.
Último no ranking do estado, Luiz Caetano (PT) ocupou a 505ª posição nacional. Afonso Florence (PT), ficou no 490º lugar. Waldenor Pereira (PT), na 489ª colocação. Daniel Almeida (PCdoB), na 487ª, completam a lista. E você ainda vota nos caras de pau. Como cantava Gonzaguinha: “Você merece”.
Mas, no frigir dos ovos, como diria uma boa cozinheira, pelo menos Isidório é pacifista. Do jeito dele, mas não deixa de ser. Só falta encaixar o transístor.