Política

RUI COSTA REPETE 2015 E DIZ QUE EDUCAÇÃO SERÁ PRIORIDADE DO GOVERNO

Governo mantém política de socialização da pobreza com mais saúde, segurança e ajuda a agricultura familiar.Avanços em desenbvolvimento e em tecnologia nada
Da Redação , Salvador | 02/01/2019 às 06:19
Rui Costa e a mesma politica de manter os pobres sob controle
Foto: ALBA
O governador Rui Costa (PT) disse, em cerimônia de posse nesta terça-feira (1º), que a educação será a principal bandeira nos próximos quatro anos do seu segundo governo. Apesar de manter a atenção também nas áreas de segurança pública e saúde, ele destacou que, no momento atual, a educação necessita de um olhar mais apurado, abrangendo qualidade do ensino, infraestrutura e diálogo com toda a comunidade escolar.

“Agora, precisamos vencer os desafios da área da educação. A Bahia carrega indicadores que não são bons há muitas décadas e nós precisamos virar esse jogo. Eu diria que esse é o momento e vamos cuidar pessoalmente disso para conseguirmos indicadores muito melhores do que os de hoje”, enfatizou. 

Rui Costa, no entanto, destacou que a busca pela melhoria da educação na Bahia não começará do zero. De acordo com o governador, um trabalho de base foi realizado no primeiro mandato, baseado nas visitas escolares que realizou. “A primeira coisa é o governador acompanhar pessoalmente. Fiz 280 visitas a escolas e reuniões com pais. Vou tentar prosseguir com essa mobilização e continuar conversando com os pais, porque acredito muito no papel da família. Quero mobilizar os professores e organizar projetos pedagógicos”, disse. 

Conforme anunciou o governador, novos professores e coordenadores pedagógicos serão nomeados a partir de janeiro deste ano, totalizando mais 4 mil profissionais de educação para a rede estadual de ensino. Além disso, a educação profissional será ampliada nas escolas estaduais para que os jovens já cheguem no segundo grau com performance melhor nos indicadores educacionais.

COMPARAÇÃO 

Questionado pela imprensa, durante chegada pela rampa da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), Rui Costa comparou a situação da Bahia, em 2015, quando tomou posse do primeiro mandato, com o atual momento. O gestor destacou avanços importantes, principalmente no que tange à segurança pública, à saúde e à infraestrutura.

“Atualmente, a Bahia tem um sistema de segurança mais organizado e eficaz, tem uma saúde que se destacou pelo maior volume de investimento do Brasil, possui uma infraestrutura em Salvador e no interior que se coloca como uma das duas principais áreas de mobilidade e investimento do país. Estamos focados em retirar a Bahia da pobreza”, pontuou.

De acordo com o governador, na saúde, entre os avanços, estão a construção e entrega de 19 policlínicas e sete novos hospitais, que têm melhorado a performance da rede pública. Na segurança, foi registrada uma redução de 30% no número de homicídios ao longo de quatro anos. Além disso, relembrou a construção do metrô e as obras de mobilidade urbana, que incluem corredores transversais que ligam diferentes pontos da capital, reduzindo os engarrafamentos.

Rui Costa destacou ainda o equilíbrio nos investimentos e o pagamento no prazo dos salários dos servidores públicos e fornecedores, no momento econômico em que muitos estados não honraram os compromissos. Para exemplificar, o petista comparou a Bahia ao Distrito Federal em arrecadação e avanços. 

“O Distrito Federal é um ponto no mapa do Brasil e arrecada cerca de R$ 33 bilhões por ano, enquanto que a Bahia, um gigante no Brasil, arrecada R$ 47 bilhões. Pela proporção, arrecada mais do que nós. O Distrito Federal, muitas vezes, atrasou os salários, mas a Bahia não. Eu só posso estar orgulhoso pelo que estamos conseguindo fazer”, afirmou.

Para os próximos quatro anos, a expectativa de Rui Costa é concretizar novos investimentos e intervenções em benefício da população. O diálogo com o Poder Legislativo é uma das formas de manter a velocidade das ações. “Sempre busco ter uma relação muito próxima com o Parlamento, tanto o Legislativo estadual quanto com as câmaras de vereadores. Quanto melhor o relacionamento e mais capilaridade tivermos nas políticas, poderemos fazer as coisas mais rapidamente”, explicou. 

RELACIONAMENTO

Adversário político do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o governador Rui Costa afirmou esperar que a relação com a União seja baseada no que está previsto na Constituição Federal, respeitando o pacto federativo e, por consequência, o povo baiano. Apesar da diferença de ideologia, o gestor estadual deseja que Bolsonaro contribua para que o Brasil retome o caminho do crescimento econômico. 

“Sempre torço pelo Brasil, em qualquer situação. Então, pelo bem do povo brasileiro, vou torcer pelo Brasil para que as coisas deem certo. O que eu puder fazer para  ajudar, como cidadão brasileiro e como governador, farei”, afirmou.

Rui Costa disse ainda que não irá admitir nenhum tipo de discriminação com o povo da Bahia e do Nordeste. “Nós seremos sempre uma voz ativa em defesa da Bahia e em defesa do Nordeste. Espero que a gente possa retomar o crescimento, distribuir renda, que é o que o Brasil precisa para diminuir a desigualdade social, que é gigantesca em nosso país”, enfatizou. 

O governador também comentou a estratégia do governo federal de facilitar o porte de arma como forma de enfrentamento à violência. O petista, contrário a este pensamento, comparou a situação com o contexto em que um diabético está inserido. “Não acredito que o aumento do número de armas reduza a violência. Pelo contrário. Quem gosta de liberação de venda de arma é fabricante de arma, que vai aumentar bastante os lucros. É como se para uma pessoa diabética fosse receitado muitos doces. O Brasil tem em média 60 mil homicídios por ano, como é que alguém pode achar que a solução é colocar mais armas nas mãos das pessoas? É como se o diabético, em vez de restringir o açúcar, comesse toneladas de açúcar. A comparação é mais ou menos essa. Não posso concordar com isso”, afirmou. 

Rui falou ainda sobre o não comparecimento de políticos filiados ao PT à posse de Jair Bolsonaro. O líder do Executivo baiano afirmou que a postura dos seus correligionários é uma resposta às ofensas e ameaças proferidas pelo novo presidente da República. “No ambiente democrático não é bom, mas também não é bom um homem fazer campanha dizendo que vai metralhar adversários políticos. Isso cria um ambiente em que se ultrapassa a vertente do debate político e dá espaço para atos, como o não comparecimento na posse, que foi uma maneira de expressar discordância”, opinou.