A inclusão da região do Largo Dois de Julho na lista oficial dos bairros da capital baiana, prevista em projeto que está tramitando na Câmara de Salvador, foi solicitada por uma comissão de moradores da localidade em reunião com o presidente do legislativo, Leo Prates (DEM), e a vereadora Marta Rodrigues (PT). Isso porque o largo, de acordo com a proposta do Executivo, ficou com o território dividido entre o Centro e o Comércio.
O democrata defendeu a retirada do pedido de urgência do projeto, a partir de uma solicitação dele à prefeitura, o que possibilitará a ampliação da discussão sobre a matéria. “Esse é o projeto mais importante que tramita na Câmara hoje. E eu não vejo perda para a Casa em exaurir ao máximo o debate, especialmente pela complexidade da proposta”, afirmou. A data de votação da matéria será definido em reunião do Colégio de Líderes, nesta quarta-feira, 30, às 10h30min.
Na opinião da petista a região preenche os requisitos para ser um bairro, a partir do documento entregue por seus representantes. Viviane Hermida, do “Movimento Nosso Bairro Dois de Julho”, declarou: “Queremos que essa demanda popular seja contemplada, para que a região seja legalmente o que já é: um bairro com vida própria, com identidade e diversidade”.
De acordo com a professora de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ana Fernandes, reconhecer o Dois de Julho fortalece a definição que a sociedade tem sobre o que é um bairro. “A região tem a característica de combinar diferentes tipos de moradores, de atividades, com vários equipamentos e dezenas de iniciativas culturais, sendo um bairro central e dinâmico”, informou.
A professora, que coordenou o trabalho acadêmico “Plano de Bairro Dois de Julho”, com a pesquisadora Maya Manzi, frisou ainda o aspecto simbólico: “O Dois de Julho é a data maior da Bahia, a grande festa da Independência. E o fato de a gente poder ter no mapa da cidade um bairro com esse nome, expressa, com enorme clareza, a relação que estabelecemos com a nossa história”.