Uma comemoração diferente para os 468 anos de Salvador foi o que fizeram vereadores de oposição na CMS ao visitar áreas públicas da cidade para avaliar os equipamentos. Aladilce Souza (PCdoB), Carlos Muniz (PTN), José Trindade (PSL), Marta Rodrigues e Luiz Carlos Suíca (PT), Silvio Humberto (PSB), Toinho Carolino e Sidninho (PTN) foram ao posto de Saúde Alfredo Bureau, à Escola Municipal José Arapiraca (Imeja) e ao antigo Aeroclube, todos situados na regiões do Marback e Boca do Rio.

Na unidade de saúde eles foram impedidos de entrar pela administração que alegou não ter autorização para permitir o acesso dos edis. Pacientes que estavam no local, porém, aproveitaram a oportunidade para denunciar problemas estruturais do posto, como a falta de sanitários e precariedade nas instalações. Trindade se irritou com a proibição, pois, para ele, o prefeito queria esconder as más condições do local.

Já no Imeja eles percorreram as instalações e conversaram com professores e estudantes. De acordo com Aladilce, o que se percebeu foi o descaso da prefeitura em atender demandas antigas da escola: “Alunos vieram se queixar da quadra que está há 10 anos interditada, além da falta de água nos bebedouros. Professoras também denunciaram que as salas estão sem portas, ar-condicionados que não funcionam e goteiras constantes, além de uma grande área que foi isolada há dois anos, com a promessa de se construir um laboratório de ponta, mas que nunca foi entregue e segue abandonada”.

A última parada foi o antigo Aeroclube, cuja área também se encontra abandonada, aguardando a construção de um novo shopping. Na opinião de Sílvio Humberto, houve falta de planejamento e muitas promessas da prefeitura para atrair investimentos não se concretizaram. Muniz também questionou a isenção fiscal dada aos empresários, sem que houvesse contrapartida para a sociedade. Por fim Marta criticou o excesso de festas na cidade, realizadas pela Prefeitura, em detrimento de investimentos em saúde, educação e geração de empregos.

Faltou bom senso

Em resposta às queixas dos oposicionistas o vice-líder de governo e presidente da Comissão de Saúde, Duda Sanches (DEM), afirmou que qualquer edil – oposição ou governo – é sempre bem-vindo nas instalações municipais para qualquer averiguação, mas em sua opinião “o bom senso deve prevalecer”.

Segundo ele, a tentativa de filmar pacientes e unidade sem autorização prévia “não pode acontecer. A oposição pode fiscalizar todas as unidades municipais, mas isso tem que seguir um código de conduta. Em nenhum lugar, nem municipal, estadual ou particular, pode-se filmar pacientes sem autorização”.