O vereador Euvaldo Jorge (PPS) denunciou nesta sexta-feira, a superlotação dos cemitérios públicos de Salvador. Ele recebeu a informação de moradores de Pirajá e foi ao bairro: “Fui ao cemitério para verificar essa situação e para a minha surpresa encontrei no local 52 gavetas prontas para uso, faltando apenas a prefeitura autorizar. Enquanto isso não tem mais vaga para nenhum sepultamento. O coveiro me disse que o Cemitério de Brotas está passando pela mesma situação, novas gavetas sem utilização. Plataforma e Itapuã também. São mais de duzentas gavetas prontas sem uso”.
No ano passado um Termo de Acordo de Compromisso (TAC) com o Cemitério Parque de Salvador determinou a construção de novas carneiras (gavetas) nos cemitérios municipais de Plataforma (102), Itapuã (48), Pirajá (52, mais adequações na administração, capela e sanitário) e Brotas (48).
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) negou que esteja faltando vaga para enterro nos cemitérios públicos, mas confirmou a existência das novas gavetas. “Muitas vezes as pessoas querem enterrar seu parente no cemitério próximo de casa, e nem sempre tem vaga disponível no cemitério escolhido, mas sempre há vaga em outros locais”, explicou a secretária da pasta, Rosemma Maluf. Sobre as gavetas ela afirmou que foram construídas 250 através do TAC firmado com o Cemitério Bosque da Paz, devendo ser incorporadas ao patrimônio público.
A secretária também anunciou a criação de uma Central de Velórios para acabar com a peregrinação das pessoas pelos cemitérios da cidade. “Assim que a central estiver disponível, no caso de falecimento, o responsável vai ligar para essa central e ela dirá onde há vaga disponível para o enterro”, garantiu.
Novas praças
Euvaldo é autor também de um projeto de indicação, aprovado pela Câmara Municipal, para a Secretaria de Manutenção (Seman) instalar nas praças públicas da cidade equipamentos para crianças portadoras de mobilidade reduzida. “A instalação destes equipamentos em praças da cidade é uma forma de contemplar todas as crianças portadoras de algum tipo de deficiência. Sem falar que a inclusão melhora a autoestima da criança, já que ela passa a conviver no espaço público com outras crianças e consequentemente com interatividade e troca de experiências. O uso dos equipamentos também fará com que as funções cognitivas da criança melhorem, e consequentemente o seu desenvolvimento psicomotor”, explica.
De acordo com o vereador, um modelo do que o projeto sugere já está funcionando no Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia Cerebral – NACPC, que atende a 420 crianças e adolescentes, segundo dados da própria entidade. “Essa iniciativa fará de Salvador uma cidade inclusiva, e também poderá contribuir para que estas crianças evoluam em seus aspectos clínicos”, finalizou.
Uber desleal
Ainda nesta semana o vereador enumerou os diversos problemas relacionados ao funcionamento do aplicativo Uber na capital baiana. Em sua opinião o serviço é desleal se comparado ao prestado pelos taxistas.
“Os taxistas precisaram pagar pelo alvará de circulação, e ainda passam por vistoriais anuais, tendo que pagar taxas para ser liberado para rodar pela cidade. O Uber não paga nada e, por isso, cobra mais barato que o taxista. Não podemos permitir que um transporte não regulamentado funcione na cidade”, declarou.
Ainda de acordo com o socialista em 11 cidades do país em que o Uber está presente, o serviço funciona sob liminar de justiça. “Isso significa que o serviço é questionável. Se fosse regular não teria tanta polêmica. Os carros usados pelo Uber são particulares, não podem ser usados para transportar passageiros”, frisou.
Ainda na área de transporte coletivo o presidente da Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais da CMS, cobrou que a prefeitura de Salvador intensifique a fiscalização na cidade para combater o transporte clandestino.
Ele é autor de um projeto de lei, apresentado em maio do ano passado, proíbindo a circulação do transporte clandestino, e impõe punições severas para quem for pego fazendo o serviço sem regulamentação. “Fizemos uma série de audiências públicas com representantes de diversos órgãos como a própria Semob e a Polícia Militar, e todos concordaram que o problema é grave e precisa ser solucionado. A gente não sabe quem é esse motorista, o estado desse veículo, não sabe se ele é roubado. As pessoas estão correndo risco de vida”, destaca.
Integração
Atendendo a uma sugestão de Euvaldo a Prefeitura, através da Secretaria de Mobilidade Urbana, vai promover, a partir deste mês, a integração entre os modais rodoviário e metroviário na Estação Pirajá. O objetivo é desonerar a população usuária dos respectivos meios de transporte.
“O investimento feito em Salvador, tanto pela prefeitura quanto pelo governo do estado, para melhoria da mobilidade urbana da capital, foi muito alto, mas a população não pode pagar mais essa conta. A integração dos ônibus com o metrô se faz necessária, já que ficaria muito pesado para o usuário do sistema público ter que pagar duas passagens”, explica.
A Estação Pirajá recebe atualmente 42 linhas de ônibus e pelo menos 150 mil pessoas passam por lá diariamente. Além de pagar pela passagem do ônibus, esses usuários também estão pagando a passagem do metrô (totalizando R$6,60). “Esse desembolso onera milhares de pessoas por dia, e altera o orçamento familiar, sobretudo quando se trata de famílias carentes. Por isso recebi com muita alegria essa notícia de que a Prefeitura acatou o meu projeto de indicação e vai promover essa integração”, argumenta o edil.
Para possibilitar a integração dos modais através do bilhete único, a Estação Pirajá passará a funcionar com o esquema de integração aberta, como já acontece na Estação da Lapa. Com isso, até o final de maio, segundo a Semob, o acesso ao local será livre, e não mais apenas através dos ônibus que vêm de outras localidades.